quarta-feira, 9 de maio de 2012

COISAS DE QUE EU GOSTO - Procissão da Senhora da Saúde (3)


O que eu descobri sobre a Senhora da Saúde e a sua procissão acompanhada de mais 4 santos:

A Ermida foi mandada construir em 1500 e poucos pelos Artilheiros do Castelo de S. Jorge, em honra de S. Sebastião e em agradecimento a terem sido poupados a uma epidemia de peste, criando a Irmandade de S. Sebastião.
Em 1565, por causa de outra epidemia de peste que entretanto passou e em agradecimento a Nª Senhora,  que  tinham invocado para os livrar da peste, o povo e a nobreza de Lisboa mandaram fazer uma imagem de Nª Senhora à qual chamaram "da Saúde". Esta imagem foi colocada no oratório do Real Colégio dos Meninos Orfãos (edifício ainda hoje existente, um pouco mais adiante e do lado oposto da Ermida, na Rua da Mouraria) e criou-se a Irmandade de Nª Senhora da Saúde para tomar conta dela.Em 1662, por causa de um diferendo havido entre a Irmandade de Nª Senhora da Saúde e a admnistração do RCMO,  as duas irmandades juntaram-se numa única, a Irmandade de Nª Senhora da Saúde e S. Sebastião e a imagem de Nª Senhora da Saúde passou a "morar" na ermida de S. Sebastião que também tomou o nome de Nª Senhora da Saúde, "roubando" o lugar principal ao S. Sebastião que, no entanto, continuou a "morar" na ermida embora relegado para um papel secundário. Esta Ermida de Nª Senhora da Saúde teve protecção real e em 1861 foi-lhe concedida a dignidade de capela real. Em 1871 a Condessa de Edla (à época viúva do Rei D. Fernando II) criou a Real Irmandade de Sto. António Lisbonense e instalou-a na Ermida de Nª Senhora da Saúde. Santa Bárbara é, como S. Sebastião, padroeira dos artilheiros pelo que também "mora" na ermida.

A 1ª procissão aconteceu em 1570 e continuou sempre sem interrupções até 1910 (implantação da república) altura em que deixou de se fazer, tendo recomeçado a fazer-se em 1940. Voltou a deixar de se fazer com o 25 de Abril e foi retomada novamente em 1981. Além da Senhora da Saúde, seguem na procissão: S. Jorge, que vem do Castelo de S. Jorge, montado num cavalo e acompanhado de uma banda militar também a cavalo e faz uma cerimónia de cumprimento à Senhora da Saúde quando chega, (e quando parte), e que abre a procissão. Seguem-se Santa Bárbara, Santo António, São Sebastião, e a Senhora da Saúde que encerra a procissão, todos acompanhados da Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e São Sebastião e da Irmandade de Santo António Lisbonense. Integram também a procissão elementos de todos os ramos das Forças Armadas e algumas respectivas bandas de música, PSP e a respectiva banda de música, Bombeiros, Cruz Vermelha, Voluntários dos Hospitais Civis de Lisboa, várias irmandades e confrarias de igrejas da cidade (S. Roque, Anjos, etc), 1ª Dama, Presidente da Câmara, Bispo das Forças Armadas e, claro, povo anónimo.

Seguindo a tradição, antes da procissão a imagem da santa é vestida com um manto (tem mais de vinte mantos) e é coroada, missão que, antigamente, estava a cargo das rainhas, e agora é da responsabilidade da primeira-dama. Noutros tempos, a investidura da imagem, que culminava com a imposição da coroa, era uma cerimónia íntima, reservada apenas a mulheres (da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e de S. Sebastião). Hoje, a cerimónia de colocar o manto  ainda é efectuada à porta fechada, mas a imposição da coroa já pode ser presenciada. Alvo de grande devoção, a Senhora da Saúde tem recebido, por parte dos fiéis, inúmeras ofertas, nomeadamente mantos valiosos.

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