sábado, 31 de maio de 2014

BANALIDADES - Mudança 'sui generis'

O andar mesmo em frente ao meu do prédio do outro lado da rua tem sempre um entra e sai de inquilinos. Chegam, ficam uns meses e saem, fica vago por algum tempo, chegam outros, ficam uns meses e saem. Os inquilinos são sempre imigrantes, até agora todos indianos ou do Bangladesh ou por aí.

Hoje de manhã comecei a ouvir uns fortes PAM-PAM-PAM, espaçados alguns minutos uns dos outros, e acabei por ir à janela ver o que estava a originar os PAM's. 

E então, mais uma vez, esse apartamento estava com os inquilinos de saída. Mas estes em vez de descerem dois andares com os tarecos estavam a ser mais práticos. Lançavam sacos e sacos pela janela para a rua. Suponho que tenham levado algumas coisas pelas escadas e que os sacos que ouvi - e depois vi - lançarem só tivessem roupa mas seja como fôr nunca tinha visto uma mudança assim.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

PODE??? - Para que serve o RECRIA

(RECRIA - Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados - Dec-Lei 329-C/2000)

No caso, não serve para nada, é um quarteirão inteiro à espera de ruir (ou de ser demolido), 3 belezas destinadas a desaparecer.


Avenida Fontes Pereira de Melo, Lisboa

Avenida Fontes Pereira de Melo, Lisboa


domingo, 25 de maio de 2014

PODE??? - Mais uma abstenção gigante se adivinha

Estou farta dos meus concidadãos que se queixam a torto e a direito, do governo do País e da Europa, mas que quando chega a altura de votar se baldam. Já concluí que muitos se baldam porque não percebem nada de nada da maneira como a contagem de votos é feita em Portugal e pensam que abster-se é marcar uma posição. Mas seja como fôr se não votam também não têm direito a queixar-se mesmo que as queixas tenham motivo válido. E decidi: a partir de agora qualquer um que venha para cima de mim com conversa de queixas do estado das coisas vai ser interrompido com duas perguntas, primeiro "Votou?", segundo "Não votou em quem está no governo?", e se não votou ou se votou em que está no governo, recuso-me a ouvir as queixas, que vá lamentar-se para outro lado.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

COISAS DE QUE EU GOSTO - Procissão de Santa Rita de Cássia



Descobri que sou devota. Não de uma religião, nem de uma igreja, nem de um santo (embora quanto a santos até seja simpatizante de alguns) mas de... procissões ;)). Bom, pelo menos destas procissões lisboetas que descobri.

Lembrei-me que era hoje a Procissão de Santa Rita de Cássia, onde já fui o ano passado, e lá fui eu para a Baixa, para ver o cortejo que pára o trânsito numa data de ruas ao meio-dia de um dia que, sendo sempre o mesmo do mês, calha  muitas vezes num dia útil, como aconteceu o ano passado, como aconteceu este ano.

Embora este ano não tenham feito o mesmo que o ano passado, em que fecharam as ruas ao trânsito desde antes da procissão sair da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira até chegar à Igreja de São Nicolau. Este ano o trânsito estava fechado apenas no troço da Rua da Conceição onde fica a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira e a procissão foi precedida de polícias em motos que foram parando o trânsito à medida que a procissão foi avançando.



Além da polícia a abrir a procissão (que bem podia ir em cavalos ajazeados como o São Jorge e a sua xaranga da Procissão da Sra. da Saúde) o resto era igual ao ano passado, uma banda de música, os padres e acólitos com o estandarte e as relíquias de Santa Rita de Cássia e os devotos com ramos de rosas.





Mas chegados à Igreja de São Nicolau houve outra diferença. A celebração foi feita na rua, com o padre, os acólitos e as relíquias à porta da Igreja e os devotos no largo em frente.

Depois do corre-corre e encontrão para entrar na Igreja a que assisti no ano passado, achei uma medida correcta. Cabem muito mais pessoas no largo do que dentro da Igreja. 






