Há
tantos, tantos, tantos pombos em Lisboa que já não se pode dizer “os pombos de
Lisboa” mas sim “Lisboa dos pombos”.
Saí
da casa onde morava antes desta porque todo o telhado e forro do prédio eram
pombais com dezenas, para não dizer centenas, de pombos, e os algeroz estavam permanentemente
entupidos por ninhos e fezes, causando infiltrações de água da chuva no
apartamento onde eu vivia que era um último andar. (E, claro, é preciso
acrescentar, o proprietário do prédio, que era meu senhorio, não estava
minimamente interessado em resolver o problema colocando dispositivos
anti-pombo no telhado).
Mas os problemas com os pombos existem por toda a cidade, acho que só mesmo os
edifícios que tenham dispositivos anti-pombos instalados é que estão a salvo de
entupimentos e infiltrações causados por ninhos e fezes destas aves. O
apartamento onde estou agora não tem esse problema porque não é um último andar,
mas acredito que os últimos andares do prédio tenham, talvez menor do que o do
prédio onde eu vivia, quer pela estrutura do telhado quer porque os residentes
dos últimos andares são proprietários dos apartamentos e terão por isso maior
cuidado na verificação de entupimentos.
Os pombos vivem e nidificam por aqui. Abaixo e acima das janelas a parede
frontal deste prédio tem umas platibandas, de uma ponta à outra do prédio, com
uns 40 cm de largura. Desde que aqui moro que reparei que há pombas que as usam
para dormir e ontem descobri que tinham feito um ninho no cantinho da
platibanda que fica abaixo das janelas do meu apartamento. Ontem só tinha um ovo mas era um ovo enorme. Os dois ovos das pombas que
nidificaram no canteiro inacessível da outra casa (história no ‘post’ Histórias
antigas – Abel e Caim) eram muito mais pequenos, e apesar de um ser maior do que o outro, este é
bem maior do que o maior desses dois. Hoje já tem dois, o novo ovo é um pouco
menor do que o primeiro mas, mesmo assim, maior do que os ovos do Abel e do
Caim. E dado que a platibanda só tem, como já referi, uns 40 cm de largura,
suspeito que os borrachos que nascerem daqueles ovos vão cair à rua muito antes
de saber voar. Ou seja, vai ser mais uma história de borrachos que não chegam a
pombos. Mas, pelo menos, espero que não se repita um assassinato...
o ninho ontem com um ovo |
a mãe (ou o pai) a chocar os ovos |
o ninho hoje já com dois ovos |
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