quinta-feira, 31 de outubro de 2013

PODE??? - Grande capacidade de observação

Ontem, como às vezes faço, fui à rua mal me levantei comprar pão fresco (e jornal fresco) para o pequeno almoço. Quando voltei para casa, ainda não eram 8 horas, cruzei nas escadas com uma senhora que mora no andar de baixo e ia a sair. Cumprimentei-a, como sempre cumprimento os vizinhos com quem cruzo. Quando saí depois do almoço,  a dita vizinha estava à porta das minhas vizinhas do lado (duas irmãs velhotinhas e simpáticas) a conversar com elas. Eu parei um bocadinho a falar com elas porque já não nos encontrávamos há muito tempo e elas fizeram uma grande "festa" quando me viram. A vizinha do andar de baixo comentou que eu era muito simpática e que havia outra senhora muito simpática no prédio que às vezes passava por ela nas escadas e sempre a cumprimentava e que ela não sabia onde morava. Eu estava com uma roupa diferente da que usara de manhã para ir ao pão e com o cabelo, que de manhã estava solto, apanhado num coque. Suspeitei que a outra senhora simpática também era eu e perguntei-lhe "Encontrou essa senhora a entrar no prédio hoje às 8 da manhã?", ela confirmou e perguntou se eu sabia quem era. Agradeci-lhe a dupla classificação de simpática e disse-lhe que era eu, com outra roupa e outro penteado. E ela, com um ar muito admirado, disse que pelos vistos era fácil de enganar, bastava uma mudança de roupa e de penteado para ela achar que eram duas pessoas diferentes. De facto... a capacidade de observação dela deixa um bocado a desejar.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

PODE??? - Bacoradas nos média - X

Título de notícia no e-DN de hoje:

«Último pescador desaparecido encontrado perto de Pombal»


O subtítulo e a notícia dizem que o corpo foi encontrado "a sul da praia de Osso da Baleia, Pombal", o que está correcto pois Osso da Baleia é concelho de Pombal.

Mas Pombal fica no interior a 30 ou 40 kms da costa. Não sei se o redactor considera 30 ou 40  kms  "perto"  no  contexto  da  notícia, ou  se  não percebe nada  de  geografia nem  está interessado em perceber...


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

BANALIDADES - Os meus vizinhos Romani - Epílogo



Os Romani que ainda ficaram no prédio aqui em frente depois da mudança, que relatei em “BANALIDADES - Os meus vizinhos Romani -2”, desapareceram na semana passada (e as casas que ocupavam estão com letreiros de “arrenda-se”). Alguns dias antes de ter deixado de os ver assisti a uma cena de um homem, com outros dois atrás tipo “guarda-costas”, a desatinar com eles, na rua, à porta do prédio,  em altos berros, por causa da falta de pagamento da renda da casa. Portanto presumo que foram despejados. Embora, entretanto, tenha sido noticiado nos média a detenção de um grupo de Bósnios-Romani que se dedicava ao roubo de carteiras e à mendicidade e que tinha em seu poder umas dezenas de crianças, subnutridas e  mal-tratadas no que respeita a higiene e a saúde, que não eram suas familiares e que eram usadas na mendicidade, suponho que estes Romani não fizessem parte desse grupo. Porque, tanto quanto me foi dado observar, apesar de terem bastantes crianças, quando aparecia um recém-nascido tinha havido antes uma mulher grávida, as crianças não estavam subnutridas nem mal-tratadas, as que tinham idade escolar saiam todas as manhãs e voltavam todas as tardes, com as meninas vestidas com calças em vez das suas habituais saias compridas, carregando mochilas, os homens voltavam todas as tardes sujos como operários da construção civil, e o mulherio andava por aí pelas redondezas vendendo o Borda d’Água (e, ao que consta, fazendo pequenos roubos em lojas) mas não pedindo esmola.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

DE PASSAGEM - A Santa ex-desconhecida da Procissão da Sra. da Saúde

Finalmente!!! Descobri!!! E não é nenhuma das minhas suspeitas (a iconografia dos santos da igreja católica é mesmo repetitiva salvo algumas excepções, é difícil identificar um santo pela sua imagem pois há vários parecidos e também várias representações diferentes do mesmo santo, esta imagem da Ermida da Senhora da Saúde tem um livro aberto numa das mãos e nas minhas pesquisas não encontrei nenhuma outra imagem desta santa com um livro aberto na mão).

Hoje passei no Martim Moniz e para minha - agradável - surpresa a Capela da Senhora da Saúde estava aberta. E para surpresa ainda mais agradável não estava a decorrer nenhuma missa. Lá dentro estavam apenas duas ou três pessoas a rezar. Portanto deu para eu entrar e ver bem a capela (que só tinha visto mal  há uns anos atrás quando a encontrei aberta mas com uma missa a decorrer e só deu para espreitar) e, melhor ainda, os santos estão identificados pelo que me bastou encontrar a imagem da Santa Desconhecida para deixar de ser desconhecida. 

É Santa Ana. 

Que não sei porque participa na procissão, talvez por ser a mãe da figura principal? É que a razão de todos os outros santos participarem na procissão eu descobri, e tem a ver com a história da capela. Mas a Santa Ana não tem nada a ver com a história da capela e descobri hoje que há mais santos na capela além dos que participam na procissão. Portanto não é um caso de "Maria vai com as outras", ou de "Ana vai com os outros", para não ser a única a ficar na capela enquanto todos os outros desfilam engalanados na procissão, e não sei porque é dada a Santa Ana a prerrogativa de participar na procissão?!?!? 

Ser a mãe de Nossa Senhora é uma hipótese (?!?!). Mas vislumbro outras, se calhar mais lógicas, a Santa Ana pode ser a Santa Ana orago do Convento de Sant'Ana que existia no Campo de Santana (hoje Campo dos Mártires da Pátria) e ter sido "exilada" para a Ermida quando o dito convento desapareceu, ou toda aquela zona podia ser freguesia (religiosa) de Santana por causa do convento?!?!? Hoje o nome Santana só subsiste na Calçada de Santana, na designação dada à colina, embora a colina também seja chamada de colina da Pena (nome da freguesia administrativa até agora que foi agregada com São Jorge de Arroios e Anjos e passou a chamar-se  Arroios) e na boca de muitos lisboetas que continuam a chamar Campo de Santana ao Campo dos Mártires da Pátria (tal como chamam Terreiro do Paço à Praça do Comércio).

Bom... levei quase seis meses para descobrir que a Santa Desconhecida é Santa Ana, talvez daqui a seis meses consiga descobrir porque é que ela tem direito a participar na procissão.