Ontem, na Baixa, querendo comprar um livro de mortalhas e
porque sendo domingo as tabacarias estavam toda fechadas, entrei em várias
lojinhas de pseudo-artesanato-recordações de Portugal, propriedade de
imigrantes da Índia ou do Bangladesh ou de algures nessa zona do planeta, que
pululam por todas as ruas. Primeiro, em todas elas fui obrigada a dizer que
queria “rolling-paper” porque os senhores das lojas não falavam português como
deve ser e não faziam a menor ideia do que eram mortalhas nem sequer papel de
enrolar cigarros (quando muito percebiam o “enrolar cigarros” e davam-me máquinas
de enrolar cigarros). Depois, quando finalmente encontrei umas mortalhas duma
das marcas que queria, que costumo comprar em vários locais por 50 cêntimos, o
homem da loja disse que custavam um euro. Eu disse: “Um euro? Não, não vou
pagar um euro por uma coisa que compro por 50 cêntimos noutros sítios.” E estendi-lhe
as mortalhas que tinha na mão para lhas devolver. Ele não as agarrou. Em vez
disso perguntou: “Quanto é que costuma pagar?”, eu repeti: “50 cêntimos.” E ele
“Então paga 50 cêntimos.”. E paguei 50 cêntimos. Acho isto inacreditável. Como é
possível lojas onde os preços são discutidos como nas feiras e onde as pessoas
que estão a atender falam mal e porcamente a língua do país?!?!?!? A ASAE que se preocupa
tanto em andar sempre a cair em cima dos pequenos comerciantes portugueses por
não emitirem facturas, ou por venderem o bolo ou os croquetes que fazem em casa
(e não numa cozinha licenciada), não se preocupa nada com estas lojinhas? Não tenho
absolutamente nada contra imigrantes, mas estas lojas são inadmissíveis. Não só
por quem atende não falar português minimamente fluente, como por os preços não serem marcados,
como, ainda por cima, pelo mau aspecto que dão para o público-alvo delas, os
turistas, por praticarem preços exorbitantes e por venderem artesanato-fancaria,
‘made in China’ ou ‘made in Índia’ ou ‘made in’ seja lá onde fôr menos onde
devia ser ‘made in’ o artesanato português.
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