Descobri
hoje, ao visitar a exposição “Fotógrafos do Mundo Português 1940” patente no
Padrão dos Descobrimentos, como era grande a minha ignorância sobre a “Grande
Exposição do Mundo Português”, ex-libris do “Estado Novo”, que aconteceu em
Belém em 1940. É certo que nunca me tinha dedicado a estudá-la mas já tinha
lido e visto muitas e variadas reportagens e fotografias e artigos sobre o
assunto. Sabia até coisas que não teria ficado a saber nesta exposição, como
por exemplo, que o Padrão dos Descobrimentos fazia parte da dita exposição
embora não propriamente o de betão e pedra que existe hoje em dia, que foi
erguido em 1960, mas sim outro igual de materiais mais leves e menos nobres e
menos duráveis, ou a história (de rir) da nau Portugal que adornou logo que foi
lançada à água, nos estaleiros onde foi construída, para navegar até Belém para
a inauguração da GEMP e só veio a integrar a exposição alguns meses mais tarde,
quando conseguiram resolver os problemas que a impediam de navegar, e algumas
outras coisas. Mas o que não sabia, nem imaginava, era a dimensão gigantesca da
exposição. Ocupava uma enorme área de um lado e de outro da linha de comboio e
da Avenida da Índia (com uma ponte por cima de ambas a ligar as duas partes da
exposição), ladeando a Praça do Império (que também foi construída para a GEMP)
a nascente e a poente, ocupando o que é hoje o Jardim de Belém e o CCB e toda a
correspondente frente ribeirinha, e ainda ocupando duas áreas laterais ao
Mosteiro dos Jerónimos, tinha pavilhões
vários, de Portugal, da Colonização, de Angola e Moçambique, do Brasil, dos Descobrimentos, dos Caminhos de
Ferro e Portos, etc., etc., etc., uma zona de casinhas “Aldeias de Portugal”,
uma zona de “etnografia cultural” (que incluia uma rua “de Macau”), uma zona comercial
e industrial, uma zona de parque de diversões, parques de estacionamento, etc.
etc. Era mesmo um “Mundo”. As fotografias expostas de vários fotógrafos são
belíssimas, recomendo a visita e a recolha dum caderninho de apresentação
(gratuito à disposição no início da exposição) que tem uma planta da GEMP que
permite entender melhor a dimensão da dita. Adicionalmente, e já que nunca
tinha entrado no Padrão dos Descobrimentos, aproveitei para subir ao miradouro
que há no topo apesar de estar um vendaval do pior e muito desagradável. E
gostei da vista de Lisboa mas não foi nenhuma novidade, é basicamente o mesmo
que se vê da Ponte 25 de Abril, ou de Porto Brandão, ou da Trafaria. O mais
interessante foi a visão do Bugio que visto dali parece muito mais próximo.
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