segunda-feira, 30 de julho de 2012

BANALIDADES - A Geca


Tenho uma Geca no tecto da sala. Vi-a no muro da varanda anteontem mas depois desapareceu e pensei que se tinha ido embora. Afinal tinha resolvido entrar sem ser convidada. Não posso dizer que a presença dela me agrade mas as alternativas agradam-me ainda menos..., sou incapaz de a matar, a minha capacidade de exterminar animais abrange apenas insectos, e também sou incapaz de lhe tocar pelo que apanhá-la para a pôr fora não é opção. Pensei que se fosse embora durante a noite mas enganei-me, continua instalada no tecto da sala. Resta-me portanto esperar que ela resolva sair e torcer para que enquanto cá estiver não me caia em cima, ou, eventualmente, descobrir alguém que seja capaz de agarrá-la e que possa vir cá a casa  pô-la fora. Até lá tenho um anti-insectos natural em funcionamento, o mosquiteiro que tenho na janela está aberto desde que ela entrou, porque acho que com ele fechado é mais difícil ela  sair, e o facto é que as moscas que entram desaparecem rapidamente pelo que presumo que ela as cace. É uma osga vulgar e pequenina, uma Gequinha. Na ‘googlagem’ que fiz para tentar descobrir uma maneira de me livrar dela, sem ter de a matar nem de lhe tocar, (que não descobri, as soluções que encontrei não são exequíveis, fazer uma fumigação com ervas que não eram especificadas e portanto não sei que ervas são, e borrifá-la com água que iria, evidentemente, molhar os móveis, as almofadas, os livros e ainda ia fazer com que ela me caisse em cima na fuga) fiquei a saber que é uma osga-comum, de seu nome científico Tarentola-mauritanica, um réptil da família das Gekkonideas, e que, pelo tamanhinho que tem, é uma junior. E fiquei também a saber que “fala”, ou seja, emite ruídos, ao que li uma espécie de grito para se comunicar com as suas parentes. Até agora a “minha” Geca tem estado caladinha, mas foi bom ficar a saber que pode gritar pois se resolver fazê-lo vou saber que é ela a “falar” em vez de ficar a pensar de onde provém o “grito”. Esta casa, em plena cidade, é invadida por tantos animaizinhos que parece que estou no meio do campo. Dos pombos às formigas voadoras passando pelas osgas, fico com tantos conhecimentos da vida animal que qualquer dia posso seguir o exemplo do ministro Relvas e pedir equivalência a uma licenciatura em biologia... eh! eh!.