Hoje fiz uma caminhada pela cidade. E aproveitei para visitar duas igrejas que não conhecia. Uma já tinha tentado visitá-la várias vezes mas encontrava-a sempre fechada, a da Graça, a outra nem sabia que existia mas fui lá parar ao enfiar-me por uma rua de Alfama onde nunca tinha passado, a de São João da Praça, cujo orago, por acaso, é São João Baptista mas que é conhecida por São João da Praça, não consegui perceber se por São João da Praça ser outro nome para São João Baptista, ou se apenas porque é o nome da praça, que por acaso é uma rua só ligeiramente mais larga naquele local, onde fica a igreja e é outro santo completamente diferente de São João Baptista, ou se é o nome da Igreja (e da rua) por ser dedicada a São João (Baptista) e ficar na (numa) praça?!?! Mas a iconografia da Igreja Católica é mesmo confusa. Na Igreja da Graça as imagens estavam todas identificadas e qual não é o meu espanto quando descubro uma de Santa Rita de Cássia sem rosas. Tinha um crucifixo numa mão e uma pena na outra e rosas... nada. Eu nunca imaginaria que era Santa Rita de Cássia. Depois na Igreja de São João da Praça também havia um santo que eu jamais identificaria mas esse por outros motivos e ainda deu para rir. Nessa igreja estava um senhor a "tomar conta" e eu perguntei-lhe de que época era a igreja e ele desatou a falar, a falar, a falar e ficámos a conversar, sobre igrejas e procissões e santos e quando eu lamentei que os santos naquela igreja não estivessem identificados ele ofereceu-se para dar a volta à igreja comigo e identificá-los. E assim foi, até que às tantas ele diz "este é São Sebastião". São Sebastião é dos poucos santos que eu reconheço sem hesitar por causa das setas que o trespassam e já vi montes e montes e montes de imagens de São Sebastião, todas sempre com as setas. Aquela não tinha nem uma seta para amostra. E eu "São Sebastião? Sem setas? Não me diga que é como a Santa Rita de Cássia sem rosas da Igreja da Graça...". Ele riu-se e disse que não, que apenas retiraram as setas por serem de prata para evitar que algum ladrão resolvesse roubá-las. Uf! Com tanta confusão na representação dos santos só faltava existirem imagens de São Sebastião sem setas!
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
BANALIDADES - Programas de humor na TV
Para mim, o melhor programa de humor das TV’s portuguesas é
o programa de tarot da taróloga/astróloga, (psicóloga de formação!!!) Maria
Helena que é emitido na SIC a seguir ao noticiário da manhã, com o nome de “O
Dilema”. Desde a própria Maria Helena, que mistura tarot com magia e religião e
tropeça nas palavras a torto e a direito, até às pessoas que para lá telefonam
para consultar o tarot. Adoro as que se identificam por Dona, Maria Helena
pergunta-lhes o nome e elas respondem “Aqui fala a Dona Fátima”, (ou a “Dona
Helena”, ou a “Dona Albertina”, etc.), até aos “dilemas” que as levam a
telefonar para o programa. Ainda hoje ligou um cujo “dilema” era saber se valia
a pena continuar a tentar aprender a tocar concertina. Porque tinha comprado
uma mas já andava a tentar aprender a tocá-la há um ano e não conseguia. E há
dias uma “Dona” passou a consulta inteira a dizer que a Maria Helena não estava
a falar com ela (suponho que tinha a TV com som e a diferença, que chega a ser
de muitos segundos, entre o momento em que o som é captado em estúdio e o
momento em que chega aos receptores, estava a baralhar a senhora porque o que
estava a ouvir via telefone não batia certo com o que ouvia via TV). Sei que
todos estes programas com “casos reais” têm muitas vezes casos irreais, isto é “fabricados”
pelas produções dos programas, porque os programas vivem dos casos, não havendo
casos não há programas, e portanto quando não existem casos reais disponíveis a produção
tem casos fabricados para manter o programa em funcionamento. Mas neste
programa acredito que os casos fabricados sejam uma muito pequena minoria pois
o que lhes interessa mesmo são os casos reais que lhes dão dinheiro através dos
telefonemas para uma linha de valor acrescentado. E as “donas” e os “dilemas”
como o da concertina são seguramente casos reais pois os fabricados não são tão
idiotas. Seja como fôr, eu acho o programa super-hiper divertido, farto-me de rir sempre
que assisto um pedaço de algum.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
DE PASSAGEM - Tiodete
Há uma ou duas semanas uma senhora, dos seus setenta e tais anos, com quem cruzei na rua aqui perto da zona onde moro, meteu conversa comigo por ambas termos o cabelo cortado curtinho. Ontem vi a senhora a dois ou três metros de distância e acenei-lhe em cumprimento. Ela gritou que não me estava a reconhecer. Fui ter com ela e lembrei-a do nosso encontro anterior. Ela lembrou-se, reconheceu-me, pediu desculpa de não me ter reconhecido à distância por não ver bem ao longe e fez mais um bocado de conversa, dizendo-me que o bairro dela é Alcântara e que só veio morar aqui na zona da Alameda depois de ter regressado da Alemanha onde esteve vários anos emigrada. E perguntou o meu nome. Eu disse-lhe e perguntei o dela. E ela respondeu-me "Tiodete". Achei estranhíssimo. Nunca tinha ouvido tal nome. E disse-lhe. Ela riu-se. Chama-se Odete, mas em Alcântara é conhecida por Ti(a) Odete e achou que para mim podia ser também Ti Odete. A nossa conversa ficou por ali e segui o meu caminho. A rir. Não só por eu ter achado que ela podia chamar-se Tiodete como porque me lembrei de um senhor da aldeia do meu pai, onde, tal como no Bairro de Alcântara, é normal tratar as pessoas mais velhas por Ti(o ou a), que se chamava Tibúrcio mas toda a gente achava que se chamava Búrcio e que o Ti era o tratamento que lhe davam como davam à Ti Laurinda, ao Ti Manel, à Ti Maria.
domingo, 19 de outubro de 2014
COISAS QUE EU DETESTO - Vigaristas
Fui comprar um salgadinho à
Padaria Portuguesa da Morais Soares. Já aqui referi, num outro 'post', que a
minha opinião sobre esta cadeia de lojas é um bocado ambígua, tem coisas de que
gosto e coisas de que não gosto. Uma das coisas de que gosto (gostava) é (era)
o atendimento, profissional, simpático e informal. Mas parece que ficou mesmo
no passado, era e gostava. Já não é e já não gosto. Desta vez fui atendida por
um carrancudo nada simpático o que é o bastante para eu ficar muito
desagradada, odeio ser atendida numa loja onde estou a fazer o favor de ir
gastar o meu dinheiro por uma pessoa que age como se estivesse a fazer-me o
grande favor de me atender. Mas ainda foi pior. Paguei com uma nota de 5 euros
e quis dar umas moedas para facilitar o troco. O carrancudo rejeitou as moedas
de imediato. O que me deixou desconfiada pois sendo a caixa registadora
utilizada por todos os empregados do espaço achei impossível que a recusa
fosse por ele saber que as moedas em stock não eram suficientes para o troco ser
facilitado com as moedas que eu quis dar. E ainda fiquei mais desconfiada
quando ele me deu o troco "à molhada", da mão fachada dele para a
minha mão, em vez de fazer o troco como o profissionalismo manda fazer, isto é
mostrando bem que as moedas que me estava a dar somadas ao preço do que eu
estava a comprar perfaziam cinco euros. E espalhei-as em cima do balcão e fiz a
conta. Tal como eu suspeitava faltavam 10 cêntimos no troco. Chamei o
carrancudo e disse-lhe que faltavam 10 cêntimos. E a reacção dele foi a prova
final de que os 10 cêntimos faltavam porque ele os tinha desviado e não por um
acaso, um engano inocente. Ele nem verificou. Nem voltou a abrir a caixa para
retirar os 10 cêntimos em falta. Apenas foi apanhá-los ao lado da registadora e
mos entregou. Ou seja, além de carrancudo é vigarista, ladrão. Deve tentar
sacar dinheiro em todos os trocos que faz, 10 cêntimos aqui, 5 cêntimos ali, 20
cêntimos acolá, deve chegar ao final do dia com um belo "pé-de-meia"
à custa de vigarizar os clientes.
domingo, 5 de outubro de 2014
COISAS QUE NÃO ENTENDO - as unhas não crescem?