Entretanto, com uma pesquisa na net, descobri o porquê das rosas. São levadas para serem benzidas, (eu pensava que eram para oferecer a Santa Rita de Cássia mas parece que não), e a associação das rosas a Santa Rita de Cássia decorre dela gostar muito de rosas e de pouco antes de morrer, no convento onde vivia, ter pedido, em pleno Inverno em Cássia, para lhe trazerem do jardim da sua casa uma rosa e um figo. E quem foi em busca da rosa e do figo achando que não ia encontrar naquela época nem uma nem outro, encontrou ambos. (Ou seja, as pessoas também podiam levar figos para benzer em vez de rosas). E descobri também que em Cássia, e em Itália em geral, ela não é conhecida por  Rita, o seu nome religioso, mas sim por Margarida (Margherita) o seu nome de baptismo.

Não admira que eu me confunda toda com os santos da Igreja Católica, até há santos com dois nomes diferentes, se eu encontrasse uma qualquer informação sobre Santa Margarida de Cássia não ia pensar que era Santa Rita de Cássia, mesmo que achasse a imagem muito parecida – e claro que ia achar - pensaria que eram duas santas com uma iconografia semelhante.

E ainda descobri outra coisa que me intrigou, o corpo de Santa Rita/Margarida de Cássia está incorrupto, à vista de quem o visita, no Convento de Cássia. Assim sendo, ...o que são as relíquias que estão em Lisboa e desfilam na procissão? Pedacinhos de cabelo?

domingo, 18 de maio de 2014

DE PASSAGEM - 'tou lixada, o Benfica ganhou outro título

Não 'tou lixada por o Benfica ter ganho, tanto me dá e que lhe faça bom proveito. 'tou lixada porque não ligo a mínima para clubites (até gosto de ver um jogo de futebol bem jogado mas não torço por clube algum) e os doentes de clubite benfiquista fazem uma barulheira insuportável nos festejos. Por enquanto ainda não há buzinas - já agora ESPERO que estivessem todos no Jamor e que vão todos de lá para o Marquês pois assim esta zona fica livre da barulheira - mas já houve vuvuzela ou algo parecido e petardos ou algo parecido que me impediram de ouvir grande parte dum programa que estava a assistir na TV. Acho estas manifestações de alegria clubística uma tremenda falta de respeito pelo cidadão que não sofre de clubite e é impedido de usufruir do seu sossego. Deviam mesmo ser totalmente proibidas na via pública e só permitidas nos próprios estádios dos clubes que estão a festejar, que os clubes deviam ser obrigados a abrir integralmente, relvado incluído, aos adeptos que quisessem festejar, assumindo os estragos que pudessem fazer. Afinal são os clubes que ganham dinheiro com as vitórias, deviam ser também eles a ficar com os prejuízos dos festejos de quem os apoia e não, como acontece, o cidadão não doente de clubite que leva com o barulho e também paga os estragos através dos seus impostos, já que são as Câmaras Municipais que depois gastam recursos a limpar e arranjar o que os adeptos em festa sujaram e estragaram.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

PODE??? - Deslumbrados


Neste mundo global e materialista onde TER (ou mostrar que se tem mesmo não tendo) é muito mais importante do que SER, há milhares de deslumbrados. Que, por vezes, se lixam bem lixados por causa do deslumbre. Uma cidadã portuguesa, com 70 e tal anos e com problemas de saúde, está detida há 12 dias na República Dominicana por uma mala etiquetada com o nome dela e carregada com 55 kgs de cocaína, - peso que a senhora nem conseguiria carregar e muito menos em adicional à mala que levava com roupa -, ter sido detectada no aeroporto quando ela regressava a Lisboa, depois de uma semana em Punta Cana.  O que é que uma senhora, reformada do cargo de funcionária duma escola, com uma reforma miserável e sem fortuna conhecida, foi fazer para Punta Cana na companhia de uns “amigos” que nem a família, nem os vizinhos, nem os ex-colegas, nem os verdadeiros amigos fazem a menor ideia de quem sejam?!?!? E porque é que esses “amigos” quando ela foi detida, já dentro do avião, não se ralaram nadica de nada com o assunto e nem sequer um deles, para amostra, decidiu ficar na República Dominicana com ela?!?!?  As notícias colocam várias hipóteses, ela ter sido vítima de uma rede organizada de tráfico de droga, ou ela ter sido vítima dos companheiros de viagem.  Para mim é esta última hipótese a verdadeira. Os pseudo-amigos, que ela conheceu sabe-se lá como, (através do “facebook” ou algo no género é o mais provável), usaram-na para traficar a cocaína e ficar com as culpas se algo corresse mal, como correu. Mas se ela não fosse deslumbrada (e ignorante e ingénua como quase todo e qualquer deslumbrado) nunca teria ido para Punta Cana com quatro pseudo-amigos que mal conhecia.  E que, muito provavelmente, a convidaram e lhe pagaram a viagem e a estadia e tudo, que ela aceitou, toda contentinha, apenas para poder dizer que esteve em Punta Cana..Veremos o que vai acontecer, mas pelo menos de 12 dias na prisão na República Dominicana já ninguém a livra. Saiu-lhe caro o deslumbre. e ainda pode sair mais caro se não conseguir provar que é inocente. Seja como fõr fica com uma verdadeira história para contar, não de TER - passado uma semana em Punta Cana - mas de SER - detida em Punta Cana por um crime que não cometeu.

