Como quase sempre faço quando passo lá à porta, porque gosto
deste santo e desta igreja onde estão sempre a acontecer coisas (desta vez, por
volta das 4 da tarde, decorria uma missa em língua francesa) entrei na Igreja
de Santo António. Foi a primeira vez que lá entrei depois de ter ido à
procissão em Junho do ano passado ("COISAS DE QUE EU GOSTO - Procissão de Santo António", de 13 de Junho de 2016) e reparei que a imagem de Sto. António que
está no altar-mor é igualzinha à que desfila na procissão mas lá no alto, e no
meio dos floreados do altar, pareceu-me muito mais pequena. Quando saí estava à
porta, já na rua, um “guardião do
templo”, identificado por uma plaquinha pendurada ao peito, e resolvi
perguntar-lhe se era aquela imagem que desfilava na procissão. Disse-me que era
uma réplica daquela, exactamente do mesmo tamanho mas ligeiramente menos
pesada, que costuma estar guardada e só é exposta na igreja, num altar lateral,
por uns dias, antes de sair em procissão. Tendo eu ficado com uma curiosidade
em relação à procissão: para onde vão todos os santos de Alfama e arredores que
nela participam quando o Sto. António recolhe à sua igreja, perguntei-lhe
também. Resposta dele “O Sto. António vai sozinho, não há mais santos na
procissão.”. Contrariei-o “Desculpe mas está enganado, o Sto. António sai daqui
sozinho mas depois vai buscar todos os santos da vizinhança e quando regressa
aqui todos esses santos, S. João da Praça, S. Miguel, Sto. Estevão, S. Vicente
e S. Tiago vêm à frente dele.”, o homem muito admirado “Está a falar a sério?
Nunca reparei e já trabalho aqui há 5 anos.”, eu garanti que estava a falar a
sério e que tinha a certeza que a procissão ia integrando todos esses santos, à
frente do Sto. António, no percurso que fazia. Um outro “guardião do templo”,
mais velho do que o primeiro e natural de Alfama segundo disse depois, que se
tinha aproximado entretanto, meteu-se na
conversa dizendo que eu tinha razão e explicando que os outros santos ficavam
“a lanchar” no Largo da Sé enquanto decorria a missa que encerra a procissão na
Igreja de Sto. António, recolhendo depois às igrejas respectivas. O primeiro
“guardião do templo” com quem falei fica tão stressado com a confusão que se
gera à porta da igreja no final da procissão, com magotes de pessoas a tentarem
entrar na igreja que já está cheia com pessoas que não foram à procissão, e a
ter de cumprir o seu trabalho que é garantir que o Sto. António consegue entrar
na igreja são e salvo no meio do caos, que nunca reparou que antes
de o Sto. António chegar passam cinco outros santos nos seus andores. E fui eu,
com as minhas curiosidades, que fui ensinar o “padre nosso” ao “vigário”, no
caso, ensinar que o Sto. António leva cinco santos na procissão a um “guardião
do templo” de… Sto. António…