Uma das características publicitada das "unhas de gel" e do "gelinho" é a durabilidade de semanas ou meses. Não consigo perceber como é que isso é importante. As minhas unhas crescem ao ritmo de um ou dois milímetros por semana portanto se eu colocasse gel ou gelinho nas unhas ao fim de uma semana já teria um ou dois milímetro de base da unha sem gel nem gelinho e ao fim de 4 semanas já teria quase um centímetro de base de unha ao natural. O que, obviamente, não corresponde a umas unhas bonitas nem bem arranjadas, pelo contrário, umas unhas todas ao natural são umas unhas muito mais bonitas do que umas unhas com metade coberta de gel e a outra metade ao natural. Será que as unhas das pessoas que usam gel ou gelinho não crescem?
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
COISAS DE QUE EU GOSTO - O comboio presidencial
Esteve em exposição ontem durante a tarde na estação do Cais do Sodré, pelas comemorações dos 100 anos da Linha de Cascais, depois de ter estado exposto em Cascais durante a manhã e ter viajado de Cascais para Lisboa com convidados. De acordo com o folheto entregue aos visitantes três das carruagens eram já utilizadas como Trem Real nos finais do século XIX. Em 1910 passou a designar-se Comboio Presidencial. Em 1930 foi acrescido de mais uma carruagem e em 1940 foi renovado e acrescido de mais duas carruagens, foi novamente renovado em 1957 e manteve-se em actividade até 1970. Foi agora integralmente recuperado conforme era em 1970, incluindo a reprodução de alguns objectos em falta, pela Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário e pelo Serviço de Conservação e Restauro do Museu Nacional Ferroviário.
sábado, 27 de setembro de 2014
A MINHA RUA É UM FARWEST - Tinonim- tinonim-tinonim
Ontem, eram cerca de 11 da noite oiço uma sirene dos bombeiros a aproximar-se e várias vozes a gritar "Aqui! Aqui! Aqui!". A sirene calou-se e eu corri para a janela como sempre faço em casos que tais a ver se preciso de fugir. Um carro de bombeiros estava parado a dois prédios de distância, com os bombeiros a sairem, e havia um ajuntamento de umas 10 pessoas no local. Cheirava a plástico queimado que tresandava mas não vi nem fumo nem labaredas. Depois de ter ido fechar a janela do quarto antes que ficasse empestado com aquele cheirete, voltei à janela da sala. Percebi então que o que estava a arder, em fogo lento, sem chamas e (quase) sem fumo era um sofá que estava no passeio encostado a uma árvore. Não percebi se era um sofá velho que, como de costume, alguém tinha largado na rua (há uns dois dias vi um naquele sítio), se era um sofá que alguém tinha tirado duma casa ou duma loja para a rua por estar a arder. Mas era o único incêndio que havia. Os bombeiros foram embora depois de terem apagado o fogo no sofá. Mas esta manhã vi a polícia à porta duma das lojas do prédio em frente ao qual estava ontem o sofá incendiado. Como vi tudo da minha janela, que é do mesmo lado da rua do prédio dos acontecimentos, não faço ideia se houve alguma relação entre eles ou se foram acontecimentos independentes. Como esta rua é mesmo um Farwest... ambas as hipóteses são de considerar!
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
A MINHA RUA É UM FARWEST - Muitos grãos na asa - Cena 10 - conclusão
A borrachona do prédio da frente, ontem, depois da gritaria intermitente sossegou. Estranhamente a noite até foi super tranquila e silenciosa, é muito rara a noite em que não sou acordada pelo menos uma vez, é o carro do lixo, é um bébé a chorar com grandes pulmões, são jovens a falar alto, a rir, a cantar, a gritar. E esta foi uma dessas raras noites, não houve nada a acordar-me, dormi seguidinho até à hora de me levantar. Persiste o mistério do porquê das cenaças da borrachona pois, pelos vistos, nem sempre que se emborracha faz cenaças.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
A MINHA RUA É UM FARWEST - Muitos grãos na asa - Cena 10
A vizinha borrachona do prédio aqui em frente está a começar uma cena. Por enquanto ainda é só uma gritaria intermitente (ou que eu oiço intermitentemente?!?!) dentro de casa. Vamos ver se fica por aqui ou se vai ter continuação com lançamento de objectos da varanda, gritaria na rua, polícia e ambulância. Não percebo esta borrachona. Pelos vistos não bebe todos os dias ou fazia cenas todos os dias. Se não bebe todos os dias é porque (ainda) não é alcoólatra e portanto consegue controlar o que bebe. E se as bebedeiras quase sempre acabam mal para ela (já não falando no incómodo e perigo para os outros, os que coabitam com ela, os vizinhos, os passantes), sendo levada pela polícia ou magoando-se e indo de ambulância para o hospital, porque raio é que ela bebe mais do que a conta? Ou será que ela se emborracha todos os dias mas só algumas borracheiras dão para fazer cenas e as outras a deixam a dormir?
A gritaria intermitente continua mas está cada vez mais espaçada. Talvez com mais um copo caia para o lado a dormir e não chateie mais ninguém por hoje...
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
BANALIDADES - As guerras de audiências das TV's
As guerras por audiências das TV's atingem o ridículo. Faço um 'zapping' pelos programas da manhã e vejo, na SIC, uma entrevista com alguns actores sobre uma telenovela que o canal vai estrear hoje, com constantes apelos a que o público assista a novela logo à noite. Mudo para a TVI e lá está uma entrevista com José Eduardo Moniz (agora consultor do canal), com grande enfoque na nova novela que o canal estreou há dias e que hoje vai ter um episódio especial de 2 horas. Até gosto do género "telenovela" (embora sempre houvesse algumas de que gostava e outras para as quais não tinha a menor paciência) mas há muito tempo que desisti completamente de assistir porque esta agressividade de guerra de audiências faz com que qualquer novela que eu comece a seguir transmitida no final do noticiário das 20H00 acabe a ser transmitida quase à meia-noite, porque à medida que os canais vão estreando novas telenovelas sempre as colocam no horário pós noticiário "empurrando" as que já estão a meio, ou no final, para depois, ou fazendo uma coisa ainda mais irritante que é "ensanduichar" a nova telenovela no meio de um episódio da anterior. Nem sequer percebo como é que esta "técnica" funciona em termos de audiências pois acho que esta troca-baldroca de horários de transmissão não deve ser irritante só para mim e para mim funcionou precisamente ao contrário, eu era audiência e deixei de ser. A única explicação que encontro é que a maioria das audiências das telenovelas sejam constituídas por pessoas reformadas que não têm horários para acordar e que vêem TV toda a noite, telenovela atrás de telenovela, seguindo todas independentemente dos horários em que são transmitidas. Mas há pouco tempo a RTP1 fez uma coisa semelhante - estreou uma telenovela e colocou-a no horário pós noticiário das 20H00 "empurrando" para depois a série que tem vindo a transmitir diariamente já há meses - e passado uma ou duas semanas "arrepiou caminho", voltando a colocar a série no horário pós noticiário das 20H00 e transmitindo a telenovela só depois. Obviamente que isto aconteceu porque a série perdeu audiências ao ser transmitida mais tarde (e as audiências obtidas pela telenovela não compensaram esta perda). Ou seja, no caso da RTP as pessoas reagiram como eu, mudou de horário, deixo de assistir. Será que as audiências da RTP são diferentes das da SIC e da TVI? Não posso medir por mim que sou uma "zappinguista" militante e só assisto TV de vez em quando, se me apetece ver TV vou fazendo 'zapping' por todos os canais que tenho até encontrar algo que me interesse. E se não encontrar nada (acontece apesar de ter uma porrada de canais), desisto de ver TV.