COISAS DE QUE EU GOSTO - Hortelã


quinta-feira, 15 de maio de 2014

HISTÓRIAS ANTIGAS - Susto na noite



Por cima do andar onde eu vivia, na Av. Afonso III em Lisboa, havia dois sotãos habitados (99% de certeza ilegais enquanto habitações, mas isso é outra história). Do meu lado, i.e. mesmo por cima de mim, morava um rapaz caucasiano, "russoucranianooualgoassim", bem educado, simpático q.b., sossegado. Do outro lado morava uma rapariga, mistura caucasiano/africano, de nacionalidade qualquer coisa de língua portuguesa menos brasileira porque não tinha pronúncia brasileira, que de sossegada, simpática e educada não tinha nada! Era uma bagunça todas as noites, montes de gente barulhenta num entra e sai, num sobe e desce a escada , às vezes 2, às vezes 3, 4, 5, 6 vezes. Uma noite, cerca das 23H00 a bagunça escada acima, de um grupo de pessoas, era, nitidamente, pela velocidade, os arfares e as exclamações, de quem ia a fugir de alguma coisa e, simultaneamente, ouvi uma barulheira exaltada na rua. Aproximei-me de uma das janelas da frente, que estava meio aberta e com a persiana também meio aberta e um dos homens que vi lá em baixo (eram 2) estava armado com um trabuco, não percebo nada de armas mas 'macacos me mordam' se aquilo não era uma caçadeira de canos serrados ou uma 'shotgun' como as da polícia, e, mal pressentiu um movimento na minha janela - EU - apontou o trabuco na minha direcção. Com o trabuco a visar-me, aconteceu-me o que só acontece em situações de grande susto, pensar, em 1 segundo ou menos, uma quantidade tão grande de coisas que depois não se consegue perceber como foi possível fazer aquele raciocínio todo em tão pouco tempo. Pensei: “ele não é/está completamente desnorteado ou já teria rebentado a porta do prédio a tiro e entrado por aí dentro a dar tiros para todo o lado, eu não sou, certo e seguro, a pessoa a quem ele quer dar um tiro, mas... se ele não me vir bem, ou seja se eu fugir, pode pensar que sou e, no mínimo, dar uns tiros para a janela e eu ficar com tudo escaqueirado e, no máximo... pode mesmo rebentar a porta do prédio e mais a do meu apartamento a tiros e ainda me dar um tiro a mim, por engano, já dentro da minha casa... O melhor é mostrar-me!”  E foi o que fiz, abri a persiana e a janela na totalidade e mostrei-me. Resultou! Mal me mostrei ele deixou de visar a minha janela e apontou o trabuco para o chão. Voltei para dentro, fechei a janela na totalidade e, claro! fui telefonar para o 112 para mandarem a polícia. Estava eu a pegar o telefone e o caramelo deu 4 tiros (tiraços!) para o ar. Chamei a polícia via 112 sem me identificar, só localizando a ocorrência. E, obviamente, não voltei a ir espreitar para a rua, o filme era violento demais para o meu gosto... Passado um bocado, cerca de meia-hora,  ouvi uma nova barulheira na escada e aí fui espreitar, de cusca mesmo, pelo óculo da porta. Era a polícia que foi para o andar de cima falar com a dita cuja fulana e seus acompanhantes. E, cá para mim, ela contou-lhes uma semi-tanga pois ouvi-a dizer que os gajos (dos tiros) eram pretos e eles de pretos, se tinham alguma coisa, era bem menos do que ela própria, eram morenos mas não eram africanos, eram ciganos, ou, eventualmente mestiços como ela mas mais claros do que ela. Gostei de saber que ela própria tinha chamado a polícia. Mesmo contando-lhes uma semi-tanga, pelo menos estava com medo. E o facto é que desde aí até ter-se mudado (uns meses antes de eu própria ter mudado) a rapariga sossegou e não houve mais bagunças nocturnas.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

