sábado, 7 de maio de 2016

A MINHA RUA É UM FARWEST - Confusão às 3 da manhã



Três da manhã, sou acordada por um ruído seguido de um F...-se! dito por uma voz masculina alto e bom som. Imagino que foi mais um estampanço no cruzamento. Como tenho de me levantar para ir à casa de banho esvaziar a bexiga ou não vou conseguir readormecer, resolvo ir à janela espreitar o que aconteceu. No meio do cruzamento está parada uma carrinha  da polícia com as luzes azuis ligadas a girar e  pelo menos uns doze polícias estão por ali. No chão uma mota tombada e um homem deitado. Dois polícias levantam a mota e levantam o homem e levam ambos para o passeio do outro lado. Um deles diz “Calado! Nem uma palavra! Nem uma!”. Outros dois, com papeladas na mão, atravessam a rua para o passeio do lado de cá e falam para alguém que está fora do meu raio de visão “De quem é a mota?”. A mota caída estava virada para baixo, a carrinha da polícia virada para cima, e o homem que estava deitado no chão ao pé da mota não tinha capacete. Não sei se os gajos da mota tiveram o azar de cruzar com a carrinha da polícia e cairam com o susto, ou se estavam a ser perseguidos pela carrinha da polícia e cairam ao tentar fazer uma manobra manhosa para inverter o sentido da marcha e fugir. Também não sei se além da falta de capacete de um deles havia mais prevaricações, às tantas até a mota era uma prevaricação, isto é, roubada. E não percebi porque é que um deles não podia dizer nem uma palavra enquanto que o outro (o condutor?) era interrogado. Desisti de perceber. Fui à casa de banho e voltei para a cama.