sábado, 13 de setembro de 2014
DE PASSAGEM - Intrigante
Hoje está um dia com alguma chuva mas sem frio nenhum, até está bastante calor. No entanto cruzei na rua com várias mulheres, de todas as idades, que iam calçadas com sandálias abertas com meias. Não percebi. Sandálias abertas com meias podem fazer sentido em dias frios e secos (para mim nunca fazem sentido porque acho que sandálias abertas existem para usar sem meias, mas pronto, admito que haja quem goste ou se sinta confortável). Mas num dia quente e com chuva? Meias à chuva - que é o caso de meias usadas com sandálias abertas - encharcam e portanto não contribuem absolutamente nada para manter os pés secos, pelo contrário, enquanto que um pé sem meia numa sandália aberta se apanhar chuva enxuga facilmente, (ou enxuga-se facilmente com um lenço de papel, por exemplo), um pé calçado com meia numa sandália aberta se apanhar chuva fica encharcado até se descalçar a meia. Achei mesmo intrigante, à 3ª ou 4ª que vi já estava a ficar com vontade de abordar e perguntar o porquê de calçar meias com sandálias abertas num dia quente e chuvoso.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
A MINHA RUA É UM FARWEST - Noite agitada
Primeiro veio uma ambulância do INEM, depois veio um carro médico do INEM, depois veio a polícia. Era cerca de meia-noite e eu preparava-me para ir dormir. Desisti da ideia. Todos estes carros parados aqui mesmo em frente às minhas janelas, VRAMM! PLAM! Abre portas, fecha portas, PLIM! NÓ! NÓ! dos rádios, e sirenes a tocar à chegada para passarem no cruzamento com a Alameda, era barulheira demais para eu conseguir dormir. Ao que parece alguém morreu num dos prédios aqui em frente. Não vi sair o cadáver, mas vi chegar um senhor, num carro cinzento, com uma grande pasta, que aposto, 99% de certeza, que era um cangalheiro. Por esta altura a ambulância, o carro médico e a polícia já tinham ido embora. Mas o sossego não durou muito tempo, logo a seguir ouvi novamente o ruído de um rádio e várias vozes. Outro carro da polícia aqui à porta. Ao que percebi alguém que estava a chegar aqui e a estacionar se apercebeu de que um carro estacionado mesmo aqui em frente tinha sido assaltado porque estava com a porta aberta e arrombada. O ladrão fez um trabalho silencioso, eu estava acordadíssima e não ouvi absolutamente nenhum ruído. Mais uma data de tempo de barulheira, rádios, conversas, a polícia a tentar localizar e contactar o proprietário do automóvel assaltado. Finalmente devem ter conseguido porque se fez silêncio e quando fui novamente espreitar à janela já tinham desaparecido quer o carro da polícia quer o carro assaltado. Finalmente pude ir dormir. Mas já eram 2 da manhã.
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
BANALIDADES - Eu e as pessoas (publicamente) conhecidas - 2
Por causa do que relatei ontem, lembrei-me de outra situação que também achei divertida. Eu descia a Rua da Prata e cruzei com um indivíduo para o qual olhei simplesmente porque costumo olhar para as pessoas com quem cruzo (excepto nos momentos em que "mergulho" num qualquer pensamento e caminho em "piloto automático" em que não olho para nada nem para ninguém e até ultrapasso os sítios que são o meu destino). Ele também olhou para mim e, estranhamente, esboçou um sorriso. Estranhamente porque não é habitual numa cidade como Lisboa as pessoas que se desconhecem sorrirem ou cumprimentarem-se quando se cruzam e eu, como já disse, só olhei para ele porque nos estávamos a cruzar, não por o conhecer. No entanto, aquele sorriso, ao qual correspondi por gentileza mas seguramente com um ar surpreendido, ficou na minha cabeça como algo familiar (como o timbre de voz da senhora de ontem). E alguns minutos depois "caiu a ficha" e percebi que o dito indivíduo era um conhecido comentador das TV's. Que, de facto, não me conhece de parte alguma, eu é que o "conheço" por o ver na TV. E ele deve ter pensado que eu estava a olhar para ele por o reconhecer e por isso esboçou um sorriso. Que acabou por fazer com que eu o reconhecesse. Ou seja, a causa do sorriso acabou por ser o seu efeito.
terça-feira, 9 de setembro de 2014
BANALIDADES - Eu e as pessoas (publicamente) conhecidas
Sou péssima a reconhecer na rua, em "carne e osso", as pessoas que conheço da TV, de filmes, do teatro. A maior parte das vezes nem as vejo (amigos que me acompanham é que vêem e me chamam a atenção), e quando vejo é raro identificá-las, fico apenas com a sensação que não me são estranhas e por vezes, muito tempo depois de com elas ter cruzado, "cai-me a ficha" e percebo que era este ou aquele actor, este ou aquele apresentador de TV. O meu máximo foi ter tido um choque frontal e violento com um fulano com quem me cruzei no corredor de um centro comercial (porque ambos íamos distraídos), termos parado a trocar desculpas pela distracção e o embate, e eu depois ter comentado para a amiga que me acompanhava "Aquele gajo era parecido com José Rodrigues dos Santos, até nas orelhas de abano." e ela ter desatado à gargalhada e ter-me respondido "És mesmo parva. Ele não era parecido com o JRS, ele era o JRS!". E hoje aconteceu-me uma semelhante. Ia a passar num dos cruzamentos da Almirante Reis e estava uma senhora, acompanhada de um puto, olhando à volta, como quem procura por onde deviam seguir, e ouvi-a dizer para o puto "Vamos lá ver se conseguimos encontrar o X" (um supermercado de que não digo o nome porque ninguém me paga a publicidade). Parei e perguntei se ela queria que eu lhe indicasse o caminho para o dito X. Ela agradeceu e disse que sim, eu indiquei, ela voltou a agradecer, dissemos boa tarde e seguimos os nossos caminhos (opostos). Um pouco depois, realizei que a senhora era a actriz Custódia Gallego. Porque ela tem uma voz característica e essa informação - aquele timbre de voz - ficou-me na cabeça como algo que me era familiar e de repente "caiu a ficha". E depois pensando bem na cara da senhora, à qual não tinha prestado nenhuma atenção especial e que estava com uns enormes óculos escuros, realizei que era mesmo ela. Resta saber se ela ficou a pensar que eu tinha sido simpática e solícita por a ter reconhecido?!?!? Suponho que lhe tenha passado pela cabeça (pessoas com estas profissões publicamente expostas devem estar fartas de serem reconhecidas e abordadas nos espaços públicos) mas também suponho que tenha ficado indecisa se eu fui simpática por a reconhecer ou só porque sim, (que foi o caso), pois como de facto só percebi que era ela quando já estávamos a metros de distância, obviamente que nem ao de leve demonstrei o mínimo reconhecimento nos escassos minutos em que falei com ela.
domingo, 7 de setembro de 2014
PODE??? - Falta de noção ou loucura completa?
