Agora à tarde um sarrabulho de todo o tamanho na rua. Entre um
homem e uma rapariga. Deu para perceber que eram pai e filha. E que o homem
estava – está (a cena ainda não teve o ponto final) – com uma grande bebedeira.
Gritaram, bateram-se, insultaram-se. Isto tudo em frente ao ginásio que há no
prédio aqui ao lado, e que o homem ameaçava que ia partir, e perante uma
montanha de outras pessoas, homens e mulheres, que o seguravam quando a coisa
se descontrolava. Às tantas apareceu uma mulher, em passo acelerado pela rua
fora e foi meter-se na confusão, era a mulher/mãe daquela família maravilha. Os
insultos e as agressões passaram a ser a três, o homem contra a filha e a
mulher, e as ameaças de que ia partir o ginásio continuavam. Puseram uma data
de alarmes de carros a tocar porque iam contra eles, a rapariga ia embora e ele
acalmava um pouco mas ela logo voltava para trás e recomeçava a confusão. Finalmente,
não sei como, elas desistiram e foram embora e poucos minutos depois chegou a
polícia. Agora a polícia já foi embora e ele está já longe do ginásio
acompanhado de um grupo dos homens que estavam à volta da cena, e da filha que
reapareceu, mas está parado mais à frente a desatinar, suponho que com o ginásio,
dados os gestos largos com que para ele aponta. Não sei se ele não gosta que a
filha frequente o ginásio, ou o que tem contra o ginásio mas cheira-me que a
cenaça ainda não vai ficar por aqui.
Entretanto adorei um pormenor desta situação, a borrachona
do prédio aqui da frente, que agora tem andado muito calminha mas que já fez
montes de cenas do género, esteve todo o tempo na varanda contemplando a confusão
com um sorriso condescendente como se nunca na vida tivesse tido um
comportamento igual.
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