sábado, 5 de dezembro de 2015

A MINHA RUA É UM FARWEST - Dia de confusões



Pelas 10H30 estava a preparar-me para sair de casa quando ouvi sirenes de bombeiros a pararem aqui perto. Como sempre que isto acontece, não vá ser caso para eu fugir, fui à janela ver o que se passava. O carro dos bombeiros estava parado em frente ao prédio aqui ao lado e dele saltaram meia dúzia de bombeiros aos quais se dirigiu uma senhora muito aflita a dizer “É aquela janela, é aquela janela!”. Ouvi um dos bombeiros responder-lhe “Calma, calma, explique-nos lá o que se passa.” E entraram todos no prédio, senhora e bombeiros. Nesse momento chegou também uma ambulância. Saí da janela (não era caso para eu fugir) e passados alguns minutos saí de casa. Andei uns 100 metros para o lado oposto ao do prédio onde estavam os bombeiros para ir aos contentores da reciclagem e voltei para trás porque o meu destino era para o outro lado. Quando passei ao pé do prédio ainda estavam lá parados em frente o carro dos bombeiros e a ambulância, não havia fumo, nem fogo, nem cheiro a gás, não sei o que se passou, só imagino que alguém, ou velho e xéxé, ou muito criancinha, ou suicidário, se tenha trancado num quarto da casa e recusasse ou não pudesse sair de lá.



Quando regressei pela hora de almoço passei em frente à colectividade que promove a Marcha do Alto do Pina. Havia festa, montes de gente engalanada se dirigia para lá saída de automóveis estacionados por tudo o que era sítio, incluindo as paragens do autocarro. O passeio em frente à porta da colectividade estava vedado com grades e fitas e lá no meio um grande assador com um enorme porco a grelhar no espeto, espalhando cheiro de porco assado por vários metros ao redor. Se eu morasse no perímetro empestado de cheiro a porco assado ia lá pedir para me darem almoço, já que levava com o cheiro da comida era justo ter também direito a comê-la.



Já a meio da tarde comecei a ouvir uma data de vozes, na rua, “Vira tudo para a direita!”, “Vire as rodas, para o outro lado, para o outro lado!”, “Agora venha para trás, pode vir, pode vir, pode vir, alto!”, “Agora para a frente, vire as rodas para a esquerda!”, as vozes sobrepunham-se, uma confusão. Imaginei a cena mesmo antes de ir à janela vê-la mas ainda era melhor do que eu tinha imaginado. Uma condutora, obviamente com muito pouco jeito para manobras, tentava tirar o automóvel do estacionamento com muito pouco espaço porque estava entalado entre outros dois. A manobra não era impossível mas era de facto difícil. E as ordens e contra-ordens que lhe eram dadas, em altos brados e simultaneamente, por: as duas acompanhantes dela, três passantes (dois homens e uma mulher, moradores aqui na vizinhança próxima) e ainda duas velhotas nas janelas de dois andares do prédio em frente ao meu, só confundiam cada vez mais a senhora que andava com o automóvel para trás e para a frente, rodas para a esquerda, rodas para a direita, sem nunca conseguir colocá-lo na única posição em que podia sair. Fiquei na janela (como as velhotas, mas não gritei ordens, fiquei caladinha, só a observar). Finalmente a condutora desistiu, deu umas apitadelas valentes e depois saiu do carro e atacou no plano B, tentar saber de quem eram os outros automóveis para pedir que os afastassem para lhe dar espaço para tirar o dela sem manobras. Poucos minutos depois o dono de um dos automóveis saiu do mesmo prédio onde as velhotas estavam às janelas a mandar “bitaites” para a manobra e recuou o automóvel uns metros dando-lhe espaço de sobra para tirar o dela.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

DE PASSAGEM - (Estúpidos) inquéritos de rua



Sou abordada na rua por uma jovem que me pergunta se tenho cinco minutos disponíveis para responder a um inquérito. Respondo-lhe “Depende, se é para tentar vender-me alguma coisa no final não, não vou comprar nada, seja o que fôr, e portanto vamos só as duas perder tempo.” Garante que não é para me vender nada, que é apenas um estudo da Vodafone sobre publicidade. Acedo a responder-lhe. Faz-me perguntas básicas, idade, grau de escolaridade, profissão. E depois pede-me para a acompanhar dentro do hotel à porta do qual estamos. Pergunto-lhe para quê. Diz-me que para prosseguir o inquérito eu tenho de visionar publicidade e que é numa sala do hotel que têm instalados os computadores porque precisam de acesso à Internet  que não podem ter na rua. Contesto-a, dizendo que não têm mas podiam ter, há equipamentos portáteis e Internet portátil, mas acompanho-a dentro do hotel. Chegadas à dita sala sentamo-nos diante de um dos computadores e 5 minutos depois ela e a coordenadora, que está sentada diante de outro computador que está a funcionar como servidor dos outros, ainda não conseguiram pôr a dita publicidade a correr para eu visionar. Estão mais 3 inquiridos na sala, que já lá estavam quando eu entrei, e ainda ninguém está a visionar a dita publicidade. Entretanto, desde que ela me abordou a pedir 5 minutos do meu tempo até ao momento já passaram pelo menos 10 minutos. Digo-lhe “Pediu-me 5 minutos, eu acedi a disponibilizar-lhe 5 minutos,  já vamos em 10 ou mais e ainda nem conseguiu mostrar-me a publicidade,  na realidade devia ter-me pedido 20 minutos ou meia-hora e eu ter-lhe-ia dito que não. Portanto vou-me embora.”, e levantei-me, disse “Boa tarde.” e saí. Ela e a coordenadora ficaram à toa a balbuciar coisas tipo, “Tudo bem, se está com pressa, obrigada na mesma,”. E não sei se os outros inquiridos não saíram atrás de mim. Já me aconteceu outras vezes tomar posições em cenas similares e haver outras “vítimas” que me seguem.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

BANALIDADES - Azar e simpatia



Ia sair com um grande vidro (de um quadro) na mão, a caminho do vidraceiro onde ia pedir orçamento para um igual porque aquele estava com as pontas quebradas. Pousei-o no patamar para depois fechar a porta mas a porta decidiu adiantar-se e fechou-se na minha cara com as chaves lá dentro. Nem sequer tinha telemóvel porque estava sem carga nenhuma quando o peguei para sair e deixei-o a carregar já que não adiantava levá-lo sem carga. Resolvi ir fazer o que tinha a fazer e deixar para o regresso a solução do problema de como ia entrar em casa. Em última hipótese pedia a um vizinho para chamar os bombeiros mas não me apetecia nada, mete polícia e comprovativos de residência e ainda se paga um balúrdio (embora de outra vez – “BANALIDADES – Reacção automática” - não me tenha acontecido nada disso mas foi por sorte). No regresso fui ao café aqui do lado, onde me conhecem há muito tempo, muito antes de eu aqui morar porque tenho uma amiga que mora nesta rua há 40 e tal anos e comecei a ir a esse café com ela já há imensos anos, e perguntei se não conheciam um ladrão que pudesse vir abrir-me a porta. Os senhores do café, um casal dos seus setenta e tais anos, riram-se e disseram-me que ladrões não conheciam mas para eu ir à loja de ferragens da rua e falar com o senhor Fulano que ele se pudesse resolvia o problema. Respondi-lhes que já  me tinha ocorrido mas que o senhor Fulano não me conhecia de parte alguma e temia que ele pensasse que eu queria arrombar uma casa. Eles disseram para eu dizer que ia da parte deles. Lá fui. Apresentei-me ao senhor Fulano, disse que tinham sido os senhores do café a indicar-mo e ao que ia. Ele foi super solícito e simpático. Fechou a loja e veio comigo munido de uma radiografia mas foi-me dizendo que sabia como se fazia e porquê resultava mas que nunca tinha feito e não sabia se ia conseguir. Por sorte a entrada no prédio foi fácil porque estavam uns senhores a arranjar a fechadura que tem estado avariada impedindo a abertura através do automático. E depois foi quase uma hora de tentativas em que o senhor Fulano nunca desistiu e em que contei com a solidariedade de vários vizinhos que entretanto foram aparecendo (o que foi bom não só pela solidariedade mas também porque o senhor Fulano ficou com a certeza absoluta de que a casa era minha). Finalmente, UF!!!, o senhor Fulano conseguiu soltar o trinco da porta e eu voltei a ter acesso à casa. Melhor ainda o senhor Fulano não me cobrou nada pelo trabalho. Amanhã vou ao café agradecer terem-me recomendado o senhor Fulano e perguntar se ele costuma lá ir e o que costuma tomar para lhe deixar uns cafézinhos, ou o que seja, pagos em agradecimento.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