Hoje cruzei na rua com uma rapariga de uns vinte e tais anos que andava a fazer "jogging" vestida com um "body" de malha cinzenta que era nitidamente uma peça de roupa interior. Era de uma malha tão fininha que se via absolutamente tudo à transparência e via-se mesmo tudo, os mamilos, os pelos púbicos, o rego do rabo, porque ela não levava nada vestido por baixo, nem sequer umas cuecas. À parte a cor, que era cinza claro e não tom de pele na zona vestida com o "body", era exactamente igual a ir toda nua. Não sei se conseguiu fazer o seu "jogging" e regressar a casa sem ser detida pela polícia por atentado ao pudor. Se ela fosse nua de certeza que alguém se queixava à polícia. E se ela fosse de cuecas e sutiã também. Apesar de que qualquer cueca e qualquer sutiã, por muito reduzidos e rendados que fossem, taparem mais o corpo dela do que aquele "body" de malha fina e transparente, pode ser que ninguém se tenha queixado dela. Eu apenas registei o ridículo e o insólito, semelhante ao do mulherio que anda por aí a mostrar o rabo enfiado em "leggings" que são roupa interior. Mas se ela fosse nua ou em cuecas e sutiã eu também só ia registar o ridículo e o insólito. Não sei se toda a gente com quem ela cruzou terá tido a mesma reacção que eu. E fiquei intrigada, será que ela era mesmo louca varrida e ia com aquele "body" interior como podia ir nua ou em cuecas e sutiã, ou será que era só suficientemente louca para achar que ia muito bem vestida, com roupa muito apropriada para fazer "jogging"?
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
COISAS QUE NÃO ENTENDO - Pais incompetentes
Segundo as notícias, uma bébé de 4 meses morreu com
queimaduras de água a ferver infligidas pelo pai que só chamou socorro muitas
horas depois, quando a criança já era cadáver. Na autópsia
detectou-se que a criança tinha várias marcas de agressões anteriores e álcool
no estômago. Os vizinhos dizem que o casal, que tinha outra criança com 18
meses que na sequência da morte da irmã foi posta à guarda duma instituição,
era normal, que a mulher era muito reservada mas que o homem era muito simpático,
mas vão dizendo que, apesar de viverem de rendimento mínimo, ele fazia compras –
numa mercearia do bairro – aos caixotes e sacadas, kgs e kgs de batatas, kgs e
kgs de cebolas, etc., e que dizia que queria ter 5 filhos. Foram ambos detidos, a mulher foi libertada
depois de interrogatório que concluiu que não estava em casa quando a bébé foi
queimada e morreu, e que era também ela vítima de violência por parte do homem,
o homem ficou em prisão preventiva depois de presente ao juíz, acusado de homicídio
da bébé. É óbvio e evidente que este casal é absolutamente incompetente para
ter filhos. Cada vez mais acho que toda a gente que tem filhos devia ser
avaliada em todas as vertentes, psicológica, sócio-económica, etc. para aferir
se tem, ou não tem, competência parental. E se não tiver ou a falha pode ser
colmatada com acompanhamento e apoio e estes devem ser disponibilizados, ou é
uma falha impossível de colmatar e os filhos devem ser-lhe imediatamente
retirados e, tanto o homem como a mulher devem ser compulsivamente esterilizados
para não poderem produzir mais crianças.
domingo, 10 de agosto de 2014
COISAS QUE NÃO ENTENDO - A estupidez
Segundo as notícias um casal de 40 e picos anos saltou, com dois filhos de 4 e 5 anos, uma vedação junto ao Farol do Cabo da Roca e foi colocar-se na beirinha da falésia para ser fotografado pelos filhos. O resultado foi desequilibrarem-se, ou porem os pés em terreno solto, e despencarem falésia abaixo, morrendo. Agora andam uma data de meios, bombeiros, polícia marítima, de barco, de helicóptero e por terra, a porem as suas próprias vidas em risco para recolherem os cadáveres. Para além de achar inacreditável a estupidez de saltarem uma vedação para irem para a beira da falésia e ainda levarem os filhos criancinhas com eles, também acho inacreditável, ou, melhor dizendo, inaceitável que agora se ande a gastar uma pipa de massa de dinheiro público em meios e se ande a pôr em risco a vida de uma data de socorristas para recuperar os cadáveres. Quando é para recuperar alguém vivo, mesmo que esteja em "maus-lençois" por ter tido uma atitude estúpida, eu entendo. Mas nestes casos em que as pessoas morrem por se terem colocado em risco por pura estupidez, não entendo. Acho que os cadáveres deviam ser deixados onde ficam, seja em falésias, seja no mar, no rio, onde fôr, que não se deviam colocar meios públicos a fazer este trabalho. Se os familiares ou os amigos quisessem que pagassem o resgate dos corpos. Isto, na realidade, devia chamar-se "coisas que me irritam", porque colocar meios a recuperar cadáveres de gente que morreu unicamente pela sua estupidez, gastando dinheiro público e pondo em risco vidas de socorristas IRRITA-ME MESMO!
quinta-feira, 17 de julho de 2014
BANALIDADES - Empresta-me o seu cartão?
Tenho cartão-cliente de uma das cadeias de supermercados
onde vou com mais frequência. Esse cartão
funciona com descontos imediatos. Ou globais, atribuídos a um determinado valor
mínimo das compras, ou em determinados produtos, conforme os talões-desconto
emitidos e entregues aos clientes em cada mês, que só efectuam o desconto ao
serem passados na caixa juntamente com o cartão para o qual foram emitidos. Ou
seja, só se obtêm os descontos quando se apresenta na caixa, no acto de
pagamento, o cartão e os talões de desconto daquele mesmo cartão. Portanto passar
o cartão sem talões de desconto apenas serve para a cadeia de supermercados
saber o que aquela pessoa compra habitualmente pois os descontos que oferece a
cada cliente são personalizados, de acordo com o que o cliente costuma
adquirir. Assim sendo, é óbvio que um cliente não tem qualquer interesse ou
vantagem em passar na caixa o cartão de outro qualquer cliente, se fôr só o
cartão sem nenhum talão de desconto. Apesar disso há sempre clientes, que
esqueceram de levar o seu cartão-cliente, a pedir o cartão emprestado a outros
clientes. A mim está sempre a acontecer. E como eu acho que explicar a essas
pessoas que essa passagem do meu cartão com as compras delas, (se beneficiar
alguém), beneficia-me a mim e não a elas me parece tarefa demorada e inglória,
e como elas ficam muito felizes e agradecidas por eu emprestar o cartão,
empresto sempre e não digo nada. Os funcionários das caixas que digam se
quiserem. Mas nunca dizem, tal como eu devem achar que é uma tarefa inglória.
Quanto ao meu benefício, até agora pelo menos, tem sido mais um “benefício”. Aparecem-me
talões com descontos para coisas que nunca compro nem naquela cadeia de
supermercados nem em sítio nenhum, coisas que não consumo, refrigerantes (que abomino),
salsichas (de que até gosto mas não adoro e não uso porque evito ao máximo alimentos processados), açúcar branco (que odeio, só uso amarelo ou mascavado), fiambre embalado (só compro em muito pequenas quantidades e só gosto fresco, acabadinho de cortar da peça), iogurtes de aromas (só como iogurtes naturais), e etc..., etc..., etc... Mas tudo bem, eu não empresto o cartão para ter benefícios mas sim porque quem mo pede emprestado julga que tem benefícios e eu não tenho paciência para lhe tentar explicar que não tem.
