Ontem, por volta das 8 da noite, a campainha aqui de casa
tocou insistentemente acompanhada de noc-noc-noc repetido e vigoroso na porta. Como
já referi em posts anteriores, nunca abro a porta nestas circunstâncias, falo
sempre sem abrir a porta e despacho os vendedores sem abrir a porta. E desta
vez nem me mexi, estava sentada na sala e limitei-me a gritar bem alto “Quem é?”
e voltar a gritar bem alto “Não estou interessada!” depois de ouvir uma voz a
dizer que era da PT Comunicações (da qual por acaso até sou cliente, mas nem
isso informei aos “batedores de porta”). Mas fiquei a pensar que era inacreditável
que esta gente entrasse nos prédios e batesse assim às portas dos moradores
aproveitando encontrarem a porta do prédio aberta, ou algum morador lhes abrir
a porta do prédio. Enquanto pensava isto ouvi tocarem a campainha e baterem na
porta do apartamento do lado com a mesma insistência e vigor que tinham usado
em minha casa. E as velhotas que lá moram, em vez de fazerem o que eu fiz,
abriram a porta. E comecei então a ouvir duas vozes, uma de mulher e outra de
homem, a venderem “o seu peixe” com a mesma insistência com que tinham batido às
portas, as senhoras a dizerem que não estavam interessadas e eles a insistirem
e insistirem e insistirem. De repente aparece uma quarta voz, a do vizinho do
andar por baixo do das velhotas, que é também um velhote e administrador do
condomínio. A desatinar com os vendedores e a dizer que eles não podiam andar
dentro do prédio a chatear toda a gente e que tinham de sair do prédio. Eles
reagiram mal, defendendo o seu direito a fazerem o seu trabalho, com a mulher
aos gritos que tinha de trabalhar “para pagar os estudos”, e as vozes foram
subindo de tom e apareceu uma 5ª voz (presumo que da mulher do administrador)
que gritava, em pânico, “Ó Zé! Vem embora!”, “Ó Zé! Ó Zé! Ó Zé!”. Eu já estava
a ver que tinha de ir à escada dar um berro para acabar com a confusão, (ou
chamar a polícia, ou o vizinho que tem o restaurante aqui ao lado para
acalmarem os ânimos se achasse que o meu berro não ia ser suficiente), mas entretanto a confusão amainou e os vendedores, sempre a refilar, foram embora. Mas de facto não percebo que raio de resultados
estes vendedores obtêm com este comportamento invasivo, agressivo e
mal-educado. Tudo bem que vão bater às portas das pessoas pois é mesmo para
isso que são contratados, mas se tivessem um mínimo de educação e respeito
pelos outros faziam a abordagem casa a casa através da campainha da porta do prédio
e só entravam para se dirigirem aos apartamentos que lhes tivessem concedido
entrada no prédio em vez de, como fazem, aproveitarem apanhar as portas dos
prédios abertas, ou algum morador lhas abrir, para irem bater agressivamente às
portas de todos os moradores. Os serviços da PT Comunicações que eu uso até foram contratados através de um destes vendedores porta a porta, mas foi com uma vendedora bem educada, que tocou a campainha da porta do prédio, me disse ao que ia pelo intercomunicador, entrou porque eu lhe abri a porta e se limitou a ir deixar-me informação sobre o serviço e um número de telefone para eu a contactar se decidisse contratar o serviço, o que acabei por fazer alguns dias depois quando decidi que me interessava. Com um vendedor com o comportamento destes que apareceram aqui ontem... nunca iria fazer negócio nem que já soubesse que estava interessada em contratar o serviço
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