terça-feira, 28 de maio de 2013

DE PASSAGEM - Procissões 8 e 80



Nas minhas “googlagens” em busca da identificação da Santa desconhecida da Procissão da Senhora da Saúde, descobri que acontecem em Lisboa milhentas procissões ao longo do ano. E houve uma que despertou a minha curiosidade pois acontece num dia fixo do mês de Maio, podendo portanto calhar durante os dias úteis da semana, em plena Baixa da cidade e ao meio-dia. É a Procissão das Relíquias de Santa Rita de Cássia e o percurso é entre a Igreja de Nossa Senhora da Oliveirinha e a Igreja de São Nicolau, ambas situadas na Baixa. O dia era este ano uma quarta-feira e decidi ir assistir a procissão. Tem uma cerimónia engraçada, os devotos (devotas maioritária ou mesmo totalmente) levam ramos de rosas que levantam acima das cabeças imediatamente antes de se iniciar a procissão, não sei se para serem benzidos se apenas para saudar a santa (do ponto onde eu estava, a uns 50 metros da Igreja de Nossa Senhora da Oliveirinha - quando cheguei, pelas 11H30,  já havia uma mar de gente carregando ramos de rosas à porta da Igreja onde decorria a missa que precede a procissão - o que vi foi toda a gente levantar os ramos de rosas). A procissão propriamente dita é a antítese da procissão da Senhora da Saúde. Ou seja, enquanto que a procissão da Senhora da Saúde leva 5 andores com 5 imagens e ainda a imagem do São Jorge a cavalo, a procissão de Santa Rita de Cássia não tem nenhum andor nem nenhuma imagem, apenas um padre carregando o relicário com as relíquias da santa. E enquanto a procissão da Senhora da Saúde leva tantas bandas de música quantos andores (ou mais), a procissão de Santa Rita de Cássia leva apenas uma banda a abrir a procissão. Ou seja, esta procissão integra apenas uma banda de música, um padre carregando o relicário precedido a um passo de acólitos com lanternas, e um bastante grande número de devotas carregando ramos de rosas. A outra diferença é que apesar de ser muito mais simples começou atrasada enquanto que a da Senhora da Saúde, pelo menos nos 3 anos em que fui assisti-la, começa exactamente na hora marcada, com pontualidade britânica (deve ser por causa do São Jorge).  Fui depois, através de ruas não percorridas pela procissão, até à Igreja de São Nicolau para ver a procissão a chegar.  Os sinos desta igreja tocam desalmadamente a anunciar a chegada da procissão, algumas das devotas com os seus ramos de rosas chegam à frente da procissão e entram na igreja o mais rápido que podem e acotovelando-se, (para garantirem lugar já que a igreja – como vi porque fui espreitar lá dentro quando cheguei - já está cheia por outros devotos que não participam na procissão),  para ficar tudo entre santos o largo da igreja de São Nicolau está cheio de tapumes de uma qualquer obra “de Santa Engrácia” em que Lisboa é fértil e, como imaginei ao descobrir que a procissão acontece ao meio-dia de um dia útil, o trânsito fica um pandemónio porque fica interdito durante algumas horas na Rua de São Julião e durante a meia-hora de percurso da procissão também na Rua da Prata.
a banda de música a abrir a procissão
as rosas

o padre com o relicário

as devotas antecipando-se a entrar na igreja de destino

a procissão a chegar à igreja de destino

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