(Junho/ Julho 2011)
1º dia
Há borrachos no canteiro inacessivel. Na varanda
fechada da cozinha cá de casa há um canteiro exterior num dos topos que, (por
incompetência de quem fez o trabalho de fechamento da varanda, suponho), é
inacessível pois a janela que dá para esse lado... não abre - devem ter
trocado, na colocação, essa janela com a do outro topo da marquise que dá
para a varanda da sala, que podia perfeitamente não abrir e... abre.
Umas pombas resolveram fazer um ninho num dos cantinhos do
dito canteiro puseram lá dois ovos e andaram a chocá-los. Eu andava a vigiar
para ver quando os ovos se transformavam em borrachos e esta manhã...
bingo!!! por debaixo da pomba já se viam umas penugens ;)) Entretanto ela assustou-se
comigo e voou e lá estavam duas criaturinhas minúsculas e penugentas. Só espero
que não caia nenhuma grande chuvada até terem capacidade de voar ou...
arriscam-se a morrer afogadas porque o canteiro é fundo e fica tipo
"piscina" quando chove a sério porque
tem o escoamento todo entupido. Duvido
que os pais pombo tenham capacidade para tirar de lá os filhotes e eu não tenho
nenhuma, só se partir o vidro ou se chamar os bombeiros...
2º dia
Estou a comprovar, ((: graças às pombas que “pariram” no
canteiro :)) o que há meses atrás li sobre pombas nas pesquisas que fiz na
'net' para descobrir como afastá-las do telhado. Elas dão "de mamar"
aos filhotes. Tanto a fêmea como o macho fabricam no papo um
"clostro" que depois regurgitam e os filhotes "mamam" com o
bico do bico delas. Hoje ainda não consegui ver bem os borrachos, a mãe (ou o
pai) tem estado em cima deles e ainda não se assustou com as minhas
espreitadelas. Se não conseguir ter a pontaria de ir espreitá-los em algum
momento que eles estejam sózinhos (ontem vi-os super bem num momento desses),
lá vou ter de enxotar a pomba-progenitor porque, já agora, que me está a ser
oferecida uma "aula prática de biologia", quero ver a que velocidade
eles crescem, deve ser bastante rápido pois, tanto quanto me lembro do que li, ficam
aptos a deixar o ninho enquanto jovens pombos em cerca de um mês e como
recém-nascidos tinham por aí um décimo do tamanho dos pombos adultos.
3º dia de manhã
Os borrachos já estão um pouquinho maiores mas por enquanto
ainda não dá para perceber como aqueles minúsculos vão ficar do tamanho dos
pais em apenas 1 mês?!?!!?? Principalmente o mais minúsculo já que há um muito
maior do que o outro (como era previsível desde que eram ovos pois um ovo era
muito maior do que o outro). Em alguma parte do processo de crescimento a coisa
vai ter de acelerar, se continuassem ao ritmo destes dois dias... não chegavam
ao tamanho adulto em tão pouco tempo. Também já comprovei que os pais se
revezam dia/noite para chocar os ovos e tomar conta dos filhotes. Embora ambos
os adultos sejam muito vulgares e parecidos e eu não os distinga um do outro, o
que fica de dia (de acordo com o que li, o pai) é muito mais espantadiço
do que o que fica a partir do final da tarde, um atrevido (uma atrevida, ao que
parece) que se está a marimbar para a minha presença.
Esta é a fotografia que ficou menos má (entre a máquina fotográfica e o ninho estava o vidro, velho e sujo, da janela que não abria) |
3º dia à noite
Por incrível que pareça (a mim parece :)) os minúsculos
cresceram a olhos vistos de hoje de manhã para agora, a sério, não ficaram com
o dobro do tamanho mas cresceram o suficiente para se notar, incrível! São uns
bébés super feios, têm penugem amarela mas muito rala, vê-se a pele através
dela, o maior tem a pele toda preta o mais pequeno tem a pele às malhas pretas
e cor de rosa, umas asitas peladas ridículas e uns enormes (para o tamanho deles,
claro!) bicos pretos.
