sexta-feira, 13 de junho de 2014

BANALIDADES - Noite de Santo António



Fui ver, mais uma vez, a Marcha do Alto do Pina a sair para a Avenida. Mas acabei por não ver porque, também  mais uma vez, a marcha não saiu na hora marcada e quando o atraso já era de uma hora desisti. Tinha uma sardinhada à minha espera, no quintal de uns amigos, e achei que uma hora de atraso já era abuso. De qualquer modo não dei por mal empregado o tempo que estive na rua à espera da marcha. É uma confusão e é divertido. Este ano não houve carros de bombeiros nem ambulâncias a passar no meio da confusão pré-saída da marcha mas houve um trânsito imenso e intenso, absolutamente inusitado aqui na rua, não faço ideia porquê mas imagino que por estar a ser desviado, por alguma razão, da rua  por onde é costume passar que é uma via rápida com várias faixas de rodagem. Como não bastasse a fila contínua de trânsito, ainda houve um imbecil, com idade para ter juízo e que obviamente não tinha, a andar de mota para baixo e para cima, a acelerar feito doido e a fazer cavalinhos. Tudo isto com os marchantes e o resto do povo da colectividade para cá e para lá, com o maior à vontade, como se a rua estivesse cortada ao trânsito. Acho que o Santo António deve mesmo protegê-los ou em vez de irem marchar iam para o hospital atropelados. Já vi hoje que ficaram em quarto lugar. Atendendo a que devem chegar à Avenida todos ou quase todos bêbados, à medida que vão ficando prontos, vestidinhos com as suas bonitas fatiotas de marchantes, vão esperando a ordem de marcha bebendo copos pelos tascos da rua, até que é uma boa classificação. Não sei o que se passa com as marchas dos outros bairros mas esta, pelo menos o ano passado e este ano, é uma desorganização completa. Uns vestem-se na colectividade que organiza a marcha, outros vestem-se na colectividade vizinha, outros vão vestir-se aos tascos, outros a casas particulares, uns chegam a tempo, outros chegam atrasadézimos, e em vez de sairem na hora marcada andam uma hora, ou mais, a zanzar e a beber copos. Depois fui para a sardinhada. Foi divertido e simpático e familiar. Havia sardinhas e febras, pão e broa, azeitonas, saladas e fruta e tarte de maça e, claro! vinho tinto E no final apanhámos limões do limoeiro do quintal. Gostei!
 


Perto da 1 da manhã, já eu estava de volta a casa, passaram os marchantes de regresso da Avenida. Tão contentes e a fazerem tanto barulho, gritando a plenos pulmões “E é, e é, e é, a Marcha do Alto do Pina é que é!”, que até pensei que tinham ganho o primeiro lugar. Quando hoje percebi que só conseguiram o quarto concluí que o entusiasmo devia ser alcoólico. E às 6 da manhã fui acordada por uma barulheira infernal. Um bêbado qualquer de passagem atirou para o meio da rua todos os caixotes do lixo de todos os prédios. Vá lá que estavam vazios. E viva o Santo António!

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