Eu andava à procura de casa em Lisboa e tinha marcado com uma senhora de uma imobiliária a visita a duas casas, uma na Praça das Flores, outra na Rua da Costa do Castelo. Combinámos encontrar-nos na casa da Praça das Flores e quando saímos da visita a essa casa, que não me interessou, a senhora perguntou-me “Quer ir de Metro ou a pé?”. Das alternativas que ela ofereceu, caminhar até ao Largo do Rato, a estação de Metro mais próxima, andar a trocar de linha por uma ou duas vezes e tornar a caminhar até ao destino a partir dos Restauradores ou da Praça da Figueira, ou fazer o percurso directamente a pé, eu, que adoro caminhar, que estou habituada a caminhar, que uso calçado apropriado para caminhar... escolhi, obviamente, irmos a pé. Era mais directo, era tão ou mais rápido, era mais agradável pois estava um dia bonito com uma temperatura amena, e, embora a distância seja grande, eu não tinha nenhum problema em a percorrer a pé. Percebi então que ela não fazia a menor ideia de que caminho devíamos tomar. Felizmente eu sabia e iniciámos o percurso. Ainda só íamos na Rua do Século em direcção à Calçada do Combro (nem a 1/3 do percurso) já ela estava toda “escaqueirada” e a perguntar-me se faltava muito... Apesar de ter seguramente menos uns vinte anos do que eu, não tinha calçado apropriado para caminhar, era notório que não estava habituada a caminhar, e era evidente que não fazia a mais pálida ideia de qual a distância até à Costa do Castelo. Como lhe expliquei que ainda íamos ter muito para andar perguntou-me então se não havia algum transporte que pudéssemos tomar. Disse-lhe que sim e tomámos o eléctrico na Calçada do Combro. Quando o eléctrico ia a descer para a Baixa, repito e realço, ia a descer para a Baixa, ela perguntou-me “Já vamos a subir para o Castelo?”. Respondi-lhe o óbvio e aproveitei para perguntar em que sítio da Costa do Castelo ficava a casa, para decidir se saiamos do eléctrico na Madalena ou na Sé, ou só em Sta. Luzia. Com um tom firme respondeu-me “Saímos em Sta. Luzia.” Quando chegámos a Sta. Luzia, ela nem se mexeu, fui eu que tive de anunciar “Sta. Luzia é aqui.”. E ela entrou em pânico, com medo de não conseguir chegar a tempo à porta porque nós íamos sentadas e o eléctrico ia a abarrotar de turistas. Claro que, como sempre, os turistas saíram quase todos para irem visitar o Castelo pelo que não havia razão nem para preocupação quanto mais para pânico, mas ela não sabia. E também não sabia como ir de Sta. Luzia para a Costa do Castelo. Mais uma vez, por sorte, eu sabia. Lá chegadas, descemos, e descemos, e descemos, até que, finalmente, chegámos à casa que ficava muito mais perto da Rua da Madalena do que de Sta. Luzia.
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e a proxima?
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