HISTÓRIAS ANTIGAS - A "fera" à solta



No bairro onde morei vários anos em Paço de Arcos, em dada altura comecei a ouvir histórias sobre pessoas atacadas por um cão boxer albino que os donos deixavam à solta pelo bairro. Ouvi algumas histórias na primeira pessoa, contadas por vítimas do cão, e muitas outras em segunda mão. Reparei num denominador comum estranho em todas aquelas histórias. Nenhuma das vítimas dos ataques do cão tinha sido mordida, as pessoas tinham-se magoado mas por caírem quando corriam a fugir do cão e ele as alcançava e se atirava a elas. Percebi a incongruência no dia em que eu própria tive um encontro imediato de terceiro grau com o dito cão.  Não tenho medo de cães mas, sem dúvida, foi assustador ver aquele cão corpulento a caminhar na minha direcção e a começar a correr desenfreadamente para mim  mal me viu. Mas não tendo medo de cães, não entrei em pânico, consegui raciocinar que ele corria mais rápido do que eu e lembrar-me de que ele ainda não tinha mordido ninguém, e não fugi. Pelo contrário, parei, encarei-o e comecei a falar com ele “Pára! Pára! Pára!”, ele foi abrandando a corrida e quando chegou ao pé de mim parou. Continuei a falar com ele, ele começou a abanar a cauda, fiz-lhe umas festinhas na cabeça e depois segui o meu caminho e ele seguiu o dele, nem sequer foi atrás de mim. Resumindo, o cão feroz era apenas um cão jovem e mal-educado que corria para as pessoas para brincar, como as pessoas desatavam a correr fugindo dele ele ia atrás e, claro, acabava por as alcançar e atirava-se a elas deitando-as ao chão. Depois ia embora tal como fez comigo. Não voltei a encontrá-lo até porque as vítimas conseguiram fazer queixa dos donos e ele deixou de andar à solta pelo bairro.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A MINHA RUA É UM FARWEST - A culpa foi sua



No pedaço de rua onde eu moro o passeio de um dos lados é larguíssimo e metade dele é usado como estacionamento. Nunca percebi se é estacionamento legal ou ilegal porque se, por um lado, os pequenos postes metálicos que impedem o acesso dos automóveis aos passeios estão, desse lado da rua, colocados a meio do passeio, permitindo aos automóveis o acesso à metade de fora do passeio, por outro lado a PSP aparece de quando em vez e bloqueia todos os automóveis que aí estão estacionados. Esta manhã, pelas 8H30, uma jovem que estava a sair com o seu carro, em marcha trás, do tal “não sei se é estacionamento ou não”, bateu noutro carro, que circulava na rua, conduzido por um jovem. Não vi o momento do embate e os estragos não são por aí além, só um pedacinho de chapa ligeiramente amolada no carro que ia a passar. A mim, dado a amolgadela ser no pára-lamas da roda traseira do carro que circulava na rua, parece-me evidente que a responsabilidade é da jovem que estava a sair de marcha-atrás do estacionamento, agravada pelo facto do estacionamento para a polícia não ser estacionamento ou não viriam bloquear os automóveis de vez em quando. Mas ela não assumiu a responsabilidade e lá ficaram, primeiro a discutir, depois à espera da polícia que levou mais de 2 horas para chegar. Ainda lá estão, agora já com a polícia. E entretanto os autocarros da carreira que passa aqui na rua vão fazendo fila porque se os automóveis conseguem continuar a passar mesmo tendo de fazer algumas manobras perigosas, os autocarros não conseguem mesmo passar. E suspeito que a jovem que ia a sair do estacionamento não só vai ter de assumir os estragos que fez no outro automóvel como ainda vai pagar uma multa por estacionamento em local proibido.

domingo, 4 de outubro de 2015

BANALIDADES - Puto reguila

Na fila da caixa do supermercado atrás de mim um puto de uns 4 anos, acompanhado da mãe e da avó. Tenta apanhar tudo o que é doçaria dos expositores que todos os supermercados têm ao pé das caixas. A mãe não deixa e diz-lhe que doces lhe fazem mal. Ele olha para mim, de dedo apontando-me, e diz-me "Não podes comer doces, fazem-te mal.", respondo-lhe que não gosto de doces e que é verdade, fazem mal a toda a gente. Entretanto chega a minha vez de ser atendida e, enquanto me atende, a senhora da caixa, que nitidamente já conhece o puto, diz-lhe "Olá! Estás bom?", ele responde "Não!" e ela diz-lhe "Não sabes dizer mais nada? Sempre não e não e não...", ele responde "Olha que eu vou-te bater...". Ela acabou de me atender e antes de começar a passar as compras deles levantou-se, foi ao pé do puto, baixou-se e disse-lhe "Queres bater-me? Vá lá, bate.", e ele "Não, não, não, não quero, não quero, não quero!", e ela perguntou "E dar-me um beijinho?", ele sorri e dá-lhe um beijo. De rir, um verdadeiro "é só garganta".

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

BANALIDADES - A rapariga da camisola azul



Meia-noite e meia. Fui para a janela observar a rua enquanto aguardava que o meu computador finalizasse umas actualizações para poder desligá-lo e ir dormir. Mal cheguei à janela vi-a a atravessar a rua do lado do meu prédio para o outro lado. Aparentava uns vinte e tal, trinta anos. Vestia uma saia branca, justa, com um comprimento ligeiramente acima dos joelhos, uma camisola polo de mangas compridas azul escura e uns mocassins pretos rasos. Não usava nenhuma carteira, nem saco, nem mala. Se tinha algum objecto com ela. tinha de ser algo suficientemente pequeno para estar enfiado em algum bolso ou fechado na mão. Era morena com cabelo preto liso a rasar os ombros e aparentemente bem tratado. Quando chegou ao outro lado da rua olhou para um dos prédios e disse “Olá! Olá!”. Pensei que estava a falar para alguém numa das janelas mas olhando o prédio percebi que todas as janelas estavam com as persianas fechadas e que o mesmo acontecia no prédio ao lado. Ela entretanto deu uns passos e ficou em frente desse outro prédio,  parada no meio do passeio, de braços cruzados, olhando para um lado e para o outro e fixando insistentemente todas as (poucas) pessoas que passavam até desaparecerem do seu raio de visão. Depois caminhou pelo passeio para o outro lado. E parou em frente à porta de outro prédio, olhando a porta, e lá ficou uns bons minutos. Depois continuou a caminhar, lentamente e de forma errática, pelo passeio, pelo meio da rua, de um lado da rua, depois do outro. Até que parou em frente a outro prédio já a bastante distância daqui. Enquanto ela estava aí “plantada” vi aparecer vindo do cruzamento um homem. Que mal virou aqui para a rua se escondeu no vão da porta de um café àquela hora encerrado. Depois atravessou a rua para o lado do meu prédio e começou a caminhar em passos lentos e rentinho à parede. Tive a sensação de que estava a observar a rapariga sem querer ser visto por ela. Quando ele se aproximou aqui do prédio tive quase certeza absoluta porque ele foi lentamente até à beira do passeio espreitar (do meio do passeio não conseguia ver o ponto onde ela se encontrava porque há uns prédios que têm uns jardins na frente cujos muros e arbustos tapam a visão). E também percebi que o conhecia. É filho, e ajudante, de um pedreiro que mora numa rua aqui próxima e que algumas vezes fez obras em casa duma amiga minha que mora aqui. Conheço-o porque já várias vezes o encontrei quando estava com essa minha amiga, e fixei-o porque tem uma figura fácil de fixar, é muito alto e magro com cabelos encaracolado e barba, e vejo-o várias vezes a circular por aí. Ele voltou para trás, sempre rente às paredes, parou um bom bocado a uns dois prédios daqui e depois voltou a atravessar a rua e a esconder-se na porta do café e poucos minutos depois foi-se embora por onde tinha vindo. Todo este tempo a rapariga esteve sempre parada no mesmo sítio. Pouco depois de ele ter ido embora ela recomeçou a sua caminhada lenta e errática desta vez de lá para cá. Às tantas um automóvel comercial parou em frente a uma padaria que fica a quatro ou cinco prédios de distância  do mesmo lado da rua do meu prédio. Ela circundou o automóvel por duas ou três vezes, primeiro ainda com o ocupante dentro do automóvel, depois já com ele fora do automóvel a retirar coisas da carga. Finalmente dirigiu-se a ele. E quando ele se dirigiu ao prédio com a carga ela foi atrás. Por causa dos muros e arbustos que já referi eu, apesar de estar de alto, também não consigo ver as entradas desse prédio que fica imediatamente a seguir. E o meu computador tinha entretanto terminado as actualizações e eu fui dormir. 
(Saravá Pedro Homem de Melo autor de "O rapaz da camisola verde" que me inspirou para o título desta publicação).

