Não acredito em Deus nem percebo como é que alguém pode
acreditar. Mas respeito quem acredita, tem fé, segue uma qualquer religião e
não tento convencer nenhuma dessas pessoas de que estão erradas porque Deus não
existe, apesar de ter a certeza de que Deus é uma invenção delas. Por isso
DETESTO prosélitos religiosos. Hoje estava na Alameda à espera de um autocarro e fui
abordada por uma senhora que queria dar-me um jornal. Já anteriormente me
tinham dado um jornal naquele local, que eu aceitei porque ia em andamento e
porque pensei que era um jornal normal, com notícias de actualidade, dos vários
gratuitos que são distribuídos na cidade. Mas quando comecei a lê-lo percebi
que era um jornal-prosélito da Igreja Universal do Reino de Deus que tem a sua
igreja-sede ali mesmo, no edifício do antigo cinema Império. Por isso desta vez
desconfiei e, em vez de aceitar o jornal, perguntei à senhora “Que jornal é esse? É
da IURD?”. A senhora confirmou e eu disse “Não quero, obrigada.”. E ela “O que
é que tem contra a IURD?”, respondi “Nada de especial. Não sou religiosa de
nenhuma religião nem quero ser, é só isso.” Ela aproveitou para levar mais longe o seu proselitismo
“Sabe que Deus é paz e que o mundo está assim por as pessoas não praticarem
nenhuma religião. Concorda comigo, não concorda?”, obviamente que a minha
resposta foi “Não. Não concordo mesmo nada, discordo em absoluto. Eu sou boa pessoa, não faço mal a
ninguém, sou uma pessoa de paz e não sou religiosa. E conheço mais imensas
pessoas como eu”. E ela, insistente “Mas Deus não é uma religião, Deus é
Deus.”. Respondi “Eu não acredito em Deus.”, aí a mulher perdeu a compostura “Ai não acredita???? Pois
vai ver se não chama por ele quando tudo desabar!!!” e eu (apesar de não saber
o que era o “tudo” que ia “desabar”) respondi-lhe “Se isso acontecer, quando
acontecer, logo se vê, é problema meu!”.
Ela já estava vermelha de frustração e fez a última tentativa de me
converter, estendeu-me o jornal, “Mas fique com o jornal na mesma.”, e eu pus
ponto final na conversa “Não, não fico. Já lhe disse que não quero o jornal!”.
Foi embora furibunda, quase que eu via fumo a sair-lhe das orelhas (pelos
vistos acreditar em Deus e praticar uma religião não faz com que ela seja assim
tanto de paz, ou teria ficado tranquila com a minha recusa).
Sem comentários:
Enviar um comentário