segunda-feira, 14 de julho de 2014
A MINHA RUA É UM FARWEST - Muitos grãos na asa - Cena 9
Era quase meia-noite quando comecei a ouvir a voz inconfundível da vizinha borrachona. Ela estava dentro de casa e não consegui perceber o que dizia. Passado pouco tempo ouvi um estrondo e uns "triz" de algo de vidro ou louça a quebrar. Fui à janela. A borrachona não estava visível mas na rua em frente ao prédio dela eram bem visíveis cacos de louça branca em grande quantidade. Fosse o que fosse que ela lançou da varanda do 3º andar onde mora era um objecto de dimensões apreciáveis pois a cacaria era muita. No passeio do lado do prédio onde moro estava um casal a olhar para a varanda da borrachona e a comentar que aquilo quase lhes ia caindo em cima, que era de loucos alguém atirar coisas assim para a rua. Presumo que eles fossem a passar no passeio do outro lado e que tenham atravessado depois do lançamento. Por mim, desde o dia que vi a borrachona arrancar um pedação do estore da janela da varanda e atirá-lo para a rua, nunca mais passei naquele pedaço de passeio junto ao prédio onde ela mora. Mas quem não sabe que mora lá uma borrachona insana passa normalmente. Algum dia alguém leva mesmo com algo na cabeça. Algum tempo depois desta cena chegou uma ambulância dos bombeiros. Quando saíram, o motorista, um homem já dos seus 50 e tal anos, foi o primeiro a sair e vinha furioso, a refilar e a fazer gestos de "merecias era levar porrada" para o prédio. Depois saíram os dois socorristas com a borrachona. Que vinha amparada por eles e com uma mão nas costas como se as costas lhe doessem, (provavelmente doíam, deve ter-se estampado de costas com a bebedeira), e seguiu na ambulância.
domingo, 13 de julho de 2014
BANALIDADES - Fora do contexto
Ontem a Orquestra Gulbenkian deu um concerto na Alameda. Fui lá, gosto de festa de rua, sem complicações, sem marcações prévias, e livre para todos. O programa também me agradava. E, além disso, a minha casa fica próxima da Alameda, era fácil ir lá e voltar. E, de facto, foi mesmo ir lá e voltar. A OG (ou pelo menos a parte dela que estava na Alameda) não sabe fazer espectáculos de rua. Ainda estavam a ensaiar e já estavam a pedir às pessoas para não falarem alto para não os perturbarem, ainda por cima num modo arrogante de quem está a falar com gentinha ignorante que nunca na vida assistiu um concerto de música erudita, num modo arrogante de que estavam ali a fazer a essa gentinha o grande favor de lhe oferecer um concerto de música erudita. Isto num local onde entre o público e outras pessoas que usufruíam o local como habitualmente e não queriam saber do concerto para nada, havia crianças de todas as idades e cães variados, num local onde passa trânsito que trava, acelera e buzina, num local onde passam ambulâncias "tinonim-tinonim", num local onde passam aviões. Depois ainda tiveram a veleidade de vir para o meio do publico pedir a quem estava de pé para se sentar. Para se sentar no chão, na relva, cheia de caca e xixi de cão, porque eles só tinham disponibilizado um pequeno número de cadeiras que não chegou para acomodar nem um décimo do público, para se sentar num local atrás das ditas cadeiras onde quem se sentasse deixava de ver os músicos que ficavam encobertos pelas pessoas que estavam nas cadeiras pois o palco era um palanque baixinho Ninguém, que eu visse, se sentou. Finalmente tinham um som péssimo para as condições do local. A 10 metros de distância - onde estava praticamente toda a gente, os únicos que estavam mais próximos eram os sentados nas cadeiras e os sentados no chão entre as cadeiras e o palco - só se ouvia a música quando era forte, tudo o que era piano não se ouvia nada. Alguém deveria explicar à OG, talvez num tom arrogante de quem está a falar com gente ignorante, que fazer um concerto de rua não é igual a fazer um concerto numa sala de concertos.
segunda-feira, 16 de junho de 2014
DE PASSAGEM - Belo sítio para dormir
Esta manhã, em plena luz do dia, numa rua bastante movimentada, um homem estava deitado no meio do passeio, de barriga para cima, mãos cruzadas sobre a dita, sapatos pousados ao seu lado, a dormir placidamente, até ressonava. Era, nitidamente, pelo tipo físico e pelas roupas, um cigano Romani dos muitos que vivem na cidade. Achei a cena curiosa e caricata até porque a dita rua é uma transversal da Alameda Afonso Henriques onde há relvados e bancos, bastante mais simpáticos para dormir na rua do que o empedrado de um passeio com montes de gente a passar. Mas o que achei mesmo interessante foram os comentários dos passantes. Desde os que acharam insólito e até divertido, aos que acharam escandaloso e até aos que, xenófobos, ficaram a refilar que eram estas pessoas que vinham para o país dar-lhe má fama e a dizer que alguém devia chamar a polícia para o tirar dali. Não sei se alguém chamou a polícia, ou se ele lá ficou até terminar a sua soneca, porque eu não fiquei, só passei.
sexta-feira, 13 de junho de 2014
BANALIDADES - Noite de Santo António
Fui ver, mais uma vez, a Marcha do Alto do Pina a sair para
a Avenida. Mas acabei por não ver porque, também mais uma vez, a marcha não saiu na hora
marcada e quando o atraso já era de uma hora desisti. Tinha uma sardinhada à
minha espera, no quintal de uns amigos, e achei que uma hora de atraso já era
abuso. De qualquer modo não dei por mal empregado o tempo que estive na rua à
espera da marcha. É uma confusão e é divertido. Este ano não houve carros de
bombeiros nem ambulâncias a passar no meio da confusão pré-saída da marcha mas
houve um trânsito imenso e intenso, absolutamente inusitado aqui na rua, não
faço ideia porquê mas imagino que por estar a ser desviado, por alguma razão,
da rua por onde é costume passar que é
uma via rápida com várias faixas de rodagem. Como não bastasse a fila contínua
de trânsito, ainda houve um imbecil, com idade para ter juízo e que obviamente
não tinha, a andar de mota para baixo e para cima, a acelerar feito doido e a
fazer cavalinhos. Tudo isto com os marchantes e o resto do povo da
colectividade para cá e para lá, com o maior à vontade, como se a rua estivesse
cortada ao trânsito. Acho que o Santo António deve mesmo protegê-los ou em vez
de irem marchar iam para o hospital atropelados. Já vi hoje que ficaram em
quarto lugar. Atendendo a que devem chegar à Avenida todos ou quase todos bêbados,
à medida que vão ficando prontos, vestidinhos com as suas bonitas fatiotas de
marchantes, vão esperando a ordem de marcha bebendo copos pelos tascos da rua,
até que é uma boa classificação. Não sei o que se passa com as marchas dos
outros bairros mas esta, pelo menos o ano passado e este ano, é uma
desorganização completa. Uns vestem-se na colectividade que organiza a marcha,
outros vestem-se na colectividade vizinha, outros vão vestir-se aos tascos,
outros a casas particulares, uns chegam a tempo, outros chegam atrasadézimos, e
em vez de sairem na hora marcada andam uma hora, ou mais, a zanzar e a beber
copos. Depois fui para a sardinhada. Foi divertido e simpático e familiar. Havia sardinhas e febras, pão e broa, azeitonas, saladas e fruta e tarte de maça e, claro! vinho tinto E no final apanhámos limões do limoeiro do quintal. Gostei!