6º dia
Ontem mostrei os borrachos à minha empregada. O comentário
dela foi que eram óptimos para fazer canja :)) Ontem também assisti ao
"render da guarda" do casal de pombos-pais, bicadinhas, arrulhos,
trocam de lugar, o que chegou fica e o que estava vai embora. E hoje,
estranhamente, o pombo adulto que lá está a esta hora é o que
costuma estar de noite, o atrevido que se está a borrifar para a minha
presença. Será que o que li - que o pombo-mãe fica de noite e o pombo-pai fica
de dia não estava 100% correcto, isto é que eles podem fazer alterações de
turno e passar a ficar de dia o que ficava de noite e vice-versa? Quanto aos
borrachos ainda não consegui vê-los hoje porque estão debaixo da mãe (ou do pai
:), só vejo uns pedacinhos deles, não dá para perceber se cresceram.
7º dia
Acho que os borrachos já devem estar quase na adolescência
dos pombos. Os pais já os deixam sózinhos por muiiiiito tempo. O que dá para os
observar bem.
Ainda não estão muito maiores mas estão muito mais
pombos, já abrem os olhos, já têm penas (penitas) nas pontas das asas
que por isso já não estão tão ridículas, os bicos estão ainda maiores e
estão muito mais mexidos, viram e reviram mais vezes, abrem as
asas e catam-se com os bicões.
Eles só ficam mesmo adultos, isto é capazes de se
reproduzir, com seis meses. Portanto quando deixam o ninho devem ser uns
mini-pombos... Ou então os pais vão aumentando o tamanho do ninho, o que não é
difícil pois os ninhos de pombo são apenas uma espécie de muro feito com
pauzinhos numa superfície plana e protegida, no caso o cantinho do canteiro.
Se não acontecer nenhum imprevisto, como morrerem afogados se chover, ou os pais morrerem atropelados e eles morrerem de inanição... veremos!
9º dia
Nos últimos dias não se nota grande desenvolvimento a nível
de tamanho. O desenvolvimento nota-se é a nível de movimentos e da penugem a
transformar-se em penas e da menor presença dos pais, continua sempre lá
um de noite mas durante o dia vão aparecendo ambos, juntos ou separados, mas
não ficam por muito tempo. E os borrachos já saem do ninho, como era
previsível pois o ninho é minúsculo para o tamanho que já têm e, como já disse,
não é uma "casa" é apens um "muro" mal parido :))
10º dia
Os borrachos continuam sem crescer muito mas nota-se a
evolução porque já se equilibram nas patas (no princípio esticavam as patas
alçando o rabo mas não passava disso) e começam a ter penas em vez de penugem,
principalmente o maior que já tem as asas todas cobertas de penas. E continuam
a enroscar-se no ninho para dormir embora quando estão em actividade saiam
do ninho. E já por duas vezes (pontaria) que nas minhas espreitadelas assisti a
uma cena demais, eles alçam o rabo para fora do ninho para cagarem :))
Asseados, não cagam no sítio onde dormem.
12º dia
Os borrachos estão muito maiores do que quando nasceram mas
têm crescido devagarinho, tirando aquele dia em que cresceram a olhos vistos da manhã
para a noite, o crescimento não se nota diariamente. O que se nota é a
substituição da penugem por penas e a destreza de movimentos. Mas estou mesmo
curiosa para ver que tamanho vão ter quando chegar o momento de abandonarem o
ninho, porque a menos que voltem a ter fases de crescimento acelerado... vão
ser muito menores do que um pombo adulto, já têm quase 15 dias, portanto falta
cerca de outro tanto tempo para deixarem o ninho, se não tiverem mais fases de
crescimento acelerado só terão o dobro do tamanho que têm hoje que será de
cerca de metade do tamanho de um pombo adulto.
E há uma coisa muito engraçada: o resultado das
cagadelas deles que, como já contei, são
feitas com o rabo alçado para fora do ninho. O ninho original, um
"muro" de pauzinhos soltos encavalitados, transformou-se num muro de
"betão" armado, ou, mais propriamente, de "cagalhão armado"
pois os pauzinhos ficaram agregados com os cócós :))
18º dia
Esta fase de desenvolvimento das criaturas não é muito
interessante, o que mais se nota é o encorpamento pela substituição, rápida e
progressiva, da penugem por penas, ficando cada vez mais com aspecto de pombos.
