Aos fins de semana e feriados, fora das zonas históricas/turísticas e de um ou outro raro local onde existem cafés, esplanadas e alguns outros comércios abertos, Lisboa é uma pasmaceira de "lá vai um". Com a minha mania de fazer caminhos diferentes para os mesmos percursos ontem, querendo deslocar-me da Almirante Reis-Alameda para a Praça do Chile, resolvi ir pela Rua Quirino da Fonseca, (por onde nunca tinha passado, só a conhecia de a ver da Alameda ou da Pereira Carrilho), em vez de ir pela Almirante Reis ou pela Carlos Mardel como geralmente faço. O que vale é que a rua é curta. Porque só cruzei com 5 pessoas e, dessas 5, uma era um maluco "encartado", vinha atrás de mim a gritar "Mata o preto! Mata o preto", não sei se se referia a ele próprio ou a outra pessoa. Depois abordou-me pedindo-me um cigarro. Eu neguei. Seguiu refilando que eu tinha voz de homem (o que mostrou que era maluco mas não era burro, eu tenho de facto uma voz grave que ao telefone é muitas vezes tomada por voz de homem) mas logo a seguir voltou ao "Mata o preto! Mata o preto!". Outra, que saiu de um prédio e cruzou comigo se não era outro maluco encartado... imitava bem. Era um homem dos seus 50 ou 60 anos, alto e gordo, com cara de alucinado, cabelo desgrenhado, de sapatilhas, meias pelo joelho, calções às riscas e camisa desfraldada aos quadrados. Outra estava parada do lado oposto da rua encostada a um prédio, era também um homem, com aspecto de cerca de 40 anos, e estava com uma moca gigantesca, não sei se de álcool, se de droga, mas via-se à distância que estava mocado. As outras duas pessoas - uf! - não tinham pinta de malucas nem de mocadas, uma rapariga que também saiu de um prédio e cruzou comigo e um rapaz, indiano, ou do Bangladesh ou "arredores", que estava à porta duma lojinha de frutas e legumes. Mas a rua tem prédios muito bonitos e muitos deles restaurados e tem a Igreja de Arroios que estava fechada e que tem um letreiro à porta informando que é uma Igreja de ritual ucraniano. Esta zona em volta da Praça do Chile é fértil em igrejas, desde as católicas-apostólicas-romanas (2 na Barão de Sabrosa), até à IURD (na Alameda), passando por várias outras evangélicas e pela baptista e pela chinesa (nas ruas em volta do Mercado de Arroios) e, como agora descobri, também a católica de rito ucraniano na Quirino da Fonseca. O que não é estranho, a zona tem muitos habitantes imigrantes de várias proveniências.
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