Saí, em Dezembro do ano passado, da casa onde vivia para
esta onde estou agora porque essa casa, um 3º e último andar de um prédio, com
uma renda actual, metia água por onde calhava sempre que chovia com alguma
intensidade. O problema tinha causas diversas, na maior parte era água que
transbordava das caleiras entupidas por fezes, ninhos, ovos e cadáveres de
pombo e se espalhava pelo forro do prédio entrando para a casa nos pontos onde
existiam fragilidades, noutros sítios as
causas eram outras, placas de cobertura mal isoladas, chaminé sem protecção. Depois
de um ano e tal em constante sobressalto de cada vez que chovia, com a casa
cada vez mais cheia de manchas de infiltrações e de humidade, e sem conseguir resolver o problema por mais
que me esforçasse e insistisse, a lei não
protege os inquilinos de senhorios vigaristas e os meus esforços esbarravam
sempre na enorme incompetência e laxismo e vigarice da Associação Lisbonense de
Proprietários, que fazia a gestão do prédio em representação do proprietário,
um emigrante residente nos EUA que nunca conheci, desisti de “lutar contra moínhos
de vento” e mudei de casa. Durante meses e meses a casa nem sequer voltou a ser
colocada no mercado de arrendamento. Agora, depois de uns meses de tempo seco, está novamente ocupada. Ou
seja, obviamente estiveram à espera do tempo seco para poderem disfarçar as
infiltrações com umas demãos de tinta e enganarem mais uns inquilinos incautos
como eu fui quando me mudei para lá, no final duma Primavera sem chuva, e não
havia sinal de infiltrações. Aposto que com a chuva que tem caído nos últimos
dias a casa já meteu água em vários sítios e coitados dos inquilinos, vão
acabar por se mudar tal como eu fiz a menos que não se importem de viver numa
casa cheia de humidade e em risco permanente de entrar mesmo água em pingos, provocando
estragos nos móveis ou electrodomésticos que levarem com eles. Só espero que não
sejam tão educados e honestos como eu, (que me limitei a não dar o aviso prévio de 4
meses, avisei que ia sair com menos de um mês de antecedência alegando a falta
de condições de habitabilidade da casa, que era real e eu tinha largamente
documentada com fotografias e testemunhas e troca de correspondência com a ALP),
e que fiquem mesmo a dever rendas, ou façam estragos antes de sair, ou partam a
cara a alguém da ALP, pois inquilinos do pioriu é o que os senhorios vigaristas merecem.
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