Ontem
à noite fui assistir ao “Lisboa em Si”, um concerto tocado com os sons da
cidade, apitos de barco, apitos de comboio, campainhas de eléctricos, sirenes e
sinos. Fui um pouco mais cedo, de metro até ao Cais do Sodré e depois a pé pela
beira Tejo até ao Terreiro do Paço. O rio estava lindo, cheio de barcos-“instrumentos-musicais”
iluminados, e a beira-rio cheia de gente. Estava ainda à beira-rio mas já no
Terreiro do Paço quando o concerto começou. Ali só ouvia os apitos dos barcos e dos comboios. Desloquei-me para o meio da
praça onde consegui ouvir também as campainhas dos eléctricos e as sirenes. Quanto
aos sinos... eram só um som muito fraco e longínquo. Como os eléctricos
participantes estavam todos concentrados ali acho que em nenhum dos outros
locais sugeridos para assistir ao concerto se conseguiriam ouvir todos os “instrumentos”,
talvez se ouvissem melhor os sinos mas os eléctricos iam deixar de se ouvir
completamente. A ideia foi gira, não dei o tempo por perdido (até pela quantidade
de pessoas absolutamente invulgar naquela zona da cidade àquela hora),
mas a coisa ficou muito aquém das expectativas (das minhas seguramente e julgo
que das de toda a – muita – gente que foi para a rua ouvir o concerto). Acho
que podem repetir mas têm de pôr eléctricos a tocar noutros locais além da
Praça do Comércio, na Praça da Figueira, no Camões, em Santa Luzia, por
exemplo. E se mantiverem os barcos todos concentrados entre o Cais do Sodré e a
Praça do Comércio como ontem estavam, é melhor que, contrariamente ao que fizeram desta vez, não aconselhem essa zona
ribeirinha como um dos locais onde se pode ouvir o concerto.
Acabado
o concerto iniciei o trajecto para voltar ao metro e a casa. Fui pela Rua
Augusta mas mal dei três passos voltei atrás e fui para a Rua do Ouro pois na Rua Augusta havia
um verdadeiro “engarrafamento” de peões. A Rua do Ouro tinha bastante gente mas
dava para caminhar. O trânsito de automóveis é que estava uma loucura, acho que
o trânsito foi parado naquela zona durante o concerto e os automobilistas não só
eram imensos, pior do que em hora de ponta, como estavam irritados, durante o
pouco tempo que percorri a Rua do Ouro (virei na Rua de São Nicolau para a Rua
Nova do Almada), assisti a montes de travagens, buzinadelas e insultos, parecia
que todos os condutores tinham enlouquecido.
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