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

HISTÓRIAS ANTIGAS - Como é possível?!?!?



Um dia, há muitos anos, na rua onde eu morava disparou um alarme dum carro, daqueles tipo buzina de camião, por volta da meia-noite. E uma hora depois ainda continuava a buzinar. Eu queria ir dormir e a primeira coisa que pensei foi chamar a polícia. Mas já farta de ser sempre eu a ter de me chatear a chamar a polícia, apesar de existirem mais milhentos incomodados, e sendo o meu quarto para as traseiras da casa, um pátio privado e oposto à rua onde estava a buzina, decidi fechar totalmente todas as janelas e estores e portas interiores e enfiar uma almofada em cima da cabeça, medidas que eliminaram para mim o barulhão do alarme, e deixar a solução do problema para os outros incomodados sem recursos iguais ao meu para resolver o incómodo, os (muitos) vizinhos que tinham os quartos virados para a rua. No dia seguinte de manhã, quando saí no bairro,  fresca e bem dormida, encontrei imensos vizinhos, ensonados e cheios de olheiras, a queixarem-se de dores de cabeça e a lamentarem-se porque não tinham conseguido dormir nada à conta da buzina que, segundo disseram, tinha atroado os ares ininterruptamente até às 7 da manhã. E – como é possível?!?!!? -  nenhum desses, muitos, lamentosos ensonados tinha feito absolutamente nada para tentar parar aquela barulheira.

domingo, 20 de setembro de 2015

HIATÓRIAS ANTIGAS - Vizinho estranho



Morei durante muitos anos em Paço de Arcos. Em dada altura foi morar para o andar debaixo um casal um pouco estranho. Vestiam-se como 'hippies' dos anos 60, apesar de estarmos nos  anos 90 e deles terem no máximo 30 anos de idade, tinham filhos atrás de filhos, quando cruzávamos respondiam ao meu cumprimento sempre com os olhos no chão, ele ausentava-se periodicamente por bastante tempo.

Quando já tinham 4 filhos houve uma noite em que ele me foi tocar à campainha logo depois do jantar, 20H30 mais coisa menos coisa. Cumprimentou-me e disse que precisava falar comigo e eu, parva, embora não conseguindo vislumbrar nenhum assunto, mandei-o entrar. Sentados na minha sala ele começou com uma conversa que eu nem estava a acreditar porque era de loucos. Disse-me que tinha energias negativas em casa e que como se dedicava à magia branca achava que as energias negativas só podiam estar a vir de alguém nas proximidades que se dedicava à magia negra. Como eu recebia muitas pessoas achava que era eu que fazia sessões de magia negra e que era daí que iam as energias negativas para a casa dele. Entre o preocupada por estar sózinha, em minha casa, com uma pessoa mentalmente desequilibrada e o perdida de riso com a história, lá lhe respondi que não fazia magia de espécie nenhuma e que as pessoas que recebia em casa eram simples amigos que vinham jantar, conversar, tomar um café. Mas não resisti a acrescentar que achava que aquela visita dele para me fazer aquela pergunta não servia para nada,  ele não tinha como saber se o que eu lhe respondera era verdade. Lançou-se num discurso em que começou por afirmar que sabia que eu tinha dito a verdade porque sentia que eu tinha dito a verdade e continuou por ali fora a falar de magia branca e magia negra, coisas sem nexo nenhum (nem mesmo no universo da magia) e que às tantas já iam na prática de sexo tântrico que dizia ter com a mulher. Eu continuava entre o preocupado e o divertido e a pensar como ia livrar-me dele  quando fui salva pelo telefone. Era um amigo meu a dizer que estava ali perto e a perguntar se podia passar lá por casa. Eu disse que sim, o meu vizinho “nuts” percebeu que eu ia receber alguém e despediu-se e foi embora.

Alguns dias depois, mais ou menos pela mesma hora, eu estava  a ler, ele voltou a tocar-me à campainha. Quando abri disse-me que só tinha vindo saber se eu estava bem porque me tinha ouvido gritar. Respondi-lhe que não tinha gritado, que estava tudo bem, agradeci e despachei-o. Mas  fiquei mesmo preocupada com a loucura do homem. Porque nem eu tinha gritado nem ninguém tinha gritado na vizinhança, eu estava a ler com a casa em completo silêncio, sem música nem TV ligadas, se alguém tivesse gritado algures na vizinhança eu também teria ouvido. E eu não tinha ouvido grito algum, nada, ninguém tinha gritado.

Mais uns dias passados, 4 da manhã,  sou acordada pela campainha da minha porta a tocar “a fogo”. Levantei-me assarapantada, vesti qualquer coisa rapidamente e fui à porta. Era a polícia acompanhada pelo vizinho. Abri, convencida de que algo de grave estava a acontecer no prédio. Os polícias, mal eu abri a porta devem ter logo percebido que o vizinho não regulava bem. Tinha sido ele a chamá-los porque eu estava a ameaçá-lo de morte. Respondi-lhes que, como com certeza já tinham percebido, eu estava a dormir e não a ameaçar ninguém e, claro, eles pediram desculpa e foram embora.

Voltei a dormir e quando acordei de manhã lembrei-me da cena. Mas achei-a tão “fora” que estive uns bons minutos sem conseguir ter a certeza se tinha acontecido ou se eu tinha sonhado , “É tão real... aconteceu mesmo”, “Não, não pode ser, devo ter sonhado”, “Mas é mesmo real, acho que aconteceu”, “Eu ando preocupada com o vizinho se calhar sonhei”. Fiquei certa de que era real, tinha acontecido, quando reparei que tinha os óculos ali ao pé da cama. Uso lentes de contacto e só costumo usar os óculos desde que me levanto até sair para o trabalho e, por isso, o sítio dos óculos é na casa de banho, onde os coloco depois de lavar a cara ao levantar-me, e os retiro quando coloco as lentes antes de sair. Portanto ter os óculos ao lado da cama era sinal de que os tinha usado durante a noite e a única explicação para isso era a cena ter sido real e não um sonho pois não sou sonâmbula. Fiquei FURIOSA!!! O homem era de certeza maluco e eu não estava para o aturar e tinha de lhe dar um basta. Quando saí de casa parei no andar de baixo e toquei mas ninguém me atendeu. Fui trabalhar e ao fim do dia estava ainda mais furiosa com o assunto do que de manhã. Voltei a tocar no andar de baixo quando regressei a casa. Ele respondeu-me de dentro de casa, disse que no momento não podia abrir, eu identifiquei-me e disse que queria falar com ele e ele disse que logo que pudesse ia a minha casa. Apareceu uns minutos depois. Muito simpático, todo sorrisos “Quer falar comigo aqui na sua casa ou quer vir à minha?”. Respondi-lhe: “Nem uma coisa, nem outra. Falamos aqui mesmo à porta pois o que tenho para lhe dizer é curto. O senhor já anda a aborrecer-me há muito tempo, foi a história da magia negra, depois foi a história do grito, mas ontem ultrapassou todos os limites com a cena das ameaças de morte às 4 da manhã. Portanto fica avisado, não vem mais tocar-me à porta por razão alguma pois se vier sou eu quem chama a polícia para dar queixa de si. Adeus.” E fechei a porta.