Também estão maiores mas principalmente estão mais "cheios" por causa
das penas. De resto passam o dia "espremidos" naquele ninho
minúsculo, meio encostados meio por cima um do outro (e à noite ainda
com a mãe em cima deles :)) quase não se mexem. E continuam a ter os bicos e as
patas pretas característica que eu acho que é de não serem adultos e que, em
algum momento, vai alterar para aquele tom rosado que é
a côr dos bicos e patas de todas as pombas adultas. Eles já têm 18 dias,
já faltam menos de 2 semanas para o momento de deixarem o ninho.
22º dia
O borracho que é maior desde o ovo, e que continua a ser
maior, também se desenvolve mais rapidamente. Já está todo penado com
excepção do papo onde ainda tem uns restos de penugem enquanto o outro ainda
tem toda a cabeça e todo o pescoço penugentos.
E descobri que embora passem muito tempo
sózinhos "espremidos" no ninho a dormir, também fazem umas
actividades, usando o espaço do canteiro à volta do ninho, com ambos os pais ou
um deles ou até sózinhos que suponho que são "treinos" e que
consistem em saltar e correr e dar às asas e dar e receber bicadas. Mas não
consigo assistir a esta actividade senão por 1 segundo já que mal espreito eles
se piram todos, os pais voam dali para fora e os filhos correm a
"espremer-se" no ninho (como se isso valesse de algo, eu não tenho
acesso ao canteiro mas se tivesse... tanto tinha ao "ginásio" como ao
ninho, e se em vez de ser eu fosse uma ave de rapina... bem que os
papava, aquele ninho "muro de cagalhão armado" não os safava :))
E não sei o que lhes vai acontecer se antes de eles voarem
vierem colocar novas janelas na minha marquise. Como a ALP e o pessoal que a
ALP contrata funcionam ao retardador... pode ser que só venham colocar as novas
janelas depois deles terem voado... (a ALP informou-me na 5ª feira que a obra
tinha sido adjudicada e que o homem que cá veio da parte deles dar
orçamento me iria contactar para marcar a vinda). Se vierem antes... logo
se vê, talvez sobrevivam só com um grande susto.
27º dia 9H30
Os borrachos eram Caim e Abel. E Caim já matou Abel. Não sei
que raio se passou mas... à 1H30, hora a que me deitei, espreitei os borrachos
e eles estavam parados um ao lado do outro fora do ninho e nem se mexeram
com a minha espreitadela. Achei estranho estarem fora do ninho e paradões, mas
não se terem assustado comigo atribuí a verem mal e à noite não repararem na
minha presença. Às 7 da manhã acordei com sede e fui à cozinha beber água e
espreitei-os. Estavam "espremidos" no ninho a dormir como de costume.
Às 9H00 quando me levantei... o borracho mais pequeno estava estendido, morto,
com um enorme buraco sanguinolento no lombo e o borracho maior parado,
estático, num cantinho do canteiro (que não o do ninho) com o bico cheio de
sangue, e parece hipnotizado, nem se mexeu com a minha presença e tentei mesmo
assustá-lo sem obter qualquer reacção. Quero ver o que vai acontecer de
seguida... será que foram abandonados pelos pais e o Caim vai ficar ali
especado e morrer também? Ou será que foi um resultado
acidental - e "normal" - de uma luta entre borrachos e o Caim
vai voar dali para fora daqui a uns dias? Vou ter de esperar para
descobrir, o ‘timing’ é de pombo, e entretanto... ESPERO que o cadáver de
Abel não comece a feder...
27º dia 14H30
Saí de casa por volta do meio-dia. Espreitei o canteiro
antes de sair e o borracho Caim continuava no mesmo cantinho mas já não estava
estático, já se movia, deitava, levantava, reagia a ruídos. Quando voltei para
casa, 2 horas e meia depois de ter saído, o Caim tinha sumido! Ou seja, voou!
Esta "aula prática" sobre pombos deixou-me com
dois mistérios, 1º: onde se metem os pombos do tamanho do Caim. Pelos vistos
abandonam o ninho. Mas nunca vi por aí nenhum pombo naquele estágio de desenvolvimento.
