A borrachona do casal de bebedolas do prédio aqui em frente
continua a fazer os seus “números.”. Outro dia chamei a polícia porque ela
estava a bater na mãe. A polícia levou um tempo imenso para aparecer (se
ela resolvesse matar a mãe à porrada tinha tido tempo de sobra) e quando
apareceu já ela tinha vindo para a rua trocar as pernas na companhia do marido
também a trocar as pernas. Alguns dias depois alguém que não eu chamou a polícia.
Não me apercebi de nenhuma situação que tivesse levado algum vizinho a chamar a
polícia. Os polícias sairam algum tempo depois acompanhados do marido a trocar
as pernas mas não o levaram, ele foi pela rua fora a trocar as pernas. Suspeito
que tenha sido ele a chamar a polícia por estar a levar com algum desatino dela
e que a polícia o tenha aconselhado a ir dar uma volta. No dia seguinte a este,
logo pela manhã, ouvi-a aos berros na varanda “Vai-te embora! Vai-te embora! Não
te quero cá! Desaparece!”, fui à janela e esta gritaria era para o marido que
ia rua fora (ainda sem trocar as pernas). Na noite desse dia quando fui
preparar as janelas para ir dormir, já passava da meia-noite, vi o marido a
trocar as pernas, atravessando a rua. Fiquei a observá-lo um bocado. Vinha ao
lado de cá da rua olhar para as janelas da casa deles, ia para o lado de lá da
rua, para a porta do prédio, e ficava a olhar para as campaínhas, e repetiu o
para cá e para lá, olha para as janelas, olha para as campaínhas 5 ou 6 vezes. Finalmente
decidiu-se e tocou a campaínha e logo no momento seguinte seguiu rua fora aos
ss’s e à máxima velocidade que a bebedeira lhe permitia. Ontem à noite ela andou
horas na rua, sempre a falar aos berros (não sei como não fica afónica), com
uma bebedeira gigante, gritou que se queria matar e fingiu meter-se à frente de
automóveis que circulavam, (houve um condutor que se passou com ela e parou e
saiu do carro e deu-lhe uma descasca), só fingimento mesmo, uma das vezes que eu estava a assistir ao "espectáculo" passou um autocarro e com esse ela nem fingiu meter-se à frente, deve ter achado perigoso demais, queixou-se da mãe, falou do filho, chorou que
era uma desgraçada, falou durante um monte de tempo com uma das ciganas romenas
do prédio ao lado que, aparentemente, tentava acalmá-la, depois tentou beijar
na boca um dos homens do clã de ciganos romenos que entretanto também tinha vindo para
a rua, a romena que estava com ela chamou-lhe a atenção para que ela era casada
apontando-lhe para a aliança e ela tirou a aliança e atirou com ela para o meio
da rua (a romena foi apanhá-la e, pelo menos no momento, não lha devolveu, eu
suspeito que não vai devolver nunca, que vai é passá-la a patacos o que, aliás, eu acho que faz muito bem pois é o que a borrachona merece), gritou para
chamarem a polícia, chamou pela mãe, virou o caixote de lixo do prédio dela
espalhando o lixo todo na rua, etc. etc. etc. Isto durou horas, 3 ou 4, e o que
eu assisti foi das duas ou três vezes que fui à janela mas pelo que eu ouvia,
mesmo estando sentada na sala e com a TV ligada, que era praticamente tudo o que ela dizia pois tem uma voz poderosa e fala aos berros, todas as horas que ela esteve na
rua foram uma repetição daquilo que eu vi. Já ela tinha entrado em casa quando
chegou a polícia, ao que percebi chamada por alguém aqui do meu prédio pois os polícias
vieram cá falar com alguém antes de irem à casa dela. Provavelmente esse alguém
chamou-os quando ela estava a arruaçar e eles é que demoraram imenso tempo a
aparecer como no dia em que eu os chamei por ela estar a bater na mãe. Ela saiu
do prédio com a polícia mas a polícia não a levou. E quando eu fui dormir ela
estava a falar com o vizinho do r/c do prédio dela que estava à janela, grandes
gestos mas com a voz em menor volume, eu só percebi uma palavra aqui outra ali
mas era a conversa do costume, queixas da mãe, lamentos de que é uma
desgraçada, etc. Na verdade desgraçado é quem tem de a aturar, da mãe dela aos vizinhos, passando, provavelmente, pelo marido que embora se emborrache tanto como ela não faz cenas e pelo dito filho de quem ela fala, que suponho seja um jovem que uma única vez vi na varanda da casa deles e que também suponho que se deve manter o mais possível bem longe dos borrachões dos pais.
Sem comentários:
Enviar um comentário