Ele não voltou a aparecer à minha porta. Passado pouco tempo ausentou-se por longos dias. Quando voltou não saía para trabalhar e andava muitas vezes na rua, para trás e para a frente, descalço, de tronco nu, sujo, desgrenhado. Algum tempo depois voltou a ausentar-se e durante essa ausência veio a mulher bater-me à porta. Abri temendo que fosse outra loucura qualquer. Mas não era. Era sim a explicação – já adivinhada – das loucuras anteriores. Disse-me que o marido sofria de uma esquizofrenia grave, que estava cada vez pior, que tinha a casa toda preta de fumo de vela das “magias” dele, que ela já não aguentava mais e estava a tentar divorciar-se, que o marido não queria o divórcio e que o psiquiatra que o acompanhava  também achava que o divórcio era mau para ele, e por isso vinha pedir-me para, caso precisasse, eu testemunhar a favor dela contando as maluqueiras que ele aprontara comigo. Disse-lhe que sim mas – felizmente – não foi preciso. Ele não voltou a aparecer (suponho que tenha ficado internado) e alguns meses depois ela e as crianças também se mudaram.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

DE PASSAGEM - Estereótipos

Estava eu sentada num banco de jardim comendo uns bolinhos de queijo (de São Jorge, comprados no Espaço Açores, muito bons) quando um homem veio sentar-se no banco ao meu lado. Eu estava mesmo alapada no meio do banco e cheguei-me mais para a ponta oposta, para lhe dar mais espaço e ficar também eu com mais distância dele. Ele disse "obrigado" e eu respondi "de nada". Depois reparei que ele estava com um cigarro e um isqueiro na mão, nitidamente hesitando em o acender dada a minha presença e o facto de eu estar a comer. E disse-lhe "Pode fumar à vontade, sou fumadora, não me incomoda que fume mesmo eu estando a comer.". Ele fez um ar espantado e disse "Fala português muito bem." Eu ri-me "Claro! Sou portuguesa.", e ele "É???? Não parece nada!". Ainda tentei que ele me explicasse porque é que eu não parecia nada portuguesa mas ele apresentou-se "João Smart" e lançou-se numa converseta de que falava inglês "very good", que o pai dele era inglês (daí o "Smart") e etc.. Fui-lhe dando alguma  "trela" (pouca, só o suficiente para manter a conversa, que me estava a divertir, mas sem dar azo a esticanços) e algum tempo depois ele foi levado por um amigo que queria que ele o acompanhasse não sei onde. Mas sei perfeitamente porque é que ele achou que eu não era portuguesa. Porque o estereótipo da portuguesa cinquentona não anda a passear sózinha,  não se senta a comer um farnel num banco de jardim, quem faz isso são as estrangeiras turistas ou residentes.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

DE PASSAGEM - A história estava mesmo mal contada

Isto também podia chamar-se "eu dava um bom investigador criminal", eh! eh! Em 24 de Abril passado publiquei uma mensagem "DE PASSAGEM - História mal contada", sobre um assassínio acontecido na Rua Morais Soares. Na altura achei que a história contada pela filha da vítima tresandava a mentira e que tinha sido ela própria a matar o pai. BINGO! Acabo de ver uma notícia sobre o assunto e foi isso mesmo que a polícia concluiu. Matou o pai para o roubar e depois engendrou a história do homem das telecomunicações que a tinha agredido e deixado KO mal ela lhe abriu a porta.

COISAS QUE EU DETESTO - Falta de condições para ser peão

Fiz um trajecto a pé do Saldanha até ao Rossio indo pelas ruas paralelas à Fontes Pereira de Melo até à Rua de São Sebastião da Pedreira, que desci, seguindo pelas ruas de Santa Marta e São José. E encontrei várias situações de travessia de peões de um total absurdo, que obrigam os peões a atravessar em risco ou a ter de dar voltas e reviravoltas para atravessar em segurança. Uma das travessias, junto a um cruzamento de 3 ruas,com passadeiras e semáforos, obriga o peão a atravessar metade da rua até ao passeio central, depois a atravessar o corte do passeio central correspondente à passagem de automóveis do cruzamento, depois atravessar para a "ilha" de passeio entre as outras duas ruas e atravessar novamente sendo que lhe é apenas permitido atravessar para um dos lados de qualquer uma dessas ruas. Ou seja, se o peão apenas quer atravessar a rua que tem o passeio central, onde circula, bem pode andar mais uns bons metros até outra passadeira porque naquela não tem como. E se quiser ir para uma das outras ruas é obrigado a ir para a direita de uma e para a esquerda da outra tendo também de andar uns bons metros para atravessar em segurança para o lado oposto. Noutro cruzamento/entroncamento o peão que circula do lado da rua onde a outra entronca não tem passadeira nem para atravessar essa rua nem para atravessar para o outro lado da rua onde circula, se quiser atravessar numa passadeira, ou volta para trás muitos metros, ou tem de ir até ao fundo da outra rua, atravessar e voltar a fazer toda a rua. E na travessia de outro cruzamento, entre 4 ruas, com passadeiras e semáforos que permitem ao peão ir de um lado ao outro linearmente seja qual fôr o trajecto que quer seguir, de um dos lados a passadeira está exactamente em frente a uma garagem de um prédio (de onde, durante os minutos que eu esperei que o sinal ficasse verde para mim, sairam três automóveis) obrigando o peão a esperar desviado do local de travessia, e do outro lado grades colocadas pela polícia a sinalizar um buraco no passeio impediam totalmente a circulação no dito passeio (apesar de o buraco não ocupar o passeio todo) e ainda havia um automóvel estacionado mesmo no local da grade, por acaso uma curva no cruzamento oblíquo de duas das ruas, que obrigava o peão a circular pelo meio da rua.
Além disto, ainda me deparei com vários, muitos, troços de passeio totalmente obstruídos, por estacionamento, por obras, ou por prédios em risco de ruína ou buracos no piso. É assim que Lisboa trata os seus peões. E depois admiram-se que haja um enorme quantidade de atropelamentos e pouca gente a andar a pé.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

COISAS DE QUE EU GOSTO - O à vontade dos putos

Num café, uma senhora que estava sentada ao balcão com duas crianças, um menino e  uma menina, de uns 7 ou 8 anos, vem perguntar se eu estou para sair, para ficar atenta e vir ocupar a mesa onde estou sózinha logo que eu saia, pois ficou no balcão porque as mesas estão todas ocupadas mas preferia estar numa mesa. Eu estou, de facto, quase a sair mas digo-lhe que não precisa esperar que eu saia, que podem vir os três sentar-se ao pé de mim. Eles vêm. e os putos sentam-se primeiro, à minha frente, porque a senhora ainda fica para trás  a trazer do balcão para a mesa o que eles estavam a comer e beber. O menino, assim que se senta, no lugar mesmo à minha frente, diz-me, olhando para mim olhos nos olhos e tratando-me por tu, como se eu fosse uma velha conhecida, "Sabes?!? Eu tenho um traumatismo craniano.", respondi-lhe "Como fizeste isso? Bateste com a cabeça onde?" e ele "Caí das cavalitas de um amigo." Entretanto a senhora também se sentou e eu disse-lhe "Ele contou-me que fez um traumatismo craniano, é a aventura do dia dele." Ele corrigiu-me logo o "fez", "Eu TENHO um traumatismo craniano, ainda tenho!". Conversei mais um pouquinho, também com a senhora, que também se mostrou à vontade para conversar com uma desconhecida, e depois fui embora. Mas adorei aquele à vontade, que eu também tenho, embora tenha 8 anos mais 50, mas que a maior parte dos adultos não tem. Já por várias vezes ofereci a mesa onde estou sózinha a desconhecidos que estão à espera e depois, para não ficarmos todos calados numa situação desconfortável para quem está a partilhar uma mesa, sou eu quem tem de puxar conversa. E se por vezes depois de eu "puxar" a conversa flui, outras vezes nem eu "puxando", fica mesmo incómodo e eu fico com vontade de dizer às pessoas que "desofereço" a mesa! Nunca disse mas ainda alguma vez vou dizer...

sábado, 13 de junho de 2015

A MINHA RUA É UM FARWEST - A minha marcha é linda!

