Eu ia a sair e cruzei na escada com um jovem japonês que subia a correr e ignorou completamente o boa tarde que lhe dei. Na entrada estava o vizinho que é administrador do prédio, um senhor bem educado dos seus 70's e tais anos. Que se me lamentou que tinha estado a tentar explicar ao rapaz japonês que tinha aberto sem querer uma carta para ele proveniente da Segurança Social , porque a carta só trazia por fora a morada e o carteiro a tinha colocado na caixa de correio do apartamento dele, e que só depois de abrir a primeira parte do picotado é que viu o nome japonês do destinatário já no interior da carta e reparou que a morada era do apartamento ao lado do dele onde está o rapaz, mas que o rapaz não percebia nada de português e achava que ele não tinha percebido nada. Entretanto o rapaz voltou, com uma pasta cheia de papeladas. Eu perguntei-lhe se ele falava inglês, ele confirmou, e eu expliquei-lhe em inglês o que tinha sucedido. Ele começou a procurar no meio da papelada e sacou e mostrou a dita carta perguntando se era aquela. O senhor confirmou. E o rapaz começou a perguntar-me insistentemente e mostrando-me o conteúdo da carta, algo que eu não estava a perceber. A pronúncia inglesa dele é assaz estranha para os meus ouvidos e a pergunta também era estranha para a minha mente. Depois dele muito insistir, finalmente percebi. Queria saber se o senhor tinha fixado a informação que estava na carta. Pode???? Pode. E o mais interessante é que 1. o senhor que abriu a carta por engano só abriu a primeira parte do picotado pelo que nem sequer teve acesso à informação contida na carta e 2. o rapaz na sua ânsia de que eu compreendesse o que ele estava a perguntar mostrou-me essa informação tantas vezes que eu sim poderia tê-la fixado se estivesse interessada em fazê-lo. Não sei o que se passa com os jovens estrangeiros que vêm para Portugal. No dia da manifestação topei com o austríaco completamente "desantenado", agora topo com um japonês desconfiadézimo e... burro!
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