Hora de almoço, logo que entro na rua começo a ouvir a voz de Adriana Calcanhoto “Futebol sem bola, Piu-piu sem Frajola, Sou eu assim sem você”. À medida que me vou aproximando “Eu te quero a todo o instante, Nem mil alto-falantes vão poder falar por mim”, percebo que o som em alto volume vem de um automóvel parado diante de um prédio. Já mais perto, “Circo sem palhaço, Namoro sem amasso, Sou eu assim sem você”, reparo que o automóvel tem todas as janelas abertas e que o condutor anda cá fora, pequenos passos para cá e para lá, olhando o prédio. Quando estou mesmo a passar por ele, “Eu não existo sem você, A solidão é o meu maior castigo”, sai da porta do prédio uma jovenzinha, 12, 13 anos, com ar enfadado. “Porquê? Porquê? Neném sem chupeta, Romeu sem Julieta”, mal chega ao pé do homem ele pergunta “A tua Mãe?”, ela responde “Está lá em cima, em casa.”. Só depois se cumprimentam, “Carro sem estrada, Queijo sem goiabada, Sou eu assim sem você.”, e entram no automóvel e partem, música já em menor volume, janelas já não tão abertas.
Hum!!!... o “Fico Assim Sem Você” com o volume no máximo não era por acaso...
Fico assim sem você - Adriana Calcanhoto
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