Descobri
que sou devota. Não de uma religião, nem de uma igreja, nem de um santo (embora
quanto a santos até seja simpatizante de alguns) mas de... procissões ;)). Bom, pelo menos destas procissões lisboetas que
descobri.
Lembrei-me
que era hoje a Procissão de Santa Rita de Cássia, onde já fui o ano passado, e
lá fui eu para a Baixa, para ver o cortejo que pára o trânsito numa data de
ruas ao meio-dia de um dia que, sendo sempre o mesmo do mês, calha muitas vezes num dia útil, como aconteceu o
ano passado, como aconteceu este ano.
Embora
este ano não tenham feito o mesmo que o ano passado, em que fecharam as ruas ao
trânsito desde antes da procissão sair da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira até chegar à Igreja de São Nicolau. Este ano
o trânsito estava fechado apenas no troço da Rua da Conceição onde fica a
Igreja de Nossa Senhora da Oliveira e a procissão foi precedida de polícias em motos que foram parando o
trânsito à medida que a procissão foi avançando.
Além
da polícia a abrir a procissão (que bem podia ir em cavalos ajazeados como o
São Jorge e a sua xaranga da Procissão da Sra. da Saúde) o resto era igual ao
ano passado, uma banda de música, os padres e acólitos com o estandarte e as
relíquias de Santa Rita de Cássia e os devotos com ramos de rosas.
Mas
chegados à Igreja de São Nicolau houve outra diferença. A celebração foi feita
na rua, com o padre, os acólitos e as relíquias à porta da Igreja e os devotos
no largo em frente.
Depois
do corre-corre e encontrão para entrar na Igreja a que assisti no ano passado,
achei uma medida correcta. Cabem muito mais pessoas no largo do que dentro da
Igreja.
Entretanto,
com uma pesquisa na net, descobri o porquê das rosas. São levadas para serem
benzidas, (eu pensava que eram para oferecer a Santa Rita de Cássia mas parece
que não), e a associação das rosas a Santa Rita de Cássia decorre dela gostar
muito de rosas e de pouco antes de morrer, no convento onde vivia, ter pedido,
em pleno Inverno em Cássia, para lhe trazerem do jardim da sua casa uma rosa e
um figo. E quem foi em busca da rosa e do figo achando que não ia encontrar naquela
época nem uma nem outro, encontrou ambos. (Ou seja, as pessoas também podiam
levar figos para benzer em vez de rosas). E descobri também que em Cássia, e em
Itália em geral, ela não é conhecida por
Rita, o seu nome religioso, mas sim por Margarida (Margherita) o seu
nome de baptismo.
Não
admira que eu me confunda toda com os santos da Igreja Católica, até há santos
com dois nomes diferentes, se eu encontrasse uma qualquer informação sobre
Santa Margarida de Cássia não ia pensar que era Santa Rita de Cássia, mesmo que
achasse a imagem muito parecida – e claro que ia achar - pensaria que eram duas
santas com uma iconografia semelhante.
E
ainda descobri outra coisa que me intrigou, o corpo de Santa Rita/Margarida de
Cássia está incorrupto, à vista de quem o visita, no Convento de Cássia. Assim
sendo, ...o que são as relíquias que estão em Lisboa e desfilam na procissão?
Pedacinhos de cabelo?
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