A procissão deste ano não só não foi no primeiro domingo de
Maio mas sim no segundo, como, em vez de começar pontualmente às 16H00, começou
15 minutos mais cedo. Eu resolvi não ir para lá às 15H00, como tenho ido os
outros anos para conseguir um lugar junto à capela para assistir à chegada do
São Jorge, porque decidi que ia ver a chegada do São Jorge da perspectiva
oposta, ou seja, na parte central do Martim Moniz em frente à Capela onde o
povaréu se acumula mais tarde, só depois de já não haver lugares ao pé da
capela. Assim, estava a chegar ao Martim Moniz eram 15H45 e comecei a ouvir a
xaranga que acompanha o São Jorge e no momento seguinte vi o São Jorge pelas
costas, já a iniciar a procissão dirigindo-se para a Rua do Benformoso.
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Lá vai o São Jorge 15 minutos adiantado |
Assim, como a procissão já ia para lá do adro, voltei para trás, de novo para a rua da
Palma, para ir para o Intendente ver a
procissão a desfilar. Demorou um tempão enorme a lá chegar. E à frente, ao
contrário dos outros anos, não vinha a camioneta a lançar alecrim. Mas vi
algumas pessoas, que integravam a procissão ou que estavam a vir para o
Intendente pela Rua do Benformoso à frente da procissão, com raminhos de
alecrim na mão. Pelo que desconfio que a
procissão demorou tanto tempo a chegar ao Intendente porque a carripana do
alecrim avariou como, aliás, já aconteceu o ano passado. Mas no ano passado
acabaram por conseguir pô-la de novo em andamento e este ano, pelos vistos,
devem ter tido de a rebocar para algum lado para a procissão prosseguir caminho
sem alecrim.
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A Procissão chega finalmente ao Intendente |
Depois houve uma nova paragem de loooooonnnnnngos minutos,
não faço ideia porquê, o seja o que fôr que aconteceu foi fora do meu raio de
visão, que deu direito a um concerto completo da Banda de Música da Força
Aérea para quem, como eu, estava no
Intendente, ali mesmo à boca da Rua do Benformoso. A Banda ficou ali parada à
nossa frente o tempo de tocar todo o seu reportório, de música sacra a fados
bem conhecidos. Houve até quem aplaudisse no final.
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A Banda da Força Aérea aqui ainda em andamento |
Ao meu lado, uma senhora entusiasmada cantava a plenos
pulmões, acompanhando as confrarias diversas, que participavam da procissão
entoando cânticos, à medida que elas iam passando. Mas depois, tal era o
entusiasmo, as confrarias passavam e ela ficava a cantar sózinha até se dar
conta de que já não se ouvia naquele sítio mais nenhuma voz além da dela.
Também fazia rezas de alta voz a todos os santos que desfilavam, tinha uma
oração apropriada para cada um dos santos. Leiga como sou, só me lembro dela
ter pedido a Santa Bárbara que nos livrasse das trovoadas pois é lugar comum,
até há um provérbio “Só se lembram de Santa Bárbara quando fazem trovões”.
E, mais uma vez, vi o simpático Presidente da Câmara a
desfilar na companhia de alguns vereadores, mas não vi a Primeira Dama. Acho
mesmo que ela arranca com a procissão mas vai embora logo antes de a dita sequer
entrar na Rua do Benformoso. Já a vi em frente à capela, na montagem da
procissão, mas nunca a vi a integrar a procissão. Ou então sou eu que não a
vejo?!??!
E este ano, além de não haver alecrim também não houve
incenso. Os “incensores” lá vinham à
frente do Bispo das Forças Armadas mas os caldeiros do incenso que carregavam e
abanavam não fumegavam incenso algum.
Em compensação, da falta de alecrim e de incenso, houve quem
atirasse pétalas de rosa das janelas quando passou o andor da Senhora da Saúde.
De resto os santos que desfilaram, foram os mesmos do
costume, o fantástico cavaleiro São Jorge, a Santa Ana (ex-desconhecida), o
Santo António, a Santa Bárbara, o São
Sebastião, e, claro, a Senhora da Saúde com mais uma roupita lindézima.
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São Jorge a passar no Intendente |
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Santa Ana a passar no Intendente |
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Santo António a passar no Intendente |
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Santa Bárbara a passar no Intendente |
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São Sebastião a passar no Intendente |
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Senhora da Saúde a passar no Intendente |
Quando voltei à rua da Palma no final da procissão encontrei
a minha “amiga” do domingo anterior da Charneca da Caparica. Disse-me que ia
para Fátima passar a noite em vigília e que também ia rezar por mim, e falou
com tal fervor da “Nossa Mãe do Céu”, referindo-se à Sra. da Saúde e à Sra. de
Fátima, que deve ser uma super católica praticante e ter achado que eu, por ir
assistir a procissão da Sra. da Saúde, também sou. Embora não tenha dito nada
que lhe confirmasse essa presunção, também não disse nada em contrário,
omiti-me, não valia a pena desiludi-la, ela é, sem dúvida, muitíssimo
simpática.
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Senhora da Saúde já na Rua da Palma |
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Colchas nas janelas na Rua da Palma |