Ontem
à noite, uma barulheira não identificável na rua despertou a minha curiosidade.
Fui à janela e deparei com duas carrinhas, uma das quais com luz rotativa
amarela no tejadilho, sinalizando veículo de trabalho público, e com um “www
graffiti qualquer coisa” pintado na carroçaria, e um bando de jovens que andavam
a eliminar os pseudo-graffiti (na realidade borradas de tinta preta) que existiam
em várias paredes e montras aqui pela rua. Os métodos usados, dependendo da
superfície a limpar, eram três, um pano embebido em petróleo ou algum derivado,
que cheirava que tresandava, nos vidros, água à pressão (que fazia a enorme
barulheira que chamou a minha atenção) para as superfícies de pedra, e tinta
para as paredes pintadas. Para além de achar inacreditável fazerem um trabalho
com toda aquela barulheira da agulheta de água à pressão naquele horário (neste
pedaço de rua onde moro andaram entre as 23H30 e as 0H30 e continuaram rua
fora) numa noite de um dia de semana, também achei muito estranho o método de
pintura usado nas paredes pintadas já que me pareceu evidente – embora no
momento, dada a falta de luz, não conseguisse ver bem o resultado – que era
impossível o bocado de parede pintado de fresco ficar no mesmo tom do resto das
paredes dos prédios contemplados, por muito igual que fosse a tinta utilizada.
E esta manhã comprovei. Nota-se perfeitamente o remendo de pintura e, pior,
ainda se percebem os graffiti-borrões pretos por baixo. Ou seja, em minha
opinião, no que toca às paredes pintadas, foi “pior a emenda do que o soneto”.
E não entendo que raio de serviço é aquele. Suponho que seja um serviço
encomendado pela Junta de Freguesia ou pela Câmara Municipal pois a única
alternativa era ser trabalho voluntário. Mas seja o que fôr como é que vão
borrar paredes de prédios de propriedade privada sem autorização dos
proprietários? Se eu fosse proprietária de um prédio borrado com graffiti
preferia ter lá o borrão preto do pseudo graffiti do que ter um remendo de tinta
a tapá-lo mal e porcamente.
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