domingo, 29 de setembro de 2013

PODE??? – Já enganaram mais uns



Saí, em Dezembro do ano passado, da casa onde vivia para esta onde estou agora porque essa casa, um 3º e último andar de um prédio, com uma renda actual, metia água por onde calhava sempre que chovia com alguma intensidade. O problema tinha causas diversas, na maior parte era água que transbordava das caleiras entupidas por fezes, ninhos, ovos e cadáveres de pombo e se espalhava pelo forro do prédio entrando para a casa nos pontos onde existiam fragilidades, noutros  sítios as causas eram outras, placas de cobertura mal isoladas, chaminé sem protecção. Depois de um ano e tal em constante sobressalto de cada vez que chovia, com a casa cada vez mais cheia de manchas de infiltrações e de humidade,  e sem conseguir resolver o problema por mais que me esforçasse e insistisse,  a lei não protege os inquilinos de senhorios vigaristas e os meus esforços esbarravam sempre na enorme incompetência e laxismo e vigarice da Associação Lisbonense de Proprietários, que fazia a gestão do prédio em representação do proprietário, um emigrante residente nos EUA que nunca conheci, desisti de “lutar contra moínhos de vento” e mudei de casa. Durante meses e meses a casa nem sequer voltou a ser colocada no mercado de arrendamento. Agora, depois de uns  meses de tempo seco, está novamente ocupada. Ou seja, obviamente estiveram à espera do tempo seco para poderem disfarçar as infiltrações com umas demãos de tinta e enganarem mais uns inquilinos incautos como eu fui quando me mudei para lá, no final duma Primavera sem chuva, e não havia sinal de infiltrações. Aposto que com a chuva que tem caído nos últimos dias a casa já meteu água em vários sítios e coitados dos inquilinos, vão acabar por se mudar tal como eu fiz a menos que não se importem de viver numa casa cheia de humidade e em risco permanente de entrar mesmo água em pingos, provocando estragos nos móveis ou electrodomésticos que levarem com eles. Só espero que não sejam tão educados e honestos como eu, (que me limitei a não dar o aviso prévio de 4 meses, avisei que ia sair com menos de um mês de antecedência alegando a falta de condições de habitabilidade da casa, que era real e eu tinha largamente documentada com fotografias e testemunhas e troca de correspondência com a ALP), e que fiquem mesmo a dever rendas, ou façam estragos antes de sair, ou partam a cara a alguém da ALP, pois inquilinos do pioriu é o que os senhorios vigaristas merecem.

sábado, 21 de setembro de 2013

BANALIDADES - Publicidade massacrante

Desde 5ª feira que anda uma carro a circular aqui pela zona com um cartaz e altifalante aos berros "Venha conhecer a padaria do seu bairro", e música, e mais "blá blá",  fazendo publicidade à Padaria Portuguesa da Rua Morais Soares. Não sei se anda só aqui pela zona fazendo publicidade apenas a essa PP ou se anda pela cidade inteira publicitando as milhentas PP's que existem e eu é que só o vi aqui. Conheço a PP da Morais Soares e mais duas ou três das várias que existem e a minha opinião sobre elas é um bocado dúbia, aprecio o atendimento muito simpático que existe em todas elas, gosto de alguma doçaria que vendem, que não só é de boa qualidade como não é facilmente encontrável (por exemplo o pão-de-ló húmido, tipo Alfeizarão ou Ovar, à fatia), mas acho a decoração pirosa e o pão carézimo e, salvo algumas muito poucas excepções, em variedades que se encontram com a mesma qualidade e muito mais baratas numa qualquer verdadeira padaria. E detesto ser massacrada com publicidade, além de achar de muito mau gosto andarem a dizer "Venha conhecer a padaria do seu bairro" classificando de padaria uma loja que, apesar de também vender pão, de padaria só tem o nome, numa zona onde existem várias verdadeiras padarias de bairro. Resumindo, de cada vez que levo com a música e a conversa a minha vontade de frequentar a PP da Morais Soares, ou outra PP qualquer, reduz-se mais um pouco. Mas provavelmente funcionará positivamente com a maioria das pessoas?!?!? E, mal por mal, já que querem fazer publicidade, antes este massacre sonoro do que espalharem papéis a sujar as ruas.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