Perto da 1 da manhã, já eu estava de volta a casa, passaram os marchantes de
regresso da Avenida. Tão contentes e a fazerem tanto barulho, gritando a plenos
pulmões “E é, e é, e é, a Marcha do Alto do Pina é que é!”, que até pensei que
tinham ganho o primeiro lugar. Quando hoje percebi que só conseguiram o quarto
concluí que o entusiasmo devia ser alcoólico. E às 6 da manhã fui acordada por
uma barulheira infernal. Um bêbado qualquer de passagem atirou para o meio da
rua todos os caixotes do lixo de todos os prédios. Vá lá que estavam vazios. E
viva o Santo António!
segunda-feira, 9 de junho de 2014
DE PASSAGEM - A sorte de ser magra
Eu estava na fila para a caixa do supermercado - (sim, é verdade, vou muitas vezes ao supermercado porque detesto fazer compras de empreitada, prefiro ir muitas vezes comprar poucas coisas, à medida das necessidades, e como tenho muitos supermercados por perto é o que faço) - e começou uma conversa entre a mulher que estava à minha frente e a mulher que estava atrás de mim. Uma era mesmo gorda e a outra não era gorda mas era bem mais cheínha do que eu que sou mesmo magra. Elas conheciam-se e a conversa começou mesmo com a não gorda a dizer à gorda, que já não via há muito tempo, que ela estava gorda. "Eu também já estive mais gorda", "eu engordei com a mudança de idade", "são os nervos" e blá blá do género, sempre comigo "ensanduichada" na conversa, até que a não gorda pergunta à gorda que idade é que ela tem e ela diz que tem 44 anos. Aí a não gorda diz "Eu já tenho 48!", com um ar impante de orgulho por não ser gorda sendo mais velha e lança esse olhar, de tanto orgulho que sentiu, também para mim. Aí eu estraguei tudo porque quando ela olhou directamente para mim com aquela afirmação, a rebentar de orgulho e contentamento, como quem diz "estás a ver, sou muito mais velha do que ela e ela é gorda e eu não sou", eu, que completo 57 anos daqui a menos de 2 meses, disse "Não olhe para mim, eu tenho 57 anos.". Eh! Eh! Ficaram um monte de tempo a dizer que não parecia nada e que se eu pintasse o cabelo ainda pareceria mais nova e blá blá blá. Eu só disse que não queria parecer mais nova e que gostava muito do meu cabelo com brancos e não dei mais conversa, continuando a ouvir o blá blá delas. Mas foi divertido.
domingo, 1 de junho de 2014
BANALIDADES - Não há dois 'sui generis' sem três
Hoje, e também aqui na rua embora não à porta de casa, vi mais um transporte 'sui generis'. Um fulano de moto com uma caixa de transporte como as habitualmente usadas nas motos, mas... a dita caixa não estava presa à moto mas sim às costas dele, com umas alças, como se fosse uma mochila. Não ando de moto mas suspeito que carregar uma maleta daquelas às costas não deve ser grande ajuda para o motociclista manter o equilíbrio.
BANALIDADES - Transporte 'sui generis'
Ontem foi o dia das mudanças 'sui generis'. À noite fui fechar uma janela e vejo um carro a arrancar transportando um colchão no tejadilho, no tejadilho mesmo, não havia nenhuma grade de transporte instalada no carro. E preso como? Pelas mãos de 3 passageiros, um ao lado do condutor e dois atrás, um de cada lado, com os braços esticados fora das janelas segurando as alças laterais do colchão. Terão conseguido chegar ao destino sem o colchão ir parar ao meio da rua numa qualquer curva, ou subida, ou descida?
sábado, 31 de maio de 2014
BANALIDADES - Mudança 'sui generis'
O andar mesmo em frente ao meu do prédio do outro lado da rua tem sempre um entra e sai de inquilinos. Chegam, ficam uns meses e saem, fica vago por algum tempo, chegam outros, ficam uns meses e saem. Os inquilinos são sempre imigrantes, até agora todos indianos ou do Bangladesh ou por aí.
Hoje de manhã comecei a ouvir uns fortes PAM-PAM-PAM, espaçados alguns minutos uns dos outros, e acabei por ir à janela ver o que estava a originar os PAM's.
E então, mais uma vez, esse apartamento estava com os inquilinos de saída. Mas estes em vez de descerem dois andares com os tarecos estavam a ser mais práticos. Lançavam sacos e sacos pela janela para a rua. Suponho que tenham levado algumas coisas pelas escadas e que os sacos que ouvi - e depois vi - lançarem só tivessem roupa mas seja como fôr nunca tinha visto uma mudança assim.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
PODE??? - Para que serve o RECRIA
(RECRIA - Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Imóveis Arrendados - Dec-Lei 329-C/2000)
No caso, não serve para nada, é um quarteirão inteiro à espera de ruir (ou de ser demolido), 3 belezas destinadas a desaparecer.
Avenida Fontes Pereira de Melo, Lisboa |
Avenida Fontes Pereira de Melo, Lisboa |
domingo, 25 de maio de 2014
PODE??? - Mais uma abstenção gigante se adivinha
Estou farta dos meus concidadãos que se queixam a torto e a direito, do governo do País e da Europa, mas que quando chega a altura de votar se baldam. Já concluí que muitos se baldam porque não percebem nada de nada da maneira como a contagem de votos é feita em Portugal e pensam que abster-se é marcar uma posição. Mas seja como fôr se não votam também não têm direito a queixar-se mesmo que as queixas tenham motivo válido. E decidi: a partir de agora qualquer um que venha para cima de mim com conversa de queixas do estado das coisas vai ser interrompido com duas perguntas, primeiro "Votou?", segundo "Não votou em quem está no governo?", e se não votou ou se votou em que está no governo, recuso-me a ouvir as queixas, que vá lamentar-se para outro lado.
sexta-feira, 23 de maio de 2014
quinta-feira, 22 de maio de 2014
COISAS DE QUE EU GOSTO - Procissão de Santa Rita de Cássia
Descobri
que sou devota. Não de uma religião, nem de uma igreja, nem de um santo (embora
quanto a santos até seja simpatizante de alguns) mas de... procissões ;)). Bom, pelo menos destas procissões lisboetas que
descobri.
Lembrei-me
que era hoje a Procissão de Santa Rita de Cássia, onde já fui o ano passado, e
lá fui eu para a Baixa, para ver o cortejo que pára o trânsito numa data de
ruas ao meio-dia de um dia que, sendo sempre o mesmo do mês, calha muitas vezes num dia útil, como aconteceu o
ano passado, como aconteceu este ano.
Embora
este ano não tenham feito o mesmo que o ano passado, em que fecharam as ruas ao
trânsito desde antes da procissão sair da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira até chegar à Igreja de São Nicolau. Este ano
o trânsito estava fechado apenas no troço da Rua da Conceição onde fica a
Igreja de Nossa Senhora da Oliveira e a procissão foi precedida de polícias em motos que foram parando o
trânsito à medida que a procissão foi avançando.
Além
da polícia a abrir a procissão (que bem podia ir em cavalos ajazeados como o
São Jorge e a sua xaranga da Procissão da Sra. da Saúde) o resto era igual ao
ano passado, uma banda de música, os padres e acólitos com o estandarte e as
relíquias de Santa Rita de Cássia e os devotos com ramos de rosas.
Mas
chegados à Igreja de São Nicolau houve outra diferença. A celebração foi feita
na rua, com o padre, os acólitos e as relíquias à porta da Igreja e os devotos
no largo em frente.
Depois
do corre-corre e encontrão para entrar na Igreja a que assisti no ano passado,
achei uma medida correcta. Cabem muito mais pessoas no largo do que dentro da
Igreja.
Entretanto,
com uma pesquisa na net, descobri o porquê das rosas. São levadas para serem
benzidas, (eu pensava que eram para oferecer a Santa Rita de Cássia mas parece
que não), e a associação das rosas a Santa Rita de Cássia decorre dela gostar
muito de rosas e de pouco antes de morrer, no convento onde vivia, ter pedido,
em pleno Inverno em Cássia, para lhe trazerem do jardim da sua casa uma rosa e
um figo. E quem foi em busca da rosa e do figo achando que não ia encontrar naquela
época nem uma nem outro, encontrou ambos. (Ou seja, as pessoas também podiam
levar figos para benzer em vez de rosas). E descobri também que em Cássia, e em
Itália em geral, ela não é conhecida por
Rita, o seu nome religioso, mas sim por Margarida (Margherita) o seu
nome de baptismo.
