Considero-me uma pessoa com zero preconceito. Mas esta noite
tive um sonho, ou melhor dizendo, um pesadelo que, como todos os pesadelos (não
sei porquê), foi bem mais realista do que os sonhos agradáveis, que ao recordar
achei que tinha origem num preconceito. Mas talvez não... pode ter sido só
preocupação com as minhas vizinhas de andar, duas senhoras mais velhas do que
eu 10 a 20 anos, que vivem sózinhas (sózinhas mesmo, cada uma em seu
apartamento) e seguramente meio tãtans coisa que eu (ainda) não sou. Ontem pela hora de almoço alguém tocou várias
campainhas do prédio, a minha incluída. Como sempre em casos que tais, nem me
mexi. Mas uma das senhoras, ou ambas, ou
até mais pessoas no prédio porque a
pessoa que tocou andou para cima e para baixo, abriram. Era um homem a vender
perfumes. Pela conversa (e pelos perfumes seguramente de fancaria) era um
cigano. As senhoras daqui do andar não só lhe abriram a porta do prédio como
lhe abriram as portas dos apartamentos e uma delas até lhe comprou um perfume. O
homem foi a outros apartamentos e passado um bocado saíu. A meio da noite
acordei assustadézima na sequência de um pesadelo. Sonhei que o homem tinha
voltado, àquela hora, à casa da senhora que lhe comprara o perfume e que estava
a ameaçá-la de morte se não lhe desse dinheiro. Ela gritava que não tinha
dinheiro em casa e ele gritava que precisava do dinheiro “já!” porque tinha de
ir embora “amanhã” e precisava do dinheiro para pagar a viagem. Eu pegava no
telemóvel para ligar para a polícia mas cheia de medo que o homem me ouvisse a
falar com a polícia e arrombasse a minha porta. Felizmente acordei neste
momento. O sonho era tão real que só quando realizei que nem sequer tinha o
telemóvel na mão é que percebi que era um pesadelo e não a realidade. Não sei
se houve alguma gritaria que deu início ao pesadelo, é provável, há várias pela
vizinhança embora sejam de curta duração e nunca me tenha apercebido de nenhuma
durante a noite, ou se foi só por ter ficado preocupada por as vizinhas abrirem
a porta a qualquer um.
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