A marcha do Alto do Pina foi a marcha vencedora da edição das marchas populares de Lisboa deste ano. Não sei onde (felizmente) estiveram até às 7 da manhã mas desde essa hora que grupos de marchantes e apoiantes, vestidos com as T-shirts da colectividade, circulam pelo bairro a gritar, a cantar, a buzinar em automóveis. O que mais gostei foi o reportório que usam, "Alto do Pina, olé!", "Alto do Pina, o maior de Portugal!", "E é, e é, e é, Alto do Pina é que é!" e... "Atirei o Pau ao Gato" e Hino Nacional.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A MINHA RUA É UM FARWEST - Pocotó-pocotó-pocotó!

5 da manhã. Sou acordada por um pocotó-pocotó-pocotó na rua. Um cavalo a galope? Em plena cidade de Lisboa? Algum maluco que tem um cavalo e resolve aproveitar as horas mortas de trânsito para galopar pelas ruas? Ainda nem tive tempo de voltar a adormecer, pocotó-pocotó-pocotó! Os únicos cavalos que alguma vez vi em Lisboa (além dos da procissão da Senhora da Saúde) são de patrulhas da GNR, passavam em outras ruas onde morei, mas andavam a passo ou a trote ligeiro e nunca às 5 da manhã. E de novo, pocotó-pocotó-pocotó! Penso em levantar-me e ir à janela ver se o pocotó-pocotó-pocotó é mesmo um cavalo a galope, ou apenas um som proveniente de algum emissor de "sound-effects", (há uns parvos por aí com buzinas que são relinchos de cavalo, quem sabe se também há buzinas que são galope de cavalo?). Mas não me apetece levantar e ser um levantar em vão por o pocotó-pocotó-pocotó nem voltar a ouvir-se. Mas volta a ouvir-se, mais duas ou três vezes ouvi o pocotó-pocotó-pocotó, parece algum cavaleiro que anda às voltas, galopando com o seu cavalo, e passa aqui na rua a cada volta. Não fui ver. Mas se voltar a acontecer irei logo ao primeiro pocotó-pocotó-pocotó.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

DE PASSAGEM - Crime na rua?

Vi o carro dos bombeiros ao longe, mal entrei na rua. Era um auto-tanque dos pequenos e estava parado vertical ao passeio junto ao 2º cruzamento, precisamente o cruzamento  com a rua que era o meu caminho. Não havia nenhum cheiro a queimado e como junto a esse cruzamento há um café pensei que os bombeiros tivessem ido comer ou beber algo no regresso de algum serviço (alguns minutos antes vira um tripulante de uma ambulância do INEM sair de um McDonald's carregando sacos e entrar na ambulância parada lá à porta). Mas à medida que me fui aproximando reparei que do outro lado da rua estavam vários polícias e também alguns mirones. E ao chegar mesmo ao local vi que do lado da rua onde estavam os polícias (eu estava a caminhar pelo lado oposto, o lado onde estava o carro dos bombeiros) havia uma zona de passeio isolada com fitas e no meio dessa zona a maior quantidade de moscas que eu já alguma vez vi cobria uma área do passeio de bom tamanho, diria mesmo do tamanho de um corpo humano. Um dos mirones estava a dizer para outro "Muito mau, isto não se faz nem a um cão.". Podia ter perguntado a um dos mirones, ou a um dos polícias, o que se tinha passado (não tenho nenhum problema em perguntar seja o que fôr seja a quem fôr, e muitas vezes pergunto, o pior que pode acontecer é não me responderem, ou mandarem-me a algum sítio feio). Mas hoje não me apeteceu, resolvi ficar só com as minhas deduções. Alguém foi barbaramente agredido naquele local, sobreviveu à agressão e foi transportado para o hospital, a polícia, PSP, devia estar à espera de polícia de investigação criminal e os bombeiros à espera que a polícia liberasse o local para poderem limpar a rua pois certamente aquelas centenas, ou mesmo milhares, de moscas estavam a cobrir uma enorme mancha de sangue. Levando as deduções mais longe suspeito que o agredido tenha sido um velho sem-abrigo que já várias vezes vi pelas esquinas daquele cruzamento. Talvez venha a confirmar as minhas deduções com alguma notícia do Correio da Manhã que adora noticiar histórias de sangue e que parece que tem um repórter em cada esquina do país (no momento não estava lá ninguém do CM mas podia já ter estado ou ter chegado depois).

sexta-feira, 5 de junho de 2015

BANALIDADES - Tri-tri-tri

Estou sentada na sala e começo a ouvir, vindo da rua, um barulho que parecia vidro partido a ser varrido. Não liguei, achei que alguém tinha quebrado algo de vidro e estava a varrê-lo ou algo no género. Mas o ruído prosseguiu e prosseguiu e prosseguiu e fui à janela cuscar. Não era vidro. Era um homem, dentro duma carrinha, a remexer num caixote cheio de pequenas peças metálicas que à distância da minha janela não consegui identificar, suponho que seriam parafusos, porcas e coisas no género. Saí da janela e voltei ao que estava a fazer mas o incrível - e estranho - é que o ruído de tri-tri-tri continuou por quase uma hora. Que raio é que o homem estava a procurar naquele caixote? E será que encontrou? Ou desistiu?

terça-feira, 2 de junho de 2015

DE PASSAGEM - Turistas tótós



Subindo a Rua Barata Salgueiro, ao chegar ao cruzamento com a Rua do Salitre e a Rua Nova de São Mamede, sou abordada por um casal de turistas que me pergunta, em inglês, se para irem para o “Botanic Museum” devem ir para a direita, pela Rua do Salitre, ou em frente, pela Rua Nova de São Mamede. Respondo-lhes, em inglês, para subirem a Rua Nova de São Mamede. Que eu também ia subir, mas eles caminhavam mais rápido e ultrapassaram-me uns bons metros. Quando cheguei ao Largo de São Mamede vi-os, tipo “baratas tontas”, parados na beira do passeio, a olhar para a esquerda e para a direita, já posicionados mais para a direita do que para a esquerda. Como  no cruzamento da Rua Nova de São Mamede com a da Escola Politécnica existe um letreiro a indicar o Museu para a esquerda ainda pensei em me ralar para eles já que se não tinham visto o letreiro era por serem tontos. Mas resolvi ter pena dos tontos e, como também eu ia para a esquerda não me apetecendo levar a simpatia tão longe ao ponto de andar para a direita para ir ter com eles, chamei-os, gritando “Hei!” - ;) – e indiquei-lhes, apontando, que era para a esquerda que deviam ir. Eles aproximaram-se e eu expliquei-lhes, mais uma vez em inglês, que encontrariam o museu do lado esquerdo um pouco adiante. Acho que eles só perceberam os gestos que adicionei à fala quando me apercebi de que eles não estavam a entender patavina do que eu lhes dizia. Não sei que raio de origem tinham estes turistas. De um país de língua inglesa não eram certamente pois apesar de me terem abordado em inglês não dominavam a língua inglesa (e não, não é problema meu, o meu inglês pode não ser perfeito mas também não é assim tão mau). E tontos eram de certeza, não prestavam atenção à sinalética e também não tinham um mapa, o que certamente não é a melhor maneira de andar a explorar uma cidade desconhecida.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

DE PASSAGEM - Procissão de Nossa Senhora da Penha de França

Este ano falhei as "minhas" duas procissões lisboetas, a da Senhora da Saúde que além de levar cinco imagens em 5 andores ainda leva um santo cavaleiro, e a de Santa Rita de Cássia que não leva nenhuma imagem nem nenhum andor, apenas as relíquias da santa num relicário carregado por um padre.