PODE??? - A moda das dietas

Parei para tomar café numa esplanada. Numa mesa ao lado estavam 4 raparigas de 20 anos mais coisa menos coisa. Durante os 10, 15 minutos que lá estive a conversa delas era sobre fazer dietas e exercício físico. Uma estava a fazer a dieta da fruta (ao que percebi não consiste em comer fruta mas sim em se abster de comer fruta?!?!), outra a dieta idiota de não sei o quê e outra a dieta idiota de não sei que mais. Só uma, apesar de alinhar na conversa das dietas e na adesão à dieta, disse alguma coisa com sentido, que a única dieta que ia fazer era à noite só jantar sopa e trocar as mil porcarias, tipo bolachas, batatas fritas, chocolates, etc. que costuma comer depois do jantar por mais sopa. E todas falaram também que iam para o ginásio este ou aquele ou aqueloutro. As duas que eu via de onde estava sentada, sem virar ostensivamente a cabeça para olhar para elas, tinham uma constituição absolutamente dentro do normal, não eram escanzeladas mas de gordas também não tinham nada. E as outras duas, que olhei com atenção quando me levantei para ir embora, eram iguais. Ou seja, a cena das dietas era totalmente parvoíce, nenhuma precisava de emagrecer. Fazer dieta virou moda. E depois às vezes vira doença, anorexia, bulimia, outros distúrbios alimentares, anemias, etc.. Até há uns anos atrás só se fazia dieta por se estar doente, de obesidade ou outros problemas, por indicação e com controlo médico. Agora fica-se doente e tem de ser ir ao médico porque se faz dieta por moda, sem qualquer necessidade e sem qualquer controlo ...

terça-feira, 10 de setembro de 2013

DE PASSAGEM - O Papagaio meu vizinho - 3

Hoje passei. duas vezes pela casa do papagaio. Contrariamente às últimas vezes que por lá passei em que ele estava calado e nem sequer reagiu aos meus olás e assobios, hoje estava com o "gás" todo. A primeira vez que passei a banda sonora era, assobio  "uiiii.uiiiiu", galinha a cacarejar, e "anda cá! anda cá! estás a ouvir?!?", em contínuo, assobiava, cacarejava e dizia "anda cá! anda cá! estás a ouvir?!?!", voltava a assobiar, voltava a cacarejar e repetia as frases. Quando voltei a passar, cerca de uma hora mais tarde, tinha mudado o texto, assobiava um assobio forte, apitava pi-pi-pi como fazem alguns veículos em marcha-atrás e finalmente fazia um ruído igualzinho aos rádios dos carros da polícia quando os ouvimos a alguma distância e não conseguimos perceber o que estão a dizer, também em contínuo, assobiava, fazia pi-pi-pi e imitava os ruídos dos rádios da polícia. O raio do papagaio tem um manancial de sons inesgotável e reproduz todos com perfeição. À excepção de "olá" ainda não o tinha ouvido pronunciar palavras mas o "anda cá! anda cá! estás a ouvir?!?!" de hoje era perfeito com entoação e tudo.

sábado, 7 de setembro de 2013

COISAS DE QUE EU GOSTO - Exposição Freguesias de Lisboa - Passado e Futuro

Esta exposição, de entrada livre, está patente no edifício-sede da Câmara Municipal de Lisboa, na Praça do Município. Está organizada em núcleos correspondentes às freguesias que vão vigorar a partir das próximas eleições autárquicas e cada núcleo mostra a freguesia como vai ficar e uma pequena história do seu passado. Achei muito interessante, merecedora de uma visita
(O que segue podia estar num 'post' sob o título "COISAS QUE  NÃO ENTENDO")
Para meu espanto, e como (quase) sempre me acontece quando visito uma exposição, enquanto circulei por lá entraram mais alguns visitantes com um comportamento que não consigo entender o que vão fazer às exposições?!?!? Só se fôr para anotarem num caderninho as exposições onde entraram, repito, ONDE ENTRARAM, NÃO que visitaram. Desta vez entrou uma família, pais e três filhos adolescentes, deram a volta às salas à velocidade da luz, tão rápido que não tiveram nem tempo de ler os nomes das freguesias, e saíram. E entrou um senhor dos seus 70's anos que deu a volta às salas também em passo rápido parando em cada núcleo apenas o tempo suficiente para recolher um de cada dos postais-oferta disponibilizados  com a vista de satélite e fotografias de pontos de interesse presentes e passados de cada freguesia.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

