sábado, 27 de abril de 2013

A MINHA RUA É UM 'FARWEST' - Muitos "grãos na asa"



Eu mudei de casa, de rua, e até de zona. Mas o ‘farwest’ continua (quase) igual. (Começo a achar que escolhi mal o título, devia ser «Lisboa é um 'farwest'»).
Quatro da tarde. Como é sábado o trânsito é pouco e tudo estava sossegado. De repente começo a ouvir uns altos berros que nem dava para perceber se eram um chamamento, um lamento, uma brincadeira, ou o quê. Como os berros não paravam acabei por ir à janela. Na rua um casal que mora num dos prédios aqui em frente. Ela com a mão direita levantada e embrulhada num pano da loiça cheio de sangue, aos berros e a dar pontapés nele. Ambos notoriamente com  grandessíssimas bebedeiras. Outro casal, também morador no dito prédio, e em estado normal de sobriedade, tentava acalmá-los. Chegou uma ambulância do INEM e esse casal, que aparentemente se deparara com a situação do casal vizinho ao sair do prédio, seguiu caminho rua fora. A fulana do casal de bêbedos entrou na ambulância recusando que o seu parceiro de bebedeira (e de vida, suponho) entrasse também. Passado um bocado os INEM’s abriram a porta da ambulância para dizer ao homem que iam para Santa Maria. Foi uma trabalheira para se livrarem dele e conseguirem voltar a fechar a porta da ambulância para seguirem viagem. Ele também queria ir, ela continuava a não querer que ele fosse, e quando, finalmente, se convenceu a não ir continuou sem arredar pé a perguntar onde é que era o Santa Maria. Finalmente lá conseguiram livrar-se dele e arrancar. E foi por um triz que ele não foi mesmo para Santa Maria com ela. Atravessou a rua andando aos S’s, por detrás da ambulância e sem olhar,  e só não foi atropelado por um automóvel  em sentido contrário porque o dito vinha devagar e o condutor conseguiu parar antes de embater nele. Se já estão neste estado de alcoolemia às quatro da tarde... imagino que as noites deles em vez de serem de sono são de coma alcoólico.

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