COISAS QUE EU DETESTO - "Xicos-espertos"


Eu estava na fila da caixa do supermercado. Era a única caixa em funcionamento mas as movimentações de empregados junto a uma das outras duas caixas fazia prever que fosse começar também a funcionar em breve. 

Uma senhora, dos seus 60’s anos chegou à fila a seguir a mim mas em vez de se colocar atrás de mim colocou-se ao meu lado.  Rotulei-a logo de “xica esperta”, prevendo que ia tentar passar à frente de quantos pudesse se a outra caixa entrasse em funcionamento, até porque se colocou ao meu lado precisamente do lado onde se situava a dita caixa. 

Quando essa caixa abriu a empregada disse, como dizem sempre, “Podem passar a esta caixa pela mesma ordem”. Naquele momento na caixa onde eu estava, além do cliente que já estava a ser atendido, estava um senhor e depois uma senhora e depois eu e a “xica esperta”, que devia estar atrás de mim mas estava ao meu lado, e já estavam  mais umas quantas pessoas atrás de mim. O senhor que estava à minha frente mudou para a outra caixa, a senhora que estava à minha frente optou por ficar na mesma caixa onde estávamos e quando eu estou a mudar também para a caixa que tinha acabado de abrir já tinha a “xica esperta”, toda lampeira, a meter-se à minha frente. Disse-lhe, alto e bom som, “A senhora desculpe mas eu também quero mudar para essa caixa e a senhora está atrás de mim.”. Afastou-se para me dar passagem mas ainda teve a  lata de responder “Está bem, passe lá...” num tom de quem estava a fazer-me um grande favor. 

Acho incrível a lata, a falta de educação, a falta de respeito pelo outro desta gentalha que consegue os seus objectivos muitas vezes porque as outras pessoas não estão para se chatear. Mas também arriscam levar um banano no focinho por toparem com alguém que, como eu, não as deixa abusar e que, contrariamente a mim que não sou de andar à porrada, é mais belicoso e não se fica só por palavras. E eu até gostava de ver um "xico esperto" destes levar um banano. Era bem merecido.

terça-feira, 13 de maio de 2014

DE PASSAGEM - Os "modelitos" da Sra. da Saúde


2012

2013

2014

COISAS DE QUE EU GOSTO - A Procissão da Senhora da Saúde (2014)



A procissão deste ano não só não foi no primeiro domingo de Maio mas sim no segundo, como, em vez de começar pontualmente às 16H00, começou 15 minutos mais cedo. Eu resolvi não ir para lá às 15H00, como tenho ido os outros anos para conseguir um lugar junto à capela para assistir à chegada do São Jorge, porque decidi que ia ver a chegada do São Jorge da perspectiva oposta, ou seja, na parte central do Martim Moniz em frente à Capela onde o povaréu se acumula mais tarde, só depois de já não haver lugares ao pé da capela. Assim, estava a chegar ao Martim Moniz eram 15H45 e comecei a ouvir a xaranga que acompanha o São Jorge e no momento seguinte vi o São Jorge pelas costas, já a iniciar a procissão dirigindo-se para a Rua do Benformoso. 

