sábado, 27 de setembro de 2014

A MINHA RUA É UM FARWEST - Tinonim- tinonim-tinonim

Ontem, eram cerca de 11 da noite oiço uma sirene dos bombeiros a aproximar-se e várias vozes a gritar "Aqui! Aqui! Aqui!". A sirene calou-se e eu corri para a janela como sempre faço em casos que tais a ver se preciso de fugir. Um carro de bombeiros estava parado a dois prédios de distância, com os bombeiros a sairem, e havia um ajuntamento de umas 10 pessoas no local. Cheirava a plástico queimado que tresandava mas não vi nem fumo nem labaredas. Depois de ter ido fechar a janela do quarto antes que ficasse empestado com aquele cheirete, voltei à janela da sala. Percebi então que o que estava a arder, em fogo lento, sem chamas e (quase) sem fumo era um sofá que estava no passeio encostado a uma árvore. Não percebi se era um sofá velho que, como de costume, alguém tinha largado na rua (há uns dois dias vi um naquele sítio), se era um sofá que alguém tinha tirado duma casa ou duma loja para a rua por estar a arder. Mas era o único incêndio que havia. Os bombeiros foram embora depois de terem apagado o fogo no sofá. Mas esta manhã vi a polícia à porta duma das lojas do prédio em frente ao qual estava ontem o sofá incendiado. Como vi tudo da minha janela, que é do mesmo lado da rua do prédio dos acontecimentos, não faço ideia se houve alguma relação entre eles ou se foram acontecimentos independentes. Como esta rua é mesmo um Farwest... ambas as hipóteses são de considerar!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A MINHA RUA É UM FARWEST - Muitos grãos na asa - Cena 10 - conclusão

A borrachona do prédio da frente, ontem, depois da gritaria intermitente sossegou. Estranhamente a noite até foi super tranquila e silenciosa, é muito rara a noite em que não sou acordada pelo menos uma vez, é o carro do lixo, é um bébé a chorar com grandes pulmões, são jovens a falar alto, a rir, a cantar, a gritar. E esta foi uma dessas raras noites, não houve nada a acordar-me, dormi seguidinho até à hora de me levantar. Persiste o mistério do porquê das cenaças da borrachona pois, pelos vistos, nem sempre que se emborracha faz cenaças.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A MINHA RUA É UM FARWEST - Muitos grãos na asa - Cena 10

A vizinha borrachona do prédio aqui em frente está a começar uma cena. Por enquanto ainda é só uma gritaria intermitente (ou que eu oiço intermitentemente?!?!) dentro de casa. Vamos ver se fica por aqui ou se vai ter continuação com lançamento de objectos da varanda, gritaria na rua, polícia e ambulância. Não percebo esta borrachona. Pelos vistos não bebe todos os dias ou fazia cenas todos os dias. Se não bebe todos os dias é porque (ainda) não é alcoólatra e portanto consegue controlar o que bebe. E se as bebedeiras quase sempre acabam mal para ela (já não falando no incómodo e perigo para os outros, os que coabitam com ela, os vizinhos, os passantes), sendo levada pela polícia ou magoando-se e indo de ambulância para o hospital, porque raio é que ela bebe mais do que a conta? Ou será que ela se emborracha todos os dias mas só algumas borracheiras dão para fazer cenas e as outras a deixam a dormir?

A gritaria intermitente continua mas está cada vez mais espaçada. Talvez com mais um copo caia para o lado a dormir e não chateie mais ninguém por hoje...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

BANALIDADES - As guerras de audiências das TV's

As guerras por audiências das TV's atingem o ridículo. Faço um 'zapping' pelos programas da manhã e vejo, na SIC, uma entrevista com alguns actores sobre uma telenovela que o canal vai estrear hoje, com constantes apelos a que o público assista a novela logo à noite. Mudo para a TVI e lá está uma entrevista com José Eduardo Moniz (agora consultor do canal), com grande enfoque na nova novela que o canal estreou há dias e que hoje vai ter um episódio especial de 2 horas. Até gosto do género "telenovela" (embora sempre houvesse algumas de que gostava e outras para as quais não tinha a menor paciência) mas há muito tempo que desisti completamente de assistir porque esta agressividade de guerra de audiências faz com que qualquer novela que eu comece a seguir  transmitida no final do noticiário das 20H00 acabe a ser transmitida quase à meia-noite, porque à medida que os canais vão estreando novas telenovelas sempre as colocam no horário pós noticiário "empurrando" as que já estão a meio, ou no final, para depois, ou fazendo uma coisa ainda mais irritante que é "ensanduichar" a nova telenovela no meio de um episódio da anterior. Nem sequer percebo como é que esta "técnica" funciona em termos de audiências pois acho que esta troca-baldroca de horários de transmissão não deve ser irritante só para mim e para mim funcionou precisamente ao contrário, eu era audiência e deixei de ser. A única explicação que encontro é que a maioria das audiências das telenovelas sejam constituídas por pessoas reformadas que não têm horários para acordar e que vêem TV toda a noite, telenovela atrás de telenovela, seguindo todas independentemente dos horários em que são transmitidas. Mas há pouco tempo a RTP1 fez uma coisa semelhante - estreou uma telenovela e colocou-a no horário pós noticiário das 20H00 "empurrando" para depois a série que tem vindo a transmitir diariamente já há meses - e passado uma ou duas semanas "arrepiou caminho", voltando a colocar a série no horário pós noticiário das 20H00 e transmitindo a telenovela só depois. Obviamente que isto aconteceu porque a série perdeu audiências ao ser transmitida mais tarde (e as audiências obtidas pela telenovela não compensaram esta perda). Ou seja, no caso da RTP as pessoas reagiram como eu, mudou de horário, deixo de assistir. Será que as audiências da RTP são diferentes das da SIC e da TVI? Não posso medir por mim que sou uma "zappinguista" militante e só assisto TV de vez em quando, se me apetece ver TV vou fazendo 'zapping' por todos os canais que tenho até encontrar algo que me interesse. E se não encontrar nada (acontece apesar de ter uma porrada de canais), desisto de ver TV.

