O que eu descobri sobre a Senhora da Saúde e a sua procissão acompanhada de mais 4 santos:
A Ermida foi
mandada construir em 1500 e poucos pelos Artilheiros do Castelo de S. Jorge, em
honra de S. Sebastião e em agradecimento a terem sido poupados a uma epidemia
de peste, criando a Irmandade de S. Sebastião.
Em 1565, por
causa de outra epidemia de peste que entretanto passou e em agradecimento
a Nª Senhora, que tinham invocado para os livrar da peste, o povo e
a nobreza de Lisboa mandaram fazer uma imagem de Nª Senhora à qual
chamaram "da Saúde". Esta imagem foi colocada no oratório do
Real Colégio dos Meninos Orfãos (edifício ainda hoje existente, um pouco
mais adiante e do lado oposto da Ermida, na Rua da Mouraria) e criou-se a
Irmandade de Nª Senhora da Saúde para tomar conta dela.Em 1662, por causa de um
diferendo havido entre a Irmandade de Nª Senhora da Saúde e a admnistração do
RCMO, as duas irmandades juntaram-se numa única, a Irmandade de Nª
Senhora da Saúde e S. Sebastião e a imagem de Nª Senhora da Saúde passou a
"morar" na ermida de S. Sebastião que também tomou o nome de Nª
Senhora da Saúde, "roubando" o lugar principal ao S. Sebastião que,
no entanto, continuou a "morar" na ermida embora relegado para um
papel secundário. Esta Ermida de Nª Senhora da Saúde teve protecção real e em
1861 foi-lhe concedida a dignidade de capela real. Em 1871 a Condessa
de Edla (à época viúva do Rei D. Fernando II) criou a Real Irmandade de
Sto. António Lisbonense e instalou-a na Ermida de Nª Senhora da Saúde. Santa
Bárbara é, como S. Sebastião, padroeira dos artilheiros pelo que também
"mora" na ermida.
A 1ª
procissão aconteceu em 1570 e continuou sempre sem interrupções até 1910
(implantação da república) altura em que deixou de se fazer, tendo recomeçado a
fazer-se em 1940. Voltou a deixar de se fazer com o 25 de Abril e foi retomada
novamente em 1981. Além da Senhora da Saúde, seguem na procissão: S. Jorge, que
vem do Castelo de S. Jorge, montado num cavalo e acompanhado de uma banda
militar também a cavalo e faz uma cerimónia de cumprimento à Senhora da Saúde
quando chega, (e quando parte), e que abre a procissão. Seguem-se Santa
Bárbara, Santo António, São Sebastião, e a Senhora da Saúde que encerra a
procissão, todos acompanhados da Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e São
Sebastião e da Irmandade de Santo António Lisbonense. Integram também a procissão
elementos de todos os ramos das Forças Armadas e algumas respectivas bandas de
música, PSP e a respectiva banda de música, Bombeiros, Cruz Vermelha,
Voluntários dos Hospitais Civis de Lisboa, várias irmandades e confrarias de
igrejas da cidade (S. Roque, Anjos, etc), 1ª Dama, Presidente da Câmara, Bispo
das Forças Armadas e, claro, povo anónimo.
Seguindo a
tradição, antes da procissão a imagem da santa é vestida com um manto (tem mais
de vinte mantos) e é coroada, missão que, antigamente, estava a cargo das
rainhas, e agora é da responsabilidade da primeira-dama. Noutros tempos, a
investidura da imagem, que culminava com a imposição da coroa, era uma
cerimónia íntima, reservada apenas a mulheres (da Real Irmandade de Nossa
Senhora da Saúde e de S. Sebastião). Hoje, a cerimónia de colocar o manto ainda é efectuada à porta fechada, mas a imposição da coroa já pode ser
presenciada. Alvo de grande devoção, a Senhora da Saúde tem recebido, por parte
dos fiéis, inúmeras ofertas, nomeadamente mantos valiosos.
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