Já tinha o corpo todo coberto por penas mas o tamanho ainda era só metade do
tamanho de um pombo adulto; e 2º porque é que o Caim matou
o Abel? Será que era a hora de abandonar o ninho e o Abel (mais pequeno e ainda
com uns resquícios de penugem) não estava preparado e foi por isso que o outro
o matou?
Começo a achar que os borrachos foram abandonados pelos pais
antes do tempo e que a cena do Caim ter morto o Abel teve a ver com isso e que
depois o Caim voou para a morte. No chão junto ao passeio do outro lado da
avenida, mas mesmo em linha recta com o canteiro, está, acho, um cadáver
de borracho. Não consigo ver bem à distância do meu 3º andar mas tenho quase a
certeza. Quando voltar a sair vou lá espreitar para confirmar.
27º dia 18H00
Afinal o cadáver de pombo que está do lado de lá da
avenida é metade de um pombo adulto, está a outra metade logo a seguir.
E em cima do muro do cemitério, mesmo aqui em
frente, está, há horas, um borracho. Tenho a certeza de que é um borracho
pelo tamanho e pelo comportamento, está, como já disse há horas, para trás e
para a frente numa distância de 1 metro em cima do muro, ora dá uns passitos,
ora fica parado em pé, ora se deita, ora se levanta e dá às asas, abre-as,
sacode-as, fecha-as de novo, mas não levanta voo nem sai dali daquele metro de
muro (não, não estive horas a olhar para o pombo, apenas depois de o ter topado
fui espreitá-lo várias vezes e ele sempre está no mesmo sítio). E é parecido
com o Caim. Mas o Caim (: tal como o falecido Abel :) é um pombo dos mais
comuns, não tem nenhum sinal particular, pelo que não posso garantir que aquele
borracho que está, aparentemente um bocado à toa, em cima do muro do cemitério
seja o Caim. Mas é muito provável que seja... Até porque nunca me lembro
de ver um pombo com aquele tamanho e muito menos com aquele comportamento por
aí.
Será que todos os borrachos se fazem à vida assim sózinhos?
E será que matarem-se uns aos outros em lutas é normal? Ou será que aconteceu
mesmo alguma coisa com os pais do Abel e do Caim e os desatinos vieram deles
ficarem orfãos um bocadito antes do momento próprio para deixarem o ninho? Pelo
que eu li eles deixam o ninho com 30 dias e estes só nasceram há 27 dias (e
embora 3 dias não seja nada... em vida de pombo é capaz de ser a diferença
entre um pombo adolescente e um pombo criança), se calhar os pais são os
cadáveres que estão aqui em frente (além do partido ao meio há outro inteiro um
metro abaixo) e eles ficaram, digamos assim, prematuros :))
Pode ser que um dia eu consiga obter mais informação sobre
pombos que responda a estas perguntas...
27º dia 20H00
Era mesmo o Caim que andou horas à toa no muro do
cemitério (se calhar desde o momento em que deixou o meu canteiro, eu é que só
o vi muito tempo depois). Quando finalmente se decidiu a arrancar do muro do
cemitério... voou para a minha varanda onde ficou à toa pousado na balaustrada
e deu para o ver muito bem. Depois voou meio atabalhoadamente para um dos
choupos aqui em frente e só o vi a baixar, baixar, baixar, pelo meio dos ramos
do choupo, presumo que à procura de onde pousar, e deixei de o ver. Não sei se
pousou no choupo ou se foi a baixar até ao chão (dentro do cemitério). Mas acho
mesmo que algo se passou com os pombos-pais e o Caim e o Abel
ficaram sózinhos antes da idade da autonomia, pois de todo não acho
que o Caim esteja preparado para sobreviver sózinho, acho que vai lerpar tal
como o Abel.
Espero que mais nenhuma pomba resolva pôr ovos naquele
canteiro antes da colocação das novas janelas que me permitirão impedi-lo pois
vão ser janela “normais”, ou seja, a janela para o canteiro vai ser de abrir,
vou poder limpar o cadáver do Abel e o ninho de “cagalhão armado” e poder fazer
alguma coisa para afastar de lá as pombas. Para aula prática de biologia já
chegou, agora preciso de aulas teóricas que me expliquem este final inesperado
de “assassinato e autonomia precoce” a que assisti :))
28º dia
O Caim, pelo menos até há bocado, sobreviveu. Pelas 14 e
picos fui dar com ele pousado no muro do canteiro onde jaz o Abel. Enxotei-o.