Mas ontem topei com uma procissão ao fundo da rua. Imaginei logo que seria a de Nossa Senhora da Penha de França porque a igreja respectiva fica nas proximidades.

Acelerei o passo para ultrapassar a procissão e depois parar a vê-la passar.

Leva 3 andores, São João Batista, Santo António e, claro, a Nossa Senhora da Penha de França que tem um Menino Jesus ao colo ambos com cabelos de cabelo.

Montes de povo a acompanhar mas não gostei desta procissão. Além de levar 3 imagens, o que é vulgar em procissões, tem umas modernices parvas que estragam a graça toda à procissão, o Santo António é transportado num carro de bombeiros enquanto o São João Batista e a Senhora da Penha de França são transportados ao ombro. E pior, levam lá pelo meio uma carrinha com altifalantes a debitar Avé-Marias umas atrás das outras só parando quando a Banda de Música cumpre a sua função e toca. Não percebi de onde era a Banda, não tinha estandarte e não consegui ler os emblemas que tinham nas camisas.

Só achei graça a  ter topado com a procissão por mero acaso, mas não é procissão a incluir na minha lista.

terça-feira, 12 de maio de 2015

COISAS QUE NÃO ENTENDO - O comportamento dos peregrinos

Das milhentas notícias que por esta época do ano sempre inundam os média portugueses por causa do culto mariano de 13 de Maio em Fátima, houve algumas que este ano me deixaram estupefacta. Os peregrinos que morreram atropelados por um automóvel que se despistou. Independentemente da responsabilidade do energúmeno que conduzia o automóvel, alcoolizado, sob o efeito de drogas e em excesso de velocidade, não percebo porque é que os peregrinos insistem em usar estradas para fazerem o percurso quando têm percursos pedestres alternativos, não percebo que aleguem que esses percursos alternativos são mais longos, afinal vão a pé por fé e sacrifício, não têm fé suficiente nem capacidade de sacrifício suficiente para fazerem mais 10 ou 15 ou 20 quilómetros? Estranha fé e estranha noção de sacrifício. Também não percebo porque é que as autoridades rodoviárias não os proíbem de ir pelas estradas, deviam proibir, e multar e retirar das estradas os que desobedecessem. E a que achei a mais incrível de tudo: um grupo de peregrinos, entrevistado por uma TV.  Indagados se não tinham medo de andar na estrada depois do que tinha acontecido ao outro grupo que foi atropelado, responderem que não tinham medo porque Nª Sra. de Fátima os protegia. Para mim esta resposta infere que Nª Sra. de Fátima não protegia os que foram atropelados e morreram, infere que eles se considerem merecedores duma protecção que os outros não mereciam, demonstrando uma arrogância que é seguramente pecado pois até para quem, como eu, não é religioso é  mau-carácter. Ou então é estupidez, que sempre é menos mau e que será certamente perdoado pela religião católica, "Perdoai-lhes senhor porque não sabem o que fazem", no caso "o que dizem".

quarta-feira, 6 de maio de 2015

A MINHA RUA É UM FARWEST - Blaaammm!!! Blaaammm!!!

Agora mesmo, BLAAAMMM!!! BLAAAMMM! foi o que ouvi sentada na minha sala. Suspeitei que teria sido um estampanço no cruzamento aqui perto. Fui à janela. E... exactamente! Mas estranhamente em vez de dois, (ou três, dada a sucessão de Blaaammm's), carros batidos só vejo um carro com a traseira bem enfiada num poste. E já um monte de gente à volta e até um polícia. Que só podia ir a passar, ou estar por perto por outra razão, pois desde os Blaaaammm's até eu espreitar à janela não deu tempo de ninguém chamar a polícia nem, muito menos, da polícia chegar. Mas certamente houve outro carro interveniente no estampanço que deve estar já na rua que cruza com esta, não visível da minha janela, e que deve ter dado uma porrada no que está enfiado no poste, cujo condutor perdeu o controlo com a pancada e enfiou o carro no poste. Só assim se explicam os dois Blaaammm's, o primeiro entre os dois carros o segundo do carro no poste. E também certamente alguém ignorou um sinal vermelho, o cruzamento tem semáforos e estão a funcionar, ou a proibição de virar à esquerda para entrar aqui na rua. Condutores bestas quadradas e um perigo para os peões, o poste está no passeio na zona onde os peões esperam para atravessar, algum peão podia ter sido facilmente atingido. Por sorte parece que não estava lá nenhum e também ninguém nos automóveis ficou ferido, não vi ninguém a ser acudido nem veio nenhuma ambulância, só mais polícia e bombeiros para limparem a rua, foi só lata, mas o estrago de lata foi e tanto pelo menos no automóvel que está a "abraçar" o poste.

sábado, 2 de maio de 2015

A MINHA RUA É UM FARWEST - Quer partir o ginásio

Agora à tarde um sarrabulho de todo o tamanho na rua. Entre um homem e uma rapariga. Deu para perceber que eram pai e filha. E que o homem estava – está (a cena ainda não teve o ponto final) – com uma grande bebedeira. Gritaram, bateram-se, insultaram-se. Isto tudo em frente ao ginásio que há no prédio aqui ao lado, e que o homem ameaçava que ia partir, e perante uma montanha de outras pessoas, homens e mulheres, que o seguravam quando a coisa se descontrolava. Às tantas apareceu uma mulher, em passo acelerado pela rua fora e foi meter-se na confusão, era a mulher/mãe daquela família maravilha. Os insultos e as agressões passaram a ser a três, o homem contra a filha e a mulher, e as ameaças de que ia partir o ginásio continuavam. Puseram uma data de alarmes de carros a tocar porque iam contra eles, a rapariga ia embora e ele acalmava um pouco mas ela logo voltava para trás e recomeçava a confusão. Finalmente, não sei como, elas desistiram e foram embora e poucos minutos depois chegou a polícia. Agora a polícia já foi embora e ele está já longe do ginásio acompanhado de um grupo dos homens que estavam à volta da cena, e da filha que reapareceu, mas está parado mais à frente a desatinar, suponho que com o ginásio, dados os gestos largos com que para ele aponta. Não sei se ele não gosta que a filha frequente o ginásio, ou o que tem contra o ginásio mas cheira-me que a cenaça ainda não vai ficar por aqui.

Entretanto adorei um pormenor desta situação, a borrachona do prédio aqui da frente, que agora tem andado muito calminha mas que já fez montes de cenas do género, esteve todo o tempo na varanda contemplando a confusão com um sorriso condescendente como se nunca na vida tivesse tido um comportamento igual.

A MINHA RUA É UM FARWEST - Cheiro a gasolina



Ontem por volta da meia-noite comecei a sentir cheiro a gasolina. Pensei que teria sido de algum carro que tivesse passado mas o cheiro em vez de desaparecer foi-se intensificando e quando fui à janela o cheiro na rua era intensíssimo. Não percebi a origem mas achei que o melhor era ligar para a polícia ou para os bombeiros pois um cheiro tão intenso a gasolina tinha de ter alguma origem anormal. Mas alguém já os tinha chamado pois nesse momento apareceram bombeiros e polícia. E pararam ao pé de um carro estacionado a dois prédios de distância. Não consegui perceber o que fizeram porque as árvores da rua, nesta época bem copadas, me tapam a visão. Mas às tantas o cheiro já era também a queimado e deu para perceber que os bombeiros andaram a espalhar na rua o pó branco que usam para absorver gasolina ou óleo. Algum tempo depois os cheiros a gasolina e a queimado tinham desaparecido e bombeiros e polícia foram embora. Por coincidência hoje de manhã quando fui abrir a janela ao acordar e espreitei para a rua vi dois fulanos com um bidão e um funil a porem gasolina no dito carro e arrancarem com ele. Quando saí de casa algum tempo depois não havia nenhum carro estacionado naquele lugar e dava para ver uma mancha de queimado e o tal pó branco usado pelos bombeiros. Não faço ideia do que aconteceu?!?!? Pelo menos o automóvel funcionava.


