Quando
estou na fila da caixa de um supermercado com um cesto cheio de compras e vejo
atrás de mim alguém com uma, ou duas, ou três coisinhas na mão, sou eu própria
que tomo a iniciativa de dar-lhe passagem à minha frente. Quando sou eu que
tenho uma, duas ou três coisinhas na mão, raramente peço para passar à frente
de quem está à minha frente com carros a abarrotar, muito de vez em quando é-me
dada passagem por iniciativa de quem está à minha frente com carros a abarrotar, e,
obviamente, jamais passo por duas ou três pessoas sem dizer “água-vai” para
pedir a quem está mais à frente com um carro a abarrotar que me dê passagem
porque só tenho uma ou duas ou três coisinhas para pagar. Hoje eu estava numa
fila de supermercado com três coisas na mão e tinha à minha frente uma senhora
com um carro a abarrotar e à frente dela 2 ou 3 pessoas com cestos com algumas
compras e atrás de mim também 2 ou 3 pessoas com cestos com algumas compras.
Veio uma esperta, com apenas uma compra na mão, passou por mim (e por quem
estava atrás de mim) e dirigiu-se à senhora à minha frente com o carro a
abarrotar pedindo-lhe para lhe passar à frente por só ter uma compra. A senhora
disse que sim mas eu passei-me e disse-lhe que ela tinha de perguntar a todos
na fila e não só à pessoa que estava mais à frente com mais compras e que por
acaso eu importava-me que ela passasse à minha frente por só ter uma compra
porque eu só tinha três compras. Ficou furibunda. Nesse instante abriu outra
caixa, a senhora do carro a abarrotar mudou-se para ela e eu não estive para me
chatear e resolvi ficar na mesma fila pelo que a esperta conseguiu mesmo passar
à frente. E ainda foi o tempo todo a refilar alto e bom som contra mim com a máxima (imbecil como ela e
que era um carapuço que lhe servia mesmo bem a ela) que este país não andava
para a frente por causa de pessoas como eu. Este tipo de gentalha ordinária irrita-me
tanto, mas TAAAANTO, que ainda bem que não sou fortuda nem gosto de violência
ou acho que ia passar a vida a ir parar à esquadra e ao tribunal porque a
vontade que me dá é enfardar-lhes um chapadão sem mais conversa.
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