Não
admira que eu me confunda toda com os santos da Igreja Católica, até há santos
com dois nomes diferentes, se eu encontrasse uma qualquer informação sobre
Santa Margarida de Cássia não ia pensar que era Santa Rita de Cássia, mesmo que
achasse a imagem muito parecida – e claro que ia achar - pensaria que eram duas
santas com uma iconografia semelhante.
E
ainda descobri outra coisa que me intrigou, o corpo de Santa Rita/Margarida de
Cássia está incorrupto, à vista de quem o visita, no Convento de Cássia. Assim
sendo, ...o que são as relíquias que estão em Lisboa e desfilam na procissão?
Pedacinhos de cabelo?
domingo, 18 de maio de 2014
DE PASSAGEM - 'tou lixada, o Benfica ganhou outro título
Não 'tou lixada por o Benfica ter ganho, tanto me dá e que lhe faça bom proveito. 'tou lixada porque não ligo a mínima para clubites (até gosto de ver um jogo de futebol bem jogado mas não torço por clube algum) e os doentes de clubite benfiquista fazem uma barulheira insuportável nos festejos. Por enquanto ainda não há buzinas - já agora ESPERO que estivessem todos no Jamor e que vão todos de lá para o Marquês pois assim esta zona fica livre da barulheira - mas já houve vuvuzela ou algo parecido e petardos ou algo parecido que me impediram de ouvir grande parte dum programa que estava a assistir na TV. Acho estas manifestações de alegria clubística uma tremenda falta de respeito pelo cidadão que não sofre de clubite e é impedido de usufruir do seu sossego. Deviam mesmo ser totalmente proibidas na via pública e só permitidas nos próprios estádios dos clubes que estão a festejar, que os clubes deviam ser obrigados a abrir integralmente, relvado incluído, aos adeptos que quisessem festejar, assumindo os estragos que pudessem fazer. Afinal são os clubes que ganham dinheiro com as vitórias, deviam ser também eles a ficar com os prejuízos dos festejos de quem os apoia e não, como acontece, o cidadão não doente de clubite que leva com o barulho e também paga os estragos através dos seus impostos, já que são as Câmaras Municipais que depois gastam recursos a limpar e arranjar o que os adeptos em festa sujaram e estragaram.
sexta-feira, 16 de maio de 2014
PODE??? - Deslumbrados
Neste mundo global e materialista onde TER (ou mostrar que se tem mesmo não tendo) é muito mais importante do que
SER, há milhares de deslumbrados. Que, por vezes, se lixam bem lixados por
causa do deslumbre. Uma cidadã portuguesa, com 70 e tal anos e com problemas de
saúde, está detida há 12 dias na República Dominicana por uma mala etiquetada
com o nome dela e carregada com 55 kgs de cocaína, - peso que a senhora nem
conseguiria carregar e muito menos em adicional à mala que levava com roupa -, ter
sido detectada no aeroporto quando ela regressava a Lisboa, depois de uma
semana em Punta Cana. O que é que uma
senhora, reformada do cargo de funcionária duma escola, com uma reforma miserável
e sem fortuna conhecida, foi fazer para Punta Cana na companhia de uns “amigos”
que nem a família, nem os vizinhos, nem os ex-colegas, nem os verdadeiros
amigos fazem a menor ideia de quem sejam?!?!? E porque é que esses “amigos” quando
ela foi detida, já dentro do avião, não se ralaram nadica de nada com o assunto
e nem sequer um deles, para amostra, decidiu ficar na República Dominicana com
ela?!?!? As notícias colocam várias hipóteses,
ela ter sido vítima de uma rede organizada de tráfico de droga, ou ela ter sido
vítima dos companheiros de viagem. Para mim
é esta última hipótese a verdadeira. Os pseudo-amigos, que ela conheceu sabe-se
lá como, (através do “facebook” ou algo no género é o mais provável), usaram-na
para traficar a cocaína e ficar com as culpas se algo corresse mal, como
correu. Mas se ela não fosse deslumbrada (e ignorante e ingénua como quase todo
e qualquer deslumbrado) nunca teria ido para Punta Cana com quatro
pseudo-amigos que mal conhecia. E que,
muito provavelmente, a convidaram e lhe pagaram a viagem e a estadia e tudo, que ela aceitou, toda contentinha, apenas para poder dizer que esteve em Punta Cana..Veremos o que vai
acontecer, mas pelo menos de 12 dias na prisão na República Dominicana já ninguém
a livra. Saiu-lhe caro o deslumbre. e ainda pode sair mais caro se não conseguir provar que é inocente. Seja como fõr fica com uma verdadeira história para contar, não de TER - passado uma semana em Punta Cana - mas de SER - detida em Punta Cana por um crime que não cometeu.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
HISTÓRIAS ANTIGAS - Susto na noite
Por cima do andar onde eu vivia, na Av. Afonso III em
Lisboa, havia dois sotãos habitados (99% de certeza ilegais enquanto
habitações, mas isso é outra história). Do meu lado, i.e. mesmo por cima de
mim, morava um rapaz caucasiano, "russoucranianooualgoassim", bem
educado, simpático q.b., sossegado. Do outro lado morava uma rapariga, mistura
caucasiano/africano, de nacionalidade qualquer coisa de língua portuguesa menos brasileira porque não tinha pronúncia brasileira,
que de sossegada, simpática e educada não tinha nada! Era uma bagunça todas as
noites, montes de gente barulhenta num entra e sai, num sobe e desce a
escada , às vezes 2, às vezes 3, 4, 5, 6 vezes. Uma noite, cerca das 23H00
a bagunça escada acima, de um grupo de pessoas, era, nitidamente, pela velocidade, os arfares e as exclamações, de quem ia a fugir de alguma coisa e, simultaneamente, ouvi uma barulheira exaltada na rua. Aproximei-me
de uma das janelas da frente, que estava meio aberta e com a persiana
também meio aberta e um dos homens que vi lá em baixo (eram 2) estava
armado com um trabuco, não percebo nada de armas mas 'macacos me mordam' se
aquilo não era uma caçadeira de canos serrados ou uma 'shotgun' como as da
polícia, e, mal pressentiu um movimento na minha janela - EU - apontou o
trabuco na minha direcção. Com o trabuco a visar-me, aconteceu-me o que só
acontece em situações de grande susto, pensar, em 1 segundo ou menos, uma
quantidade tão grande de coisas que depois não se consegue perceber como foi
possível fazer aquele raciocínio todo em tão pouco tempo. Pensei: “ele não é/está completamente
desnorteado ou já teria rebentado a porta do prédio a tiro e entrado por aí
dentro a dar tiros para todo o lado, eu não sou, certo e seguro, a pessoa a
quem ele quer dar um tiro, mas... se ele não me vir bem, ou seja se eu fugir,
pode pensar que sou e, no mínimo, dar uns tiros para a janela e eu ficar com
tudo escaqueirado e, no máximo... pode mesmo rebentar a porta do prédio e mais
a do meu apartamento a tiros e ainda me dar um tiro a mim, por engano, já
dentro da minha casa... O melhor é mostrar-me!” E foi o que fiz, abri a persiana e a janela na
totalidade e mostrei-me. Resultou! Mal me mostrei ele deixou de visar a minha
janela e apontou o trabuco para o chão. Voltei para dentro, fechei a
janela na totalidade e, claro! fui telefonar para o 112 para mandarem a
polícia. Estava eu a pegar o telefone e o caramelo deu 4 tiros (tiraços!) para
o ar. Chamei a polícia via 112 sem me identificar, só localizando a ocorrência.