sexta-feira, 24 de abril de 2015

DE PASSAGEM - História mal contada

Liguei a TV - na SIC - um bocado antes das 13H00 e apanhei a "Crónica Criminal" do programa da manhã. Com um caso de um assalto com homicídio que me chamou a atenção por ter acontecido num local que conheço muito bem, onde passo muitas vezes, e a meio caminho entre a minha antiga casa e aquela onde agora moro e perto de ambas. Por isso prestei toda a atenção. Mas a história, ao contrário de outras que têm sido relatadas pelos média, algumas também em localizações bem próximas de minha casa, cheira a esturro por todo o lado. O relato que é feito pela queixosa, uma fulana de 23 anos, quer à polícia quer à SIC à qual deu entrevista embora sem dar a cara, é de que abriu a porta de casa a um homem que se apresentou como técnico de telecomunicações, que foi imediatamente agredida por ele e desmaiou e que quando acordou do desmaio encontrou o pai morto no chão do quarto e tinha desaparecido ouro e dinheiro que ele guardava no quarto, ouro e dinheiro de que ela desconhecia a existência, tinha sido a mãe a dar por falta deles mais tarde. Mas depois os apresentadores e os comentadores do programa relatam o resto que se sabe da história e começa a ficar esquisito. O tal técnico de telecomunicações não bateu a mais nenhuma porta do prédio (de 3 andares, esquerdo e direito, sendo que a casa assaltada foi um dos 3ºs andares), a rapariga que sofreu uma agressão tão violenta que desmaiou não tem qualquer marca dessa agressão, o ladrão não revolveu a casa à procura de coisas para roubar, foi directamente ao quarto do pai dela onde se encontrava o dinheiro e o ouro, e nem os vizinhos nem as idosas acamadas que se encontravam no apartamento assaltado, (ao que parece porque os pais da rapariga eram família de acolhimento da Segurança Social), ouviram fosse o que fosse. Ou seja, a mim, que não sou polícia nem detective, parece-me bastante evidente que quem fez o assalto e matou o homem foi a rapariga, a própria filha, quer o tenha feito sózinha quer acompanhada de algum cúmplice e  inventou uma história para contar à polícia e se ilibar. Estou curiosa de saber o desenvolvimento desta investigação.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

COISAS QUE NÂO ENTENDO - Limpa graffiti



Ontem à noite, uma barulheira não identificável na rua despertou a minha curiosidade. Fui à janela e deparei com duas carrinhas, uma das quais com luz rotativa amarela no tejadilho, sinalizando veículo de trabalho público, e com um “www graffiti qualquer coisa” pintado na carroçaria, e um bando de jovens que andavam a eliminar os pseudo-graffiti (na realidade borradas de tinta preta) que existiam em várias paredes e montras aqui pela rua. Os métodos usados, dependendo da superfície a limpar, eram três, um pano embebido em petróleo ou algum derivado, que cheirava que tresandava, nos vidros, água à pressão (que fazia a enorme barulheira que chamou a minha atenção) para as superfícies de pedra, e tinta para as paredes pintadas. Para além de achar inacreditável fazerem um trabalho com toda aquela barulheira da agulheta de água à pressão naquele horário (neste pedaço de rua onde moro andaram entre as 23H30 e as 0H30 e continuaram rua fora) numa noite de um dia de semana, também achei muito estranho o método de pintura usado nas paredes pintadas já que me pareceu evidente – embora no momento, dada a falta de luz, não conseguisse ver bem o resultado – que era impossível o bocado de parede pintado de fresco ficar no mesmo tom do resto das paredes dos prédios contemplados, por muito igual que fosse a tinta utilizada. E esta manhã comprovei. Nota-se perfeitamente o remendo de pintura e, pior, ainda se percebem os graffiti-borrões pretos por baixo. Ou seja, em minha opinião, no que toca às paredes pintadas, foi “pior a emenda do que o soneto”. E não entendo que raio de serviço é aquele. Suponho que seja um serviço encomendado pela Junta de Freguesia ou pela Câmara Municipal pois a única alternativa era ser trabalho voluntário. Mas seja o que fôr como é que vão borrar paredes de prédios de propriedade privada sem autorização dos proprietários? Se eu fosse proprietária de um prédio borrado com graffiti preferia ter lá o borrão preto do pseudo graffiti do que ter um remendo de tinta a tapá-lo mal e porcamente.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

DE PASSAGEM - A rua de trás

Fui e voltei a pé de casa (zona da Alameda) à Avenida da Liberdade, bem lá em baixo, quase nos Restauradores. Não é a primeira vez que  faço a pé um trajecto tão grande, faço várias vezes este e outros, adoro caminhar, o meu "meio de transporte" preferido é ir a pé, e é o que faço nas minhas deslocações desde que tenha tempo, não esteja carregada, e o tempo atmosférico esteja ameno. Caso de hoje. Mas hoje decidi ir sempre pela "rua de trás", ou seja, em vez de seguir pelas ruas principais fui sempre, o mais possível, por ruas e ruelas secundárias onde raramente passo, ou mesmo, algumas, onde nunca tinha passado. E foi uma descoberta. Desde restaurantes e tascos aos montes com comida super baratinha, até lojas com roupa 100% algodão (uma raridade hoje em dia com a moda dos "elastanos" e quejandos que eu abomino e nem sequer consigo usar em contacto com a pele porque me fazem alergia) barata e gira, a ruas super engraçadas, diferentes, passando por prédios bonitos, encontrei de tudo. Vou passar a fazer sempre os meus trajectos pela "rua de trás".

domingo, 19 de abril de 2015

PODE??? - Bacoradas nos média - XXIII

No noticiário da RTP1 há pouco, notícia sobre os festejos,  a ter lugar hoje na cidade do Porto, do 42º aniversário do partido socialista. 

A repórter entrevista António Costa na Gare do Oriente, em Lisboa, de onde vai partir para o Porto num comboio especial com participantes nos festejos. 

E encerra a peça com a seguinte frase "Este comboio vai partir agora para o Porto, onde vão decorrer os festejos do aniversário do partido fundado há 42 anos na cidade alemã."

Portanto o Porto é uma cidade alemã, a cidade alemã onde o PS foi fundado.

sábado, 18 de abril de 2015

PODE??? - Bacoradas nos média - XXII

No e-CM, hoje:

«Um homem de 73 anos matou esta sexta-feira a mulher, em Matosinhos, que se encontrava em fase terminal de doença (...)»

Alguém não sabe construir frases, apesar das vírgulas reproduzir esta frase em voz alta atribui a doença terminal a Matosinhos e não à mulher.
Um homem de 73 anos matou esta sexta-feira a mulher, em Matosinhos, que se encontrava em fase terminal de doença, disse à Lusa a PSP do Porto.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/homem_mata_mulher_doente_terminal_em_matosinhos.html
Um homem de 73 anos matou esta sexta-feira a mulher, em Matosinhos, que se encontrava em fase terminal de doença, disse à Lusa a PSP do Porto.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/homem_mata_mulher_doente_terminal_em_matosinhos.html
Um homem de 73 anos matou esta sexta-feira a mulher, em Matosinhos, que se encontrava em fase terminal de doença, disse à Lusa a PSP do Porto.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/homem_mata_mulher_doente_terminal_em_matosinhos.html
Um homem de 73 anos matou esta sexta-feira a mulher, em Matosinhos, que se encontrava em fase terminal de doença, disse à Lusa a PSP do Porto.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/homem_mata_mulher_doente_terminal_em_matosinhos.html
Um homem de 73 anos matou esta sexta-feira a mulher, em Matosinhos, que se encontrava em fase terminal de doença, disse à Lusa a PSP do Porto.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/homem_mata_mulher_doente_terminal_em_matosinhos.html

sexta-feira, 17 de abril de 2015

DE PASSAGEM - Concorrência de supermercados

Na zona onde moro, numa área de cerca de quinhentos mil metros quadrados, há cinco supermercados Minipreço,  quatro Pingo-Doce, e ainda um Lidl, todos com áreas bastante grandes e circuláveis. E abriu hoje um Meu Super (ligado ao Continente). Fui lá xeretar para ver a oferta e os preços. Não só o espaço é exíguo, com os expositores todos atravancados e quase sem espaço de circulação, como, relativamente aos outros, achei a oferta igual ou menor e os preços iguais ou maiores. Mas o mais interessante foi que ouvi uma senhora a falar com uma funcionária por terem um artigo qualquer ao dobro do preço do mesmo artigo no Continente, ao que a funcionária respondeu que o Meu Super é Continente mas não é Continente, isto é não tem nem os mesmos preços nem as mesmas promoções, e que eu própria quis saber o preço de um artigo que não tinha o preço marcado e fiquei sem saber porque o dito artigo nem sequer constava no sistema. Não auguro um grande futuro a esta loja..., só consumidores burros vão andar a fazer compras num espaço onde mal se conseguem mexer quando têm a menos de cinquenta metros de distância lojas, das outras cadeias, espaçosas e com  melhor oferta e melhores preços.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

BANALIDADES - Pessoas à chuva de Abril

Durante a grande chuvada, com trovoada, que caiu ontem por aqui.