COISAS DE QUE EU GOSTO - Miradouro do Arco da Rua Augusta

Já tinha tentado lá ir pouco depois da abertura ao público mas havia uma fila para entrar que dava a volta ao quarteirão e eu só espero em filas se fôr obrigada, portanto desisti nesse dia decidindo esperar que deixasse de ser novidade. Ontem passei por lá e como não havia fila nenhuma... entrei.

A primeira parte da subida é fácil, num rápido elevador. Depois tem de se subir uma escadinha em caracol até à sala do relógio (que não foi possível fotografar inteiro porque há um expositor no meio da sala, com a história do arco, que impede que nos afastemos o suficiente)  e depois outra escadinha, mais longa, estreita e encaracolada do que a anterior, até ao terraço-miradouro no alto do arco. As escadas deviam ter semáforos pois os cruzamentos de quem sobe com quem desce são bastante complicados, se houver um gordo a descer e outro a subir... algum deles tem de recuar. Mas ontem não havia gordos e os cruzamentos até acabavam por ser divertidos. Reparei numa coisa interessante, todos os visitantes que coincidiram comigo eram portugueses, isto apesar da cidade continuar cheia de estrangeiros.

E vale a pena a subida, a vista do miradouro é única, nenhum outro miradouro da cidade dá aquela perspectiva.

O RELÓGIO

O RELÓGIO

O SINO DO RELÓGIO

A PRAÇA DO COMÉRCIO

A SÉ

O CASTELO

A RUA AUGUSTA


A COLINA DO CARMO

A CÚPULA DO EDIFÍCIO DA CÂMARA MUNICIPAL E A PONTE 25 DE ABRIL

PRAÇA DO COMÉRCIO A POENTE COM CRISTO REI AO FUNDO

O CAIS DAS COLUNAS E O TEJO

PRAÇA DO COMÉRCIO A NASCENTE





domingo, 1 de setembro de 2013

A MINHA RUA É UM FARWEST - Muitos grãos na asa - cena 7

Ontem, cerca das seis da tarde, comecei a ouvir a voz tonitruante da vizinha borrachona. Fui à janela e ela estava a começar a cenaça do costume. Andava de um lado para o outro a trocar as pernas, sentava-se por vezes num dos bancos ou na beira duma das floreiras, que são mobiliário urbano nesta zona da rua, lata de cerveja na mão, bocas dirigidas não sei bem a quem, berros pela mãe. Pensei (temi, na realidade) que aquilo fosse ser em crescendo durante horas e horas. Passado um bocado ouvi um estrondo e um grito. Voltei à janela julgando que ela tinha sido atropelada. Não tinha, apenas se tinha estatelado ao comprido no chão com a bebedeira. Um vizinho do prédio dela que ia a sair com a família ajudou-a a levantar e enfiou-a para dentro do prédio dizendo-lhe para ir para casa. Ela entrou no prédio mas voltou a sair logo a seguir e voltou à conversa fiada e aos passos trocados para cá e para lá com algumas pausas sentada no banco ou na floreira. Mas algum tempo depois fui regar as ervas aromáticas que tenho junto à janela e olhando a rua vi-a a entrar no prédio. Achei que ia continuar a ouvi-la em casa a dar cabo do juízo à mãe, se não fosse a bater na mãe. Mas enganei-me na previsão, não voltei a ouvi-la nem em casa nem na rua. Desconfio que a dose de ontem envolveu algo mais do que cerveja, por muito que troque as pernas e ande aos bordos nunca a tinha visto estatelar-se redonda no chão, e também nunca a tinha visto recolher a casa e ficar calada no auge da bebedeira. Na realidade nem sei se chegou a casa ou se ficou caída nas escadas  a meio caminho do 3º andar onde mora?!?!? Mas fosse lá o que fosse que ela emborcou além da cerveja, acho boa ideia e espero que continue a emborcar, chateia muito menos, uma horita a refilar e a trocar as pernas na rua e depois... "apaga".