Um
país onde:
O
governo anunciou nos últimos dias a decisão de investir na economia – que anda
a destruir meticulosamente desde que tomou posse com as “palas de burro” que só o deixam ver o
caminho da austeridade, em subserviência absoluta aos mercados, à “troika”, à
alta finança – criando uma linha de crédito de não sei quantos milhões para as
PME’s e alterando a tabela de IRC. Para que é que isto serve? Se as PME’s
estiverem interessadas em investir é para produzir mais. E só lhes interessa
produzir mais se esse produzir mais resultar em vender mais. Se as medidas de
investimento na economia forem apenas estas (e foram as únicas anunciadas) ...a
quem é que vão vender o que produzirem? Aos desempregados com subsídios
reduzidos ou sem subsídio? Aos funcionários públicos e reformados com ordenados
e pensões reduzidos? Aos trabalhadores do sector privado com os rendimentos
reduzidos por impostos altíssimos? As únicas PME’s que podem utilizar este
“investimento na economia” que o governo decidiu fazer são as exportadoras, uma
ínfima parte das PME’s. Porque as outras vão investir para quê? Para guardar em
armazéns???
O
governo, que não quer nem ouvir falar de renegociar a dívida do país com a
‘troika’ porque afirma que uma dívida é para ser honrada e tem de se pagar
custe o que custar, veio nos últimos dias fazer um escândalo com as dívidas de
várias empresas públicas à banca causadas por contratos “swaps” (“swaps” são, vulgarmente, contratos de cobertura de
risco financeiro indexados ao preço de uma taxa de juro como a Euribor, mas os
“swaps” em causa são «(....)produtos derivados mais complexos, em vez de
estarem associados apenas ao preço de um activo financeiro (como as taxas de
juro), estão indexados a vários activos (como índices bolsistas, de bancos ou
empresas, ou de matérias-primas, como o petróleo ou ouro).» [dixit Tânia Ferreira no e-Sol de 26.04.2013.]),
demitindo secretários de estado que na época de
assinatura dos ditos contratos eram responsáveis dessas empresas públicas,
renegociando os contratos com os bancos e afirmando que vai levar para tribunal
os bancos que se recusaram a renegociar. Afinal em que é que ficamos? As
dívidas são para ser honradas e pagas custe o que custar? Ou não?
Os
secretários de estado, do partido do governo, que ora foram demitidos por serem
responsáveis das empresas públicas quando foram contratados os ‘swaps’, eram
responsáveis dessas empresas (e dos ‘swaps’) quando o partido no governo era o
maior partido que agora está na oposição. A rotação entre o governo e os
“tachos” nas empresas públicas do pessoal dos dois maiores partidos está bem
patente nesta situação.
O presidente da república no discurso que fez, num
país estrangeiro, na inauguração de uma feira do livro mundialmente reconhecida
e onde o seu país é este ano o convidado de honra, não mencionou o escritor que
é o único prémio Nobel da literatura do país e do qual seria lançado um livro
na dita feira. Porque, é sabido, esse
escritor era também um comunista e o Presidente da República não gostava dele.
O escritor foi mencionado no discurso do presidente da república do país
anfitrião da feira.
Pode??? Pode! É Portugal 2013.
Sem comentários:
Enviar um comentário