Há alturas em que parece que entro numa onda de atrair
desagradabilidades. Em 3 dias seguidos: dia 1 - o senhor duma tabacaria onde eu
ia imensas vezes deu-me o saco, (que pedi para levar o jornal e o maço de
tabaco que tinha comprado por estar com uma mala minúscula onde nenhum deles
cabia e ser desconfortável levar o jornal e o maço de tabaco na mão), com modos
de contrariado e com um discurso moralista de que “dantes” nem havia sacos e as
pessoas levavam os jornais na mão mas que “agora” toda a gente quer sacos para
levar os jornais. Não gostei mesmo nada. Porque é uma raridade eu pedir sacos,
acho que nem nunca tinha pedido naquela tabacaria, pois normalmente ando com
uma mala bem grandona e não peço sacos nem mesmo quando compro um jornal e uma
revista e tabaco de enrolar e mortalhas e cigarros duma só vez, pois cabe tudo
na minha mala. E porque ele fez este
discurso todo em alta voz , diante de outros clientes e falando para a “geral”.
Perdeu uma cliente, decidi e cumpri, não voltei a pôr lá os pés (e já passaram
4 anos). Deve ser “alérgico” a sacos (ou a dar sacos?) mas está a atender
clientes tem de aguentar a “alergia” e ficar calado; dia 2 - a senhora dum quiosque,
onde também vou imensas vezes, respondeu-me desabridamente quando lhe perguntei,
obviamente em tom de brincadeira, se podia “oferecer-lhe” um encarte
publicitário que vinha no jornal que estava a comprar-lhe. Disse que também não
lhe interessava nada e eu que o pusesse no lixo, apontando-me o contentor
(dela) na esquina do prédio em frente, tão longe do quiosque que eu não
imaginava lhe pertencesse. Também não gostei. Mas a esta ainda dei o desconto
de se ter sentido ofendida por não entender que o meu “oferecer” era a brincar,
ou de apenas ser rude e não saber dizer a mesma coisa de uma maneira mais
simpática e delicada. Como mais de metade do dia é o marido dela que lá está e
é naturalmente mais cordial e simpático do que ela, continuei a ir lá; dia 3 - levei com o meu
vizinho do rés-do-chão que além de ser super chato e desatar a falar à menor
oportunidade, é mentiroso e má língua, odeia a senhora que limpa a escada, e em
apenas 2 ou 3 minutos que durou a
conversa, porque eu ia-lhe dando atenção mas sempre em andamento a afastar-me
dele, conseguiu dizer duas mentiras e ainda falar mal da senhora da limpeza,
que é Cabo-Verdiana, referindo-a como “a preta”. Muito desagradável mesmo. Só não lhe disse que
a senhora tem nome e que ele é racista, além de mentiroso, porque eu não lhe dizia praticamente
nada além de bom dia, boa tarde, até amanhã, porque não queria dar-lhe
confiança, apenas lhe respondia o mínimo dos mínimos para não ser mal-educada. (Deste
livrei-me quando mudei de casa embora
ainda o veja de vez em quando, na rua, porque não mudei para muito longe).
Sem comentários:
Enviar um comentário