sábado, 13 de setembro de 2014

DE PASSAGEM - Intrigante

Hoje está um dia com alguma chuva mas sem frio nenhum, até está bastante calor. No entanto cruzei na rua com várias mulheres, de todas as idades, que iam calçadas com sandálias abertas com meias. Não percebi. Sandálias abertas com meias podem fazer sentido em dias frios e  secos (para mim nunca fazem sentido porque acho que sandálias abertas existem para usar sem meias, mas pronto, admito que haja quem goste ou se sinta confortável). Mas num dia quente e com chuva? Meias à chuva - que é o caso de meias usadas com sandálias abertas - encharcam e portanto não contribuem absolutamente nada para manter os pés secos, pelo contrário, enquanto que um pé sem meia numa sandália aberta se apanhar chuva enxuga facilmente, (ou enxuga-se facilmente com um lenço de papel, por exemplo), um pé calçado com meia numa sandália aberta se apanhar chuva fica encharcado até se descalçar a meia. Achei mesmo intrigante, à 3ª ou 4ª que vi já estava a ficar com vontade de abordar e perguntar o porquê de calçar meias com sandálias abertas num dia quente e chuvoso.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A MINHA RUA É UM FARWEST - Noite agitada

Primeiro veio uma ambulância do INEM, depois veio um carro médico do INEM, depois veio a polícia. Era cerca de meia-noite e eu preparava-me para ir dormir. Desisti da ideia. Todos estes carros parados aqui mesmo em frente às minhas janelas, VRAMM! PLAM! Abre portas, fecha portas, PLIM! NÓ! NÓ! dos rádios, e sirenes a tocar à chegada para passarem no cruzamento com a Alameda, era barulheira demais para eu conseguir dormir. Ao que parece alguém morreu num dos prédios aqui em frente. Não vi sair o cadáver, mas vi chegar um senhor, num carro cinzento, com uma grande pasta, que aposto, 99% de certeza, que era um cangalheiro. Por esta altura a ambulância, o carro médico e a polícia já tinham ido embora. Mas o sossego não durou muito tempo, logo a seguir ouvi novamente o ruído de um rádio e várias vozes. Outro carro da polícia aqui à porta. Ao que percebi alguém que estava a chegar aqui e a estacionar se apercebeu de que um carro estacionado mesmo aqui em frente tinha sido assaltado porque estava com a porta aberta e arrombada. O ladrão fez um trabalho silencioso, eu estava acordadíssima e não ouvi absolutamente nenhum ruído. Mais uma data de tempo de barulheira, rádios, conversas, a polícia a tentar localizar e contactar o proprietário do automóvel assaltado. Finalmente devem ter conseguido porque se fez silêncio e quando fui novamente espreitar à janela já tinham desaparecido quer o carro da polícia quer o carro assaltado. Finalmente pude ir dormir. Mas já eram 2 da manhã.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

BANALIDADES - Eu e as pessoas (publicamente) conhecidas - 2

Por causa do que relatei ontem, lembrei-me de outra situação que também achei divertida. Eu descia a Rua da Prata e cruzei com um indivíduo para o qual olhei simplesmente porque costumo olhar para as pessoas com quem cruzo (excepto nos momentos em que "mergulho" num qualquer pensamento e caminho em "piloto automático" em que não olho para nada nem para ninguém e até ultrapasso os sítios que são o meu destino). Ele também olhou para mim e, estranhamente, esboçou um sorriso. Estranhamente porque não é habitual numa cidade como Lisboa as pessoas que se desconhecem sorrirem ou cumprimentarem-se quando se cruzam e eu, como já disse, só olhei para ele porque nos estávamos a cruzar, não por o conhecer. No entanto, aquele sorriso, ao qual correspondi por gentileza mas seguramente com um ar surpreendido, ficou na minha cabeça como algo familiar (como o timbre de voz da senhora de ontem). E alguns minutos depois "caiu a ficha" e  percebi que o dito indivíduo era um conhecido comentador das TV's. Que, de facto, não me conhece de parte alguma, eu é que o "conheço" por o ver na TV. E ele deve ter pensado que eu estava a olhar para ele por o reconhecer e por isso esboçou um sorriso. Que acabou por fazer com que eu o reconhecesse. Ou seja, a causa do sorriso acabou por ser o seu efeito.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

