sábado, 13 de junho de 2015

A MINHA RUA É UM FARWEST - A minha marcha é linda!

A marcha do Alto do Pina foi a marcha vencedora da edição das marchas populares de Lisboa deste ano. Não sei onde (felizmente) estiveram até às 7 da manhã mas desde essa hora que grupos de marchantes e apoiantes, vestidos com as T-shirts da colectividade, circulam pelo bairro a gritar, a cantar, a buzinar em automóveis. O que mais gostei foi o reportório que usam, "Alto do Pina, olé!", "Alto do Pina, o maior de Portugal!", "E é, e é, e é, Alto do Pina é que é!" e... "Atirei o Pau ao Gato" e Hino Nacional.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A MINHA RUA É UM FARWEST - Pocotó-pocotó-pocotó!

5 da manhã. Sou acordada por um pocotó-pocotó-pocotó na rua. Um cavalo a galope? Em plena cidade de Lisboa? Algum maluco que tem um cavalo e resolve aproveitar as horas mortas de trânsito para galopar pelas ruas? Ainda nem tive tempo de voltar a adormecer, pocotó-pocotó-pocotó! Os únicos cavalos que alguma vez vi em Lisboa (além dos da procissão da Senhora da Saúde) são de patrulhas da GNR, passavam em outras ruas onde morei, mas andavam a passo ou a trote ligeiro e nunca às 5 da manhã. E de novo, pocotó-pocotó-pocotó! Penso em levantar-me e ir à janela ver se o pocotó-pocotó-pocotó é mesmo um cavalo a galope, ou apenas um som proveniente de algum emissor de "sound-effects", (há uns parvos por aí com buzinas que são relinchos de cavalo, quem sabe se também há buzinas que são galope de cavalo?). Mas não me apetece levantar e ser um levantar em vão por o pocotó-pocotó-pocotó nem voltar a ouvir-se. Mas volta a ouvir-se, mais duas ou três vezes ouvi o pocotó-pocotó-pocotó, parece algum cavaleiro que anda às voltas, galopando com o seu cavalo, e passa aqui na rua a cada volta. Não fui ver. Mas se voltar a acontecer irei logo ao primeiro pocotó-pocotó-pocotó.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

DE PASSAGEM - Crime na rua?

Vi o carro dos bombeiros ao longe, mal entrei na rua. Era um auto-tanque dos pequenos e estava parado vertical ao passeio junto ao 2º cruzamento, precisamente o cruzamento  com a rua que era o meu caminho. Não havia nenhum cheiro a queimado e como junto a esse cruzamento há um café pensei que os bombeiros tivessem ido comer ou beber algo no regresso de algum serviço (alguns minutos antes vira um tripulante de uma ambulância do INEM sair de um McDonald's carregando sacos e entrar na ambulância parada lá à porta). Mas à medida que me fui aproximando reparei que do outro lado da rua estavam vários polícias e também alguns mirones. E ao chegar mesmo ao local vi que do lado da rua onde estavam os polícias (eu estava a caminhar pelo lado oposto, o lado onde estava o carro dos bombeiros) havia uma zona de passeio isolada com fitas e no meio dessa zona a maior quantidade de moscas que eu já alguma vez vi cobria uma área do passeio de bom tamanho, diria mesmo do tamanho de um corpo humano. Um dos mirones estava a dizer para outro "Muito mau, isto não se faz nem a um cão.". Podia ter perguntado a um dos mirones, ou a um dos polícias, o que se tinha passado (não tenho nenhum problema em perguntar seja o que fôr seja a quem fôr, e muitas vezes pergunto, o pior que pode acontecer é não me responderem, ou mandarem-me a algum sítio feio). Mas hoje não me apeteceu, resolvi ficar só com as minhas deduções. Alguém foi barbaramente agredido naquele local, sobreviveu à agressão e foi transportado para o hospital, a polícia, PSP, devia estar à espera de polícia de investigação criminal e os bombeiros à espera que a polícia liberasse o local para poderem limpar a rua pois certamente aquelas centenas, ou mesmo milhares, de moscas estavam a cobrir uma enorme mancha de sangue. Levando as deduções mais longe suspeito que o agredido tenha sido um velho sem-abrigo que já várias vezes vi pelas esquinas daquele cruzamento. Talvez venha a confirmar as minhas deduções com alguma notícia do Correio da Manhã que adora noticiar histórias de sangue e que parece que tem um repórter em cada esquina do país (no momento não estava lá ninguém do CM mas podia já ter estado ou ter chegado depois).

sexta-feira, 5 de junho de 2015

BANALIDADES - Tri-tri-tri

Estou sentada na sala e começo a ouvir, vindo da rua, um barulho que parecia vidro partido a ser varrido. Não liguei, achei que alguém tinha quebrado algo de vidro e estava a varrê-lo ou algo no género. Mas o ruído prosseguiu e prosseguiu e prosseguiu e fui à janela cuscar. Não era vidro. Era um homem, dentro duma carrinha, a remexer num caixote cheio de pequenas peças metálicas que à distância da minha janela não consegui identificar, suponho que seriam parafusos, porcas e coisas no género. Saí da janela e voltei ao que estava a fazer mas o incrível - e estranho - é que o ruído de tri-tri-tri continuou por quase uma hora. Que raio é que o homem estava a procurar naquele caixote? E será que encontrou? Ou desistiu?

terça-feira, 2 de junho de 2015

DE PASSAGEM - Turistas tótós



Subindo a Rua Barata Salgueiro, ao chegar ao cruzamento com a Rua do Salitre e a Rua Nova de São Mamede, sou abordada por um casal de turistas que me pergunta, em inglês, se para irem para o “Botanic Museum” devem ir para a direita, pela Rua do Salitre, ou em frente, pela Rua Nova de São Mamede. Respondo-lhes, em inglês, para subirem a Rua Nova de São Mamede. Que eu também ia subir, mas eles caminhavam mais rápido e ultrapassaram-me uns bons metros. Quando cheguei ao Largo de São Mamede vi-os, tipo “baratas tontas”, parados na beira do passeio, a olhar para a esquerda e para a direita, já posicionados mais para a direita do que para a esquerda. Como  no cruzamento da Rua Nova de São Mamede com a da Escola Politécnica existe um letreiro a indicar o Museu para a esquerda ainda pensei em me ralar para eles já que se não tinham visto o letreiro era por serem tontos. Mas resolvi ter pena dos tontos e, como também eu ia para a esquerda não me apetecendo levar a simpatia tão longe ao ponto de andar para a direita para ir ter com eles, chamei-os, gritando “Hei!” - ;) – e indiquei-lhes, apontando, que era para a esquerda que deviam ir. Eles aproximaram-se e eu expliquei-lhes, mais uma vez em inglês, que encontrariam o museu do lado esquerdo um pouco adiante. Acho que eles só perceberam os gestos que adicionei à fala quando me apercebi de que eles não estavam a entender patavina do que eu lhes dizia. Não sei que raio de origem tinham estes turistas. De um país de língua inglesa não eram certamente pois apesar de me terem abordado em inglês não dominavam a língua inglesa (e não, não é problema meu, o meu inglês pode não ser perfeito mas também não é assim tão mau). E tontos eram de certeza, não prestavam atenção à sinalética e também não tinham um mapa, o que certamente não é a melhor maneira de andar a explorar uma cidade desconhecida.