Para ver como ele se desenrascava. Primeiro teve reacção de borracho, cada vez
que eu agitava a cortina ou batia no vidro dava uns passitos para o lado.
Depois eu resolvi ser drástica e abanei um saco de plástico próximo do canteiro
esticando o braço por fora pela janela frontal da marquise. E ele voou, muito
mais à vontade e mais alto do que ontem, foi dar uma curva por cima do
cemitério e veio aterrar no telhado da marquise do prédio aqui ao lado. Azar!
Estava lá um pombo adulto que pelos vistos se acha dono do pedaço, (tem lá
algum ninho provavelmente), e se atirou ao Caim mal este aterrou obrigando-o a
levantar voo de novo. Mas pousou logo ao lado no telhado daqui do prédio. E lá
ficou por longo tempo. Mais tarde voltei a vê-lo, pousado no alto do candeeiro
da rua aqui em frente. Continua muito borracho embora cada vez mais pombo. O
tamanho ainda é muiiiito menor do que um pombo adulto, o bico continua
preto e sem aquelas protuberâncias brancas que os bicos dos pombos têm e as
patas estão a avermelhar mas ainda não estão da cor das patas de um adulto.
Decididamente ele teve de se fazer à vida antes do tempo próprio, seja porque
os progenitores morreram seja por outro motivo qualquer, e antes de o fazer,
também sei lá porquê, travou uma luta de morte com o irmão (o canteiro
estava cheio de penas sinal de que a morte do Abel foi precedida de uma luta).
Voar consegue e está a melhorar, não sei se também consegue comida... Se sim,
vai safar-se, se não... vai fazer companhia ao Abel. Mas tenho a certeza de que
ele ainda é novo demais para ser autónomo. Ainda hoje andei a reparar na
pombaria e vi por aí algumas pombas nitidamente muito jovens, pelo tamanho e
encorpamento muito menores do que o das pombas mais velhas, mas mesmo assim um
bom bocado maiores do que o Caim, e já
com as protuberâncias brancas no bico e quer o bico quer as patas com o tom
avermelhado usual. Não vi nenhum pombo no ponto de desenvolvimento do Caim além
do próprio Caim :))
30º dia
Não voltei a ver o Caim. E agora mesmo que o veja... não vou
reconhecê-lo pois já deve estar desenvolvido e igual a mais milhentos pombos
jovens que andam por aí. Isto se ele sobreviveu... Achei estranho ele não
voltar a dar a cara (o bico no caso) por aqui pois no meu "curso
teórico" aprendi que eles voltam ao local onde nascem, mas também pode ter
aparecido e eu não ter visto já que não passo 24H por dia de
"atalaia" aos pombos. Mas suspeito que tenha andado por aqui algum
exterminador de pombos porque desde que deixei de ver o Caim também tenho visto
muito menos pombos em geral... Mais um mistério para juntar ao assassinato do
Abel e à autonomia precoce do Caim...
31º dia
Quem com ferros mata... com ferros morre. O final da
história dos borrachos no canteiro encontrei-o hoje: 90% de certeza o Caim
está cadáver, com um buraco nas costas tal como ficou o Abel, na valeta aqui em
frente ao café do r/c (passei lá hoje de manhã a tomar uma bica e
topei com o cadáver do Caim quando saí). Não sei se foi bicado por outro
pombo ou se levou uma panada de um automóvel, mas o certo é que morreu com um
buraco nas costas tal como o que ele fez ao Abel.
Resumo da história: vida de pombo na cidade é difícil, o que
lhes vale é que produzem borrachos, 1 ou 2 de cada vez, cerca de 6 vezes no
ano. Pela amostra do ninho no meu canteiro, 2 borrachos ambos mortos antes de
chegarem a pombos... coitados... a capacidade de sobrevivência é diminuta. Isto
é o ponto de vista dos pombos, claro! O ponto de vista dos governos e moradores
das cidades (eu incluída apesar de até achar as pombas simpáticas) ainda bem
que a sobrevivência é diminuta pois já há muiiiiitos, muiiiiitos pombos a mais,
já são uma praga.
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