E, obviamente, não voltei a ir espreitar para a rua, o filme era
violento demais para o meu gosto... Passado um bocado, cerca de meia-hora,
ouvi uma nova barulheira na escada e aí fui espreitar, de cusca mesmo,
pelo óculo da porta. Era a polícia que foi para o andar de cima falar com a dita
cuja fulana e seus acompanhantes. E, cá para mim, ela contou-lhes uma
semi-tanga pois ouvi-a dizer que os gajos (dos tiros) eram pretos e eles de
pretos, se tinham alguma coisa, era bem menos do que ela própria, eram morenos
mas não eram africanos, eram ciganos, ou, eventualmente mestiços como ela mas mais
claros do que ela. Gostei de saber que ela própria tinha chamado a polícia. Mesmo
contando-lhes uma semi-tanga, pelo menos estava com medo. E o facto é que desde
aí até ter-se mudado (uns meses antes de eu própria ter mudado) a rapariga
sossegou e não houve mais bagunças nocturnas.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
COISAS QUE EU DETESTO - "Xicos-espertos"
Eu estava na fila da caixa do supermercado. Era a única
caixa em funcionamento mas as movimentações de empregados junto a uma das
outras duas caixas fazia prever que fosse começar também a funcionar em breve.
Uma
senhora, dos seus 60’s anos chegou à fila a seguir a mim mas em vez de se
colocar atrás de mim colocou-se ao meu lado. Rotulei-a logo de “xica esperta”, prevendo que ia tentar passar à frente de
quantos pudesse se a outra caixa entrasse em funcionamento, até porque se
colocou ao meu lado precisamente do lado onde se situava a dita caixa.
Quando essa
caixa abriu a empregada disse, como dizem sempre, “Podem passar a esta caixa
pela mesma ordem”. Naquele momento na caixa onde eu estava, além do cliente que
já estava a ser atendido, estava um senhor e depois uma senhora e depois eu e a
“xica esperta”, que devia estar atrás de mim mas estava ao meu lado, e já estavam mais umas quantas pessoas atrás de mim. O
senhor que estava à minha frente mudou para a outra caixa, a senhora que estava
à minha frente optou por ficar na mesma caixa onde estávamos e quando eu estou a
mudar também para a caixa que tinha acabado de abrir já tinha a “xica
esperta”, toda lampeira, a meter-se à minha frente. Disse-lhe, alto e bom som, “A
senhora desculpe mas eu também quero mudar para essa caixa e a senhora está atrás
de mim.”. Afastou-se para me dar passagem mas ainda teve a lata de responder “Está bem, passe lá...” num
tom de quem estava a fazer-me um grande favor.
Acho incrível a lata, a falta de educação, a falta de
respeito pelo outro desta gentalha que consegue os seus objectivos muitas vezes
porque as outras pessoas não estão para se chatear. Mas também arriscam levar
um banano no focinho por toparem com alguém que, como eu, não as deixa abusar e que, contrariamente a mim que não sou de andar à porrada, é mais belicoso e
não se fica só por palavras. E eu até gostava de ver um "xico esperto" destes levar
um banano. Era bem merecido.
terça-feira, 13 de maio de 2014
COISAS DE QUE EU GOSTO - A Procissão da Senhora da Saúde (2014)
A procissão deste ano não só não foi no primeiro domingo de
Maio mas sim no segundo, como, em vez de começar pontualmente às 16H00, começou
15 minutos mais cedo. Eu resolvi não ir para lá às 15H00, como tenho ido os
outros anos para conseguir um lugar junto à capela para assistir à chegada do
São Jorge, porque decidi que ia ver a chegada do São Jorge da perspectiva
oposta, ou seja, na parte central do Martim Moniz em frente à Capela onde o
povaréu se acumula mais tarde, só depois de já não haver lugares ao pé da
capela. Assim, estava a chegar ao Martim Moniz eram 15H45 e comecei a ouvir a
xaranga que acompanha o São Jorge e no momento seguinte vi o São Jorge pelas
costas, já a iniciar a procissão dirigindo-se para a Rua do Benformoso.
Lá vai o São Jorge 15 minutos adiantado |
Assim, como a procissão já ia para lá do adro, voltei para trás, de novo para a rua da
Palma, para ir para o Intendente ver a
procissão a desfilar. Demorou um tempão enorme a lá chegar. E à frente, ao
contrário dos outros anos, não vinha a camioneta a lançar alecrim. Mas vi
algumas pessoas, que integravam a procissão ou que estavam a vir para o
Intendente pela Rua do Benformoso à frente da procissão, com raminhos de
alecrim na mão. Pelo que desconfio que a
procissão demorou tanto tempo a chegar ao Intendente porque a carripana do
alecrim avariou como, aliás, já aconteceu o ano passado. Mas no ano passado
acabaram por conseguir pô-la de novo em andamento e este ano, pelos vistos,
devem ter tido de a rebocar para algum lado para a procissão prosseguir caminho
sem alecrim.
A Procissão chega finalmente ao Intendente |
Depois houve uma nova paragem de loooooonnnnnngos minutos,
não faço ideia porquê, o seja o que fôr que aconteceu foi fora do meu raio de
visão, que deu direito a um concerto completo da Banda de Música da Força
Aérea para quem, como eu, estava no
Intendente, ali mesmo à boca da Rua do Benformoso. A Banda ficou ali parada à
nossa frente o tempo de tocar todo o seu reportório, de música sacra a fados
bem conhecidos. Houve até quem aplaudisse no final.
A Banda da Força Aérea aqui ainda em andamento |
Ao meu lado, uma senhora entusiasmada cantava a plenos
pulmões, acompanhando as confrarias diversas, que participavam da procissão
entoando cânticos, à medida que elas iam passando. Mas depois, tal era o
entusiasmo, as confrarias passavam e ela ficava a cantar sózinha até se dar
conta de que já não se ouvia naquele sítio mais nenhuma voz além da dela.
Também fazia rezas de alta voz a todos os santos que desfilavam, tinha uma
oração apropriada para cada um dos santos. Leiga como sou, só me lembro dela
ter pedido a Santa Bárbara que nos livrasse das trovoadas pois é lugar comum,
até há um provérbio “Só se lembram de Santa Bárbara quando fazem trovões”.
E, mais uma vez, vi o simpático Presidente da Câmara a
desfilar na companhia de alguns vereadores, mas não vi a Primeira Dama. Acho
mesmo que ela arranca com a procissão mas vai embora logo antes de a dita sequer
entrar na Rua do Benformoso. Já a vi em frente à capela, na montagem da
procissão, mas nunca a vi a integrar a procissão. Ou então sou eu que não a
vejo?!??!
E este ano, além de não haver alecrim também não houve
incenso. Os “incensores” lá vinham à
frente do Bispo das Forças Armadas mas os caldeiros do incenso que carregavam e
abanavam não fumegavam incenso algum.
Em compensação, da falta de alecrim e de incenso, houve quem
atirasse pétalas de rosa das janelas quando passou o andor da Senhora da Saúde.
De resto os santos que desfilaram, foram os mesmos do
costume, o fantástico cavaleiro São Jorge, a Santa Ana (ex-desconhecida), o
Santo António, a Santa Bárbara, o São
Sebastião, e, claro, a Senhora da Saúde com mais uma roupita lindézima.
São Jorge a passar no Intendente |
São Sebastião a passar no Intendente |
Quando voltei à rua da Palma no final da procissão encontrei
a minha “amiga” do domingo anterior da Charneca da Caparica. Disse-me que ia
para Fátima passar a noite em vigília e que também ia rezar por mim, e falou
com tal fervor da “Nossa Mãe do Céu”, referindo-se à Sra. da Saúde e à Sra. de
Fátima, que deve ser uma super católica praticante e ter achado que eu, por ir
assistir a procissão da Sra. da Saúde, também sou. Embora não tenha dito nada
que lhe confirmasse essa presunção, também não disse nada em contrário,
omiti-me, não valia a pena desiludi-la, ela é, sem dúvida, muitíssimo
simpática.
Senhora da Saúde já na Rua da Palma |
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