Lá vai o São Jorge 15 minutos adiantado




Assim, como a procissão já ia para lá do adro, voltei para trás, de novo para  a rua da Palma,  para ir para o Intendente  ver a procissão a desfilar. Demorou um tempão enorme a lá chegar. E à frente, ao contrário dos outros anos, não vinha a camioneta a lançar alecrim. Mas vi algumas pessoas, que integravam a procissão ou que estavam a vir para o Intendente pela Rua do Benformoso à frente da procissão, com raminhos de alecrim na mão. Pelo que desconfio que  a procissão demorou tanto tempo a chegar ao Intendente porque a carripana do alecrim avariou como, aliás, já aconteceu o ano passado. Mas no ano passado acabaram por conseguir pô-la de novo em andamento e este ano, pelos vistos, devem ter tido de a rebocar para algum lado para a procissão prosseguir caminho sem alecrim.

A Procissão chega finalmente ao Intendente




Depois houve uma nova paragem de loooooonnnnnngos minutos, não faço ideia porquê, o seja o que fôr que aconteceu foi fora do meu raio de visão, que deu direito a um concerto completo da Banda de Música da Força Aérea  para quem, como eu, estava no Intendente, ali mesmo à boca da Rua do Benformoso. A Banda ficou ali parada à nossa frente o tempo de tocar todo o seu reportório, de música sacra a fados bem conhecidos. Houve até quem aplaudisse no final. 

A Banda da Força Aérea aqui ainda em andamento




Ao meu lado, uma senhora entusiasmada cantava a plenos pulmões, acompanhando as confrarias diversas, que participavam da procissão entoando cânticos, à medida que elas iam passando. Mas depois, tal era o entusiasmo, as confrarias passavam e ela ficava a cantar sózinha até se dar conta de que já não se ouvia naquele sítio mais nenhuma voz além da dela. Também fazia rezas de alta voz a todos os santos que desfilavam, tinha uma oração apropriada para cada um dos santos. Leiga como sou, só me lembro dela ter pedido a Santa Bárbara que nos livrasse das trovoadas pois é lugar comum, até há um provérbio “Só se lembram de Santa Bárbara quando fazem trovões”.



E, mais uma vez, vi o simpático Presidente da Câmara a desfilar na companhia de alguns vereadores, mas não vi a Primeira Dama. Acho mesmo que ela arranca com a procissão mas vai embora logo antes de a dita sequer entrar na Rua do Benformoso. Já a vi em frente à capela, na montagem da procissão, mas nunca a vi a integrar a procissão. Ou então sou eu que não a vejo?!??!



E este ano, além de não haver alecrim também não houve incenso.  Os “incensores” lá vinham à frente do Bispo das Forças Armadas mas os caldeiros do incenso que carregavam e abanavam não fumegavam incenso algum.



Em compensação, da falta de alecrim e de incenso, houve quem atirasse pétalas de rosa das janelas quando passou o andor da Senhora da Saúde.



De resto os santos que desfilaram, foram os mesmos do costume, o fantástico cavaleiro São Jorge, a Santa Ana (ex-desconhecida), o Santo António, a Santa Bárbara,  o São Sebastião, e, claro, a Senhora da Saúde com mais uma roupita lindézima.

São Jorge a passar no Intendente




 
Santa Ana a passar no Intendente


 
Santo António a passar no Intendente
 
Santa Bárbara a passar no Intendente
São Sebastião a passar no Intendente
 
Senhora da Saúde a passar no Intendente
Quando voltei à rua da Palma no final da procissão encontrei a minha “amiga” do domingo anterior da Charneca da Caparica. Disse-me que ia para Fátima passar a noite em vigília e que também ia rezar por mim, e falou com tal fervor da “Nossa Mãe do Céu”, referindo-se à Sra. da Saúde e à Sra. de Fátima, que deve ser uma super católica praticante e ter achado que eu, por ir assistir a procissão da Sra. da Saúde, também sou. Embora não tenha dito nada que lhe confirmasse essa presunção, também não disse nada em contrário, omiti-me, não valia a pena desiludi-la, ela é, sem dúvida, muitíssimo simpática.