BANALIDADES - Eu e as pessoas (publicamente) conhecidas

Sou péssima a reconhecer na rua, em "carne e osso", as pessoas que conheço da TV, de filmes, do teatro. A maior parte das vezes nem as vejo (amigos que me acompanham é que vêem e me chamam a atenção), e quando vejo é raro identificá-las, fico apenas com a sensação que não me são estranhas e por vezes, muito tempo depois de com elas ter cruzado, "cai-me a ficha" e percebo que era este ou aquele actor, este ou aquele apresentador de TV. O meu máximo foi ter tido um choque frontal e violento com um fulano com quem me cruzei no corredor de um centro comercial (porque ambos íamos distraídos), termos parado a trocar  desculpas pela distracção e o embate, e eu depois ter comentado para a amiga que me acompanhava "Aquele gajo era parecido com José Rodrigues dos Santos, até nas orelhas de abano." e ela ter desatado à gargalhada e ter-me respondido "És mesmo parva. Ele não era parecido com o JRS, ele era o JRS!". E hoje aconteceu-me uma semelhante. Ia a passar num dos cruzamentos da Almirante Reis  e estava uma senhora, acompanhada de um puto, olhando à volta, como quem procura  por onde deviam seguir, e ouvi-a dizer para o puto "Vamos lá ver se conseguimos encontrar o X" (um supermercado de que não digo o nome porque ninguém me paga a publicidade). Parei e perguntei se ela queria que eu lhe indicasse o caminho para o dito X. Ela agradeceu e disse que sim, eu indiquei, ela voltou a agradecer, dissemos boa tarde e seguimos os nossos caminhos (opostos). Um pouco depois, realizei que a senhora era a actriz Custódia Gallego. Porque ela tem uma voz característica e essa informação - aquele timbre de voz - ficou-me na cabeça como algo que me era familiar e de repente "caiu a ficha". E depois pensando bem na cara da senhora, à qual não tinha prestado nenhuma atenção especial e que estava com uns enormes óculos escuros, realizei que era mesmo ela. Resta saber se ela ficou a pensar que eu tinha sido simpática e solícita por a ter reconhecido?!?!? Suponho que lhe tenha passado pela cabeça (pessoas com estas profissões publicamente expostas devem estar fartas de serem reconhecidas e abordadas nos espaços públicos)   mas também suponho que tenha ficado indecisa se eu fui simpática por a reconhecer ou só porque sim, (que foi o caso), pois como de facto só percebi que era ela quando já estávamos a metros de distância, obviamente que nem ao de leve demonstrei o mínimo reconhecimento nos escassos minutos em que falei com ela.

domingo, 7 de setembro de 2014

PODE??? - Falta de noção ou loucura completa?

Hoje cruzei na rua com uma rapariga de uns vinte e tais anos que andava a fazer "jogging" vestida com um "body" de malha cinzenta que era nitidamente uma peça de roupa interior. Era de uma malha tão fininha que se via absolutamente tudo à transparência e via-se mesmo tudo, os mamilos, os pelos púbicos, o rego do rabo, porque ela não levava nada vestido por baixo, nem sequer umas cuecas. À parte a cor, que era cinza claro e não tom de pele na zona vestida com o "body", era exactamente igual a ir toda nua. Não sei se conseguiu fazer o seu "jogging" e regressar a casa sem ser detida pela polícia por atentado ao pudor. Se ela fosse nua de certeza que alguém se queixava à polícia. E se ela fosse de cuecas e sutiã também. Apesar de que qualquer cueca e qualquer sutiã, por muito reduzidos e rendados que fossem, taparem mais o corpo dela do que aquele "body" de malha fina e transparente, pode ser que ninguém se tenha queixado dela. Eu apenas registei o ridículo e o insólito, semelhante ao do mulherio que anda por aí a mostrar o rabo enfiado em "leggings" que são roupa interior. Mas se ela fosse nua ou em cuecas e sutiã eu também só ia registar o ridículo e o insólito. Não sei se toda a gente com quem ela cruzou terá tido a mesma reacção que eu. E fiquei intrigada, será que ela era mesmo louca varrida e ia com aquele "body" interior como podia ir nua ou em cuecas e sutiã, ou será que era só suficientemente louca para achar que ia muito bem vestida, com roupa muito apropriada para fazer "jogging"?