Fiz um trajecto a pé do Saldanha até ao Rossio indo pelas ruas paralelas à Fontes Pereira de Melo até à Rua de São Sebastião da Pedreira, que desci, seguindo pelas ruas de Santa Marta e São José. E encontrei várias situações de travessia de peões de um total absurdo, que obrigam os peões a atravessar em risco ou a ter de dar voltas e reviravoltas para atravessar em segurança. Uma das travessias, junto a um cruzamento de 3 ruas,com passadeiras e semáforos, obriga o peão a atravessar metade da rua até ao passeio central, depois a atravessar o corte do passeio central correspondente à passagem de automóveis do cruzamento, depois atravessar para a "ilha" de passeio entre as outras duas ruas e atravessar novamente sendo que lhe é apenas permitido atravessar para um dos lados de qualquer uma dessas ruas. Ou seja, se o peão apenas quer atravessar a rua que tem o passeio central, onde circula, bem pode andar mais uns bons metros até outra passadeira porque naquela não tem como. E se quiser ir para uma das outras ruas é obrigado a ir para a direita de uma e para a esquerda da outra tendo também de andar uns bons metros para atravessar em segurança para o lado oposto. Noutro cruzamento/entroncamento o peão que circula do lado da rua onde a outra entronca não tem passadeira nem para atravessar essa rua nem para atravessar para o outro lado da rua onde circula, se quiser atravessar numa passadeira, ou volta para trás muitos metros, ou tem de ir até ao fundo da outra rua, atravessar e voltar a fazer toda a rua. E na travessia de outro cruzamento, entre 4 ruas, com passadeiras e semáforos que permitem ao peão ir de um lado ao outro linearmente seja qual fôr o trajecto que quer seguir, de um dos lados a passadeira está exactamente em frente a uma garagem de um prédio (de onde, durante os minutos que eu esperei que o sinal ficasse verde para mim, sairam três automóveis) obrigando o peão a esperar desviado do local de travessia, e do outro lado grades colocadas pela polícia a sinalizar um buraco no passeio impediam totalmente a circulação no dito passeio (apesar de o buraco não ocupar o passeio todo) e ainda havia um automóvel estacionado mesmo no local da grade, por acaso uma curva no cruzamento oblíquo de duas das ruas, que obrigava o peão a circular pelo meio da rua.
Além disto, ainda me deparei com vários, muitos, troços de passeio totalmente obstruídos, por estacionamento, por obras, ou por prédios em risco de ruína ou buracos no piso. É assim que Lisboa trata os seus peões. E depois admiram-se que haja um enorme quantidade de atropelamentos e pouca gente a andar a pé.
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