O senhor, muito gordinho, já tão completamente encharcado que era impossível ficar mais mas que, apesar disso, se esfalfava a correr o mais que podia fugindo da chuva. (Talvez fugisse da trovoada? Há pessoas que têm pavor...)

A senhora de capa de chuva e guarda-chuva mas calçada de havaianas. Menos mau para uma chuva de Abril sem muito frio a acompanhar, as havaianas são de borracha, não encharcam, e os pés nus molhados enxugam-se facilmente.

O senhor, sem nenhuma protecção para a chuva e já completamente molhado, que resolveu preocupar-se tanto em não molhar (mais) os pés nas poças de água ao atravessar a rua que se esqueceu de olhar para os automóveis e  não foi atropelado por um triz, o condutor conseguiu travar e segurar o carro a milímetros de embater nele.

E a senhora com um destroço de guarda-chuva, com as varetas todas, mas mesmo todas, partidas, enfiado pela cabeça. A chuva era a cântaros mas não havia vento que justificasse o estrago daquele guarda-chuva pelo que imagino que, não tendo com ela nenhuma protecção para a chuva, à falta de melhor tenha apanhado o  destroço pelo caminho em algum caixote de lixo.

sábado, 11 de abril de 2015

BANALIDADES - Nem "aqueceu lugar"

O vizinho demasiado simpático de que falei no 'post' "BANALIDADES - Bate-boca de vizinhos" está de mudança, a ir embora. Durante a semana vi-o por duas vezes a carregar sacos e sacos e sacos para táxis  e hoje quando abri as janelas ao acordar, pelas 8 e pouco, vi uma carrinha de mudanças estacionada aqui à porta e pouco depois, pelas barulheiras nas escadas, confirmei que era da casa dele que estava a sair a tralha. Estranho este (ex) vizinho. Veio para o prédio nem há um ano, no Verão passado. Comprou o apartamento onde vivia, fez-lhe obras em cima das obras de renovação que os anteriores proprietários fizeram antes de colocar a casa à venda. Comportou-se de forma extra simpática com toda a vizinhança com quem cruzava (o tal excesso de simpatia de cumprimentar de aperto de mão que fez comigo vi-o fazer também com os outros vizinhos) e agora, 8 ou 9 meses depois de se instalar, vai embora?!?!? Será que se passou com os ruídos dos vizinhos do andar por cima do dele, os tais com quem teve o desatino que relatei? Também achei estranha a utilização de táxis para levar tralhas. porque durante os meses em que ele aqui viveu por várias vezes o vi chegar ou sair num automóvel por ele conduzido, mas talvez por razões de estacionamento o táxi fosse mais conveniente para levar tralhas para o seu novo poiso. Mas de facto alguém comprar uma casa, fazer-lhe obras de embelezamento (as de renovação já  estavam feitas por quem a vendeu) antes de lá se instalar e depois nem "aquecer lugar" ocupando-a só durante uns escassos meses... é estranho. 

sexta-feira, 10 de abril de 2015

DE PASSAGEM - Estupidez



À minha frente numa papelaria com posto de jogos da SC, uma rapariga entrega uma raspadinha pretendendo receber um prémio de 10 euros. A empregada raspa o código de barras da raspadinha e passa-a na máquina e prémio zero. A cliente reclama. A empregada põe a raspadinha à vista dela em cima do balcão e raspa-a completamente mostrando que a 3ª quantia que a cliente pretendia que era de 10 euros e que perfazia 3 quantias de 10 euros que davam direito ao prémio desse valor, era de 100 euros, ela é que só a tinha raspado parcialmente mantendo um zero escondido. Não percebi se a rapariga era apenas super estúpida e estava mesmo convencida de que a quantia que não raspara na totalidade era de 10 euros, ou se era uma super estúpida "xica-esperta" que não raspara na totalidade de propósito para tentar sacar 10 euros a que não tinha direito, esquecendo-se de que as máquinas de registo dos jogos lêem os códigos de barras das raspadinhas e não as quantias nelas inscritas. Mas super estúpida era certamente.

domingo, 29 de março de 2015

PODE??? - Bacoradas nos média - XXI

SIC Notícias agora (9H00). É noticiado um incêndio em Lisboa num prédio da Rua Adolfo Coelho. Diz a 'pivot' que fica na Penha de França e acrescenta "perto da Graça". E uma repórter no local ainda insiste e piora a bacorada terminando o directo com uma frase sobre o incêndio "neste prédio, na Graça, em Lisboa.".

Não conhecem Lisboa, não se informam, e confundem freguesias com zonas da cidade. A Rua Adolfo Coelho é de facto freguesia da Penha de França, desde que as freguesias foram alteradas com a reorganização administrativa que foi feita, mas não é na zona da  Penha de França, nem na Graça, nem sequer perto da Graça, fica em São João, entre a Av. Afonso III e a Rua Lopes.

quarta-feira, 25 de março de 2015

COISAS QUE EU DETESTO - Vigarices comerciais



O provérbio que diz “anda meio mundo a enganar outro meio” tem de ser actualizado na percentagem. Hoje em dia, pelos meus cálculos, deve ser “anda 99% do mundo a enganar os restantes 1%”, ou perto disso. As duas cadeias de supermercados que mais lojas têm em Lisboa agora têm uma nova “moda”, a que eles certamente chamam ‘marketing’ mas que quanto a mim é simplesmente uma forma de tentar vigarizar os clientes. Colocam em destaque, em algum local visível das lojas, todos os produtos que têm em promoção, com grande letreiro a assinalar que são produtos em promoção. Esses produtos continuam a estar nos seus locais normais  com as promoções assinaladas, portanto este local funciona como uma espécie de montra das promoções tendo alguns exemplares de todos os produtos em promoção, independentemente de serem de higiene, alimentares, de limpeza, etc. Até aqui, tudo bem. O tudo mal é que, como quem não quer a coisa, vão pondo lá pelo meio outros produtos que não estão em promoção e, como quem não quer a coisa, sempre ao lado de  produtos similares que estão em promoção, sendo que, obviamente, os que não estão em promoção não têm lá o preço afixado. Por exemplo, um champô X de uma determinada marca que não está em promoção e custa 4 euros é colocado ao lado de um champô Y da mesma marca que está em promoção a 1,90 euros e o único preço que lá está é este do produto que está em promoção. Qualquer cliente incauto pega no champô a preço normal pensando que está a levar um champô a preço de promoção e compra-o pois no meio das outras compras nem repara que pagou o preço normal ou só repara em casa, tarde demais. Com um bocado de sorte, se prestar atenção ao que é registado na caixa repara nesse momento que o preço não é de promoção e não leva o produto e/ou provavelmente refila com o facto do mesmo estar colocado na zona das promoções. Não faço ideia que justificação eles dão  porque ainda não estive para me chatear a levar um desses produtos até à caixa e reclamar por o dito cujo estar nas promoções sem estar em promoção (mas um dia destes vou fazê-lo). O que tenho feito, se me interessa aproveitar a promoção, é levar o produto comigo e depois passar na zona normal desse produto e confirmar se está em promoção, se não está, largo lá o que apanhei na zona de promoção, é menos um exemplar que fica na montra de promoções a enganar os  clientes.