Senhora da Saúde já na Rua da Palma
 
Colchas nas janelas na Rua da Palma

sábado, 10 de maio de 2014

PODE??? - estacionamento para lá de indevido e paciência de Job

Aqui no prédio uma das lojas é uma garagem - (ou, eventualmente, todas as garagens são lojas excepto uma, não sei o que eram quando o prédio foi construído lá pelos anos 40 do século passado) - que pertence, e é usada, por um dos moradores do prédio. Que esta manhã se deparou com um carro estacionado em frente à garagem e tão, tão, tão coladinho à porta da dita que não só não era possível tirar o automóvel da garagem como nem sequer era possível alguém entrar na garagem. 

Em vez de telefonar logo para a polícia a pedir um reboque, o dono da garagem passou toda a santa manhã especado à porta do prédio à espera que o dono do carro abusivamente estacionado aparecesse. PODE???

Ninguém apareceu, nem de manhã, nem até agora, e finalmente lá veio o reboque da polícia retirar o carro há poucos minutos.

Às tantas até era um carro roubado que os ladrões abandonaram ali?!?!!? 

Não sendo isso só se foi algum morador das redondezas que chegou aqui de madrugada com uma tão grande bebedeira que ainda está a curti-la enfiado em casa e nem reparou onde estacionou, nem deu pelo carro ser rebocado. E ainda vai pensar que lho roubaram... além de ter de pagar um balúrdio para o recuperar quando perceber que foi "roubado" pela polícia, o que, aliás, é muito bem feito, merecido. Porque estacionar onde estacionou também é PODE????


sexta-feira, 9 de maio de 2014

BANALIDADES - Léxico popular 2

De há uns anos a esta parte começou a usar-se a palavra EVENTO em vez de "acontecimento", "prova", "festa", "espectáculo", etc. Tudo bem, "evento", entre outras coisas, significa "acontecimento", é uma palavra mais curta do que "acontecimento" e mais abrangente do que "festa" ou "prova" ou "espectáculo".

O problema é que uma grande maioria de pessoas não diz EVENTO mas sim INVENTO e assim temos os "Inventos" desportivos, os "Inventos" de música, os "Inventos" de dança, os "Inventos" de artesanato, enfim, "Inventos" de tudo e mais alguma coisa, quando, na realidade, o único invento nos casos é o invento de usar a palavra invento em vez de evento.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

BANALIDADES - Léxico popular

Numa das TV's, numa reportagem sobre um taxista encontrado assassinado em casa, em Campolide, Lisboa, entrevistaram uma velhota vizinha da vítima. E ela disse que ele era muito boa pessoa, que a tratava muito bem, e que nunca levava mulheres porque era "homem sexual". Já não é a primeira vez que ouço pessoas dizerem "homem sexual" em vez de homossexual. E fico sempre curiosa em saber se tratando-se de uma mulher homossexual também lhe chamam "homem sexual", ou se chamam "mulher sexual"?!?!?

segunda-feira, 5 de maio de 2014

PODE??? - Lojinhas de pseudo-artesanato português



Ontem, na Baixa, querendo comprar um livro de mortalhas e porque sendo domingo as tabacarias estavam toda fechadas, entrei em várias lojinhas de pseudo-artesanato-recordações de Portugal, propriedade de imigrantes da Índia ou do Bangladesh ou de algures nessa zona do planeta, que pululam por todas as ruas. Primeiro, em todas elas fui obrigada a dizer que queria “rolling-paper” porque os senhores das lojas não falavam português como deve ser e não faziam a menor ideia do que eram mortalhas nem sequer papel de enrolar cigarros (quando muito percebiam o “enrolar cigarros” e davam-me máquinas de enrolar cigarros). Depois, quando finalmente encontrei umas mortalhas duma das marcas que queria, que costumo comprar em vários locais por 50 cêntimos, o homem da loja disse que custavam um euro. Eu disse: “Um euro? Não, não vou pagar um euro por uma coisa que compro por 50 cêntimos noutros sítios.” E estendi-lhe as mortalhas que tinha na mão para lhas devolver. Ele não as agarrou. Em vez disso perguntou: “Quanto é que costuma pagar?”, eu repeti: “50 cêntimos.” E ele “Então paga 50 cêntimos.”. E paguei 50 cêntimos. Acho isto inacreditável. Como é possível lojas onde os preços são discutidos como nas feiras e onde as pessoas que estão a atender falam mal e porcamente a língua do país?!?!?!? A ASAE que se preocupa tanto em andar sempre a cair em cima dos pequenos comerciantes portugueses por não emitirem facturas, ou por venderem o bolo ou os croquetes que fazem em casa (e não numa cozinha licenciada), não se preocupa nada com estas lojinhas? Não tenho absolutamente nada contra imigrantes, mas estas lojas são inadmissíveis. Não só por quem atende não falar português minimamente fluente, como por os preços não serem marcados, como, ainda por cima, pelo mau aspecto que dão para o público-alvo delas, os turistas, por praticarem preços exorbitantes e por venderem artesanato-fancaria, ‘made in China’ ou ‘made in Índia’ ou ‘made in’ seja lá onde fôr menos onde devia ser ‘made in’ o artesanato português.

domingo, 4 de maio de 2014

PODE??? - A Senhora da Saúde engana os devotos



Bom, na realidade – e obviamente – o engano aos devotos não foi perpetrado pela Nª Senhora da Saúde mas sim pela Irmandade de São Sebastião e Nª Senhora da Saúde que promove a procissão. Mas o facto é que a procissão, que todos os anos, desde que foi retomada na década de oitenta do século passado, se realizou no 1º domingo de Maio, este ano vai realizar-se no 2º domingo de Maio, o próximo, dia 11. Eu soube disso através de um amigo que teve acesso a um folheto com essa informação e confirmei no ‘site’ Ecclesia. Mas hoje, como a dita procissão é sempre misteriosa e nada divulgada senão depois de acontecer, como queria ir à Baixa (a uma exposição no MUDE, “O design possível” - recomendo) fui a pé e pela hora em que devia haver procissão se, como sempre, desde há 30 anos, acontecesse no 1º domingo de Maio. Descendo a Almirante Reis fiquei segura de que não havia procissão hoje logo que cheguei aos Anjos. A avenida não estava cortada ao trânsito nem havia o movimento de gente de um dia de procissão. Comecei, isso sim, a ver vários devotos defraudados a regressarem do Martim Moniz, avenida acima, porque tinham ido para a procissão que afinal não havia. Na sua maioria velhotes, muitos com dificuldades de locomoção, desiludidos e chateados por se terem  “arrastado” até ao Martim Moniz em vão. Já ao pé da capela ouvi a conversa entre uma rapariga e uma velhota que se indagavam se não haveria procissão este ano porque a capela estava fechada e nem sequer havia nenhuma informação na porta da dita. Meti-me na conversa e disse-lhes o que sabia. A velhota tinha-se farto de andar para chegar ao Martim Moniz, ia à procissão todos os anos desde os anos 80, sempre, sempre, sempre, no 1º domingo de Maio, e estava desolada e, com toda a razão, zangada, por terem mudado a data sem essa mudança ter sido anunciada amplamente, nomeadamente nas TV’s. A rapariga, que tinha vindo da Charneca da Caparica de propósito, não estava menos chateada. Entretanto, um homem, que nos ouviu, meteu-se também na conversa dizendo que eu tinha razão e indicando que essa informação estava afixada num folheto na montra de uma loja ali ao lado, na Rua da Mouraria. Esta procissão é sempre muito misteriosa, sigilosa, parece uma coisa para iniciados. Nunca é noticiada em parte alguma senão depois de ter acontecido. Mas esta alteração de data devia ter levado a Irmandade a anunciá-la. Não o fazerem foi uma grandessíssima falta de respeito pelos devotos de Nª Senhora da Saúde que, ainda por cima, são em maioria gente com muita idade e dificuldades de locomoção. Era bem feito não terem ninguém na procissão no próximo domingo. Eu não sei se irei. Adoro esta procissão mas não gostei, achei mesmo indecente esta falta de respeito pelos devotos e até pelos simples curiosos como eu, de trocarem a data de realização da procissão sem mais nem menos e não terem o cuidado de divulgar amplamente a alteração. E resta o mistério da razão da alteração. A Capela está com obras de pintura exterior nas laterais. Terá sido por isso? Não se sabe... esta procissão deve ser a procissão mais